A Região Nordeste vive uma das mais cruéis secas dos últimos
tempos. O que temos presenciado, via telejornais, é de cortar o coração:
pessoas abandonando suas casas, outros percorrendo léguas e léguas para retirar
água de barreiros( suja e dividida com animais), galões de água sendo
transportados em lombo de jumento, mulheres com a “rudia” e cabaças na cabeça,
carro pipa pra lá e pra cá sem dar conta de atender ao grande contingente de
pessoas que estão passando sede.
Lembrando, também, dos animais. Rebanhos inteiros de cabras,
bodes e vacas, quando não pele e osso, estão mortos e os esqueletos vão ficando
para trás no chão “esturricado” do sertão nordestino.
Em Coelho Neto a
estiagem tem afetado muita gente. Em vários povoados da zona rural, os
agricultores perderam os plantios, os poços cacimbões estão secando e nem rezar
para São José tem resolvido. Na zona urbana a situação tende a se agravar se
não chover, com abundância, nos próximos dias.
Os poços artesianos que abastecem a cidade estão perdendo a vazão,
muitos já secaram, definitivamente, e várias ruas já recebem água de carro pipa
(já são onze contratos pela Prefeitura). Entretanto, na maioria dos bairros o
abastecimento, ainda, está regularizado.
O SAAE- Sistema Autônomo de Água – vem feito leão ferido
resistindo ao fenômeno e de forma gratuita (acredita??)tem atendido à
população. Acontece, que apesar, dos inúmeros pedidos para que a população não
desperdice água, o que temos visto é uma verdadeira falta de conscientização
por parte de um número, significativo, de moradores que, ainda, dispõem do
precioso líquido. Como exemplo: a fotografia abaixo mostra uma caixa d’água que
derrama há mais de 30 dias(dia e noite) por falta de uma boia que custa menos de R$
20,00(vinte) reais. É o retrato, vivo,
do descaso e da falta de responsabilidade comunitária.
Tal, lamentável, situação ainda nos conforta, pois o desperdício
está servindo para algo: amenizar a sede e o calor do tejo que, apesar, de não
ser gente, também, precisa de água fresca e saudável vinda da caixa d’água de
um cidadão(rico) que não pode comprar uma boia.
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