Acabo de ler no Blog do Jornalista Marco D’Eça uma matéria
que, realmente, chama atenção: “Os fatos dão razão a César Pires...”
referindo-se à preocupação do Deputado Estadual (César Pires) com a implantação
da refinaria Premium da Petrobras, em Bacabeira.
Lembro-me, como se fosse hoje, do estardalhaço com que foi
anunciada a refinaria Premium. Vimos, também, os benefícios que o anúncio
trouxe para Lula, Dilma, Roseana, Lobão e outros. Quais benefícios? A eleição deles
aos cargos pretendidos. Agora, vem esta de que o projeto não é de interesse da
Petrobras, que estão procurando parcerias para “tocar” a obra. Por que não
disseram no período do lançamento da refinaria? Nós sabemos o porquê! E, já
sabíamos que tinha muito “gogó” nessa estória.
Apesar de “conviver” no meio político, há muito tempo, ainda
não consigo entender porque que todos os candidatos, sem exceção, nos fazem sonhar,
tanto, no período da eleição e, depois que ela passa, quando os objetivos são
conseguidos, interrompem, de forma brusca, a esperança que foi sonhada.
Infelizmente, temos que conviver com essa dura realidade. E, continuaremos
sonhando... E, continuaremos sendo enganados, sempre.
Leia abaixo a postagem de Marco D’Eça:
Os fatos dão razão a César Pires...
Causou estardalhaço danado a declaração do líder do governo na Assembleia Legislativa deputado César Pires (DEM), sobre os riscos de não implantação da refinaria Premium da Petrobras, em Bacabeira.
Setores do Governo do Estado sempre ficam possessos com declarações como esta; e o ministro Edison Lobão (PMDB) se dana a disparar releases para tentar reafirmar o projeto.
Mas o que fez César Pires?
Ele apenas cobrou, como parlamentar da região - após observar, in loco, que a obra da refinaria se resume hoje a um “esqueleto desidratado” - que a classe política do estado se una em defesa da refinaria, assim como fez no caso da BR-135 e do Aeroporto do Tirirical.
- Eu vi ali sendo abafados sonhos, sendo estreitados pensamentos de uma evolução que nós ajudamos a pensar e tive a felicidade de estar ali com a Presidente Dilma, a época ministra, com o Presidente Lula, com as nossas lideranças políticas, com os nossos deputados, vereadores e prefeitos da região. E eu ouvi do Presidente compromissos que pareciam ser verdadeiros naquele momento - disse o parlamentar.
Ato contínuo, Lobão saiu em defesa do projeto, com o argumento de que a obra terá agora parceiros chineses para efetivação da implantação. Mas seu discurso mostra apenas uma esperança:
- A Refinaria Premium no Maranhão foi um projeto anunciado por mim como ministro de estado, pela Petrobras, pelo ex-presidente Lula e pela presidente Dilma. Um projeto como este não pode acabar - é a síntese da resposta do ministro à repercussão do desabafo de Pires.
Refinaria: nem as máquinas estão mais em grande número
Mas o fato é que a Petrobras não quer – e nunca quis – a refinaria de Bacabeira.
As seguidas afirmações de que o projeto “vai bem, obrigado”, são apenas tentativas de não desmoralizar o ministro, principal fiador da obra, que, afinal, nunca passou da terraplanagem, como bem explicitou o deputado democrata.
Desde a época de Sérgio Grabrielli – e agora mais abertamente na gestão de Graça Foster – a Petrobras nunca quis a refinaria Premium, pelo simples fato de que a obra era custosa e pouco objetiva para os projetos estratégicos da companhia.
Mas os interesses eleitorais do ex-presidente Lula e o interesse político legítimo e justificado de Lobão fizeram com que a obra fosse iniciada, mesmo sem data certa para inauguração.
Reportagem da revista Exame que está nas bancas traz um amplo diagnóstico da asfixia que o governo Dilma está provocando na Petrobras por usar a empresa para atender a interesses os mais diversos – entre eles, a refinaria do Maranhão.
- Com mais de 16 bilhões de barris em reservas provadas, a Petrobras deveria concentrar esforços em exploração e produção de campos de óleo e gás. No entanto, enterra em refino um terço de seu orçamento (ou R$ 32 bilhões em 2012). É péssimo negócio, já que a margem de lucro de uma refinaria não passa de 5%, enquanto a exploração gera rentabilidade de 35%” - diz a Exame, uma das mais conceituadas revistas econômicas do país.
Lobão mantém o discurso de otimismo
A revista, inclusive, põe a refinaria maranhense na categoria dos “projetos ainda em análise” na Petrobras, ao lado da refinaria do Ceará.
A opinião do especialista Breno Guerbatin, da gestora de recursos Stúdio Investimentos, também desqualifica a pressão exagerada para cosntrução de refinarias.
- Está sobrando capacidade de refino no mundo. Além disso, construir refinaria no Brasil custa tão caro que elimina qualquer chance de rentabilidade. É dinheiro jogado no lixo - diz.
E César Pires foi no cerne da questão ao cobrar pelo desmonte – que já ocorre – no canteiro de obras, mesmo diante da ironia dos pares inertes, desprovidos do censo crítico e incapazes de observar além daquilo para os quais são teleguiados.
A estes, o deputado também mandou o recado.
- Quem quiser silenciar, que silencie; quem quiser criticar-me nas caladas da noite, que critique; quem quiser fazer alusões ao meu pensamento ou tentar diminuir as minhas intensidades, que fique certo de que eu não silenciarei quando achar que é justo. Injusto seria eu ouvir todos aqueles apelos da região que me colocou aqui e ficar calado. E os risos sarcásticos de cada um, que façam, mas que façam certo, porque eu não vou silenciar em relação a essa situação - desabafou.
Desse debate todo, ficam apenas duas certezas, que mostram a coerência e a exatidão do desabafo de César Pires:
1 – o governo maranhense está certíssimo ao pressionar pela construção da refinaria Premium, que trará dividendos sociais importantes para a população, como a geração de emprego na fase de construção e de implantação – e político, sobretudo para o ministro Lobão, que necessita se afirmar como conhecedor da área energética e mineral.
2 – a Petrobras sabe do que precisa em seu projeto estratégico de exploração e produção de petróleo e sabe que a refinaria premium prejudica este projeto estratégico, na medida em que não tem sentido algum em existir – por isso vai levando a obra em banho-maria, gastando um pouquinho aqui e ali, enquanto o projeto continua “em análise”.
O resto é blá,blá,blá político.
De governista e oposicionistas…
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