Imaginem um Lula nascido em berço
de ouro. Sim, seria o pior dos capitalistas selvagens: ridicularizaria os
pobres, suas casas e seus gostos. Foi o que ele fez no sábado, mesmo não tendo
nascido em berço de ouro, ao discursar no 36º aniversário do PT, no Rio de
Janeiro, quando comparou, em tom jocoso, o tríplex que jura não ter comprado
com um apartamento do programa “Minha Casa, Minha Vida”.
Lula sempre enganou os trouxas,
com aquela conversa de ser pobre e coisa e tal. Na verdade, Lula tem horror a
pobre (pobre bom, para Lula, é eleitor, e mesmo assim quando vota nele, do
contrário é burro).
Trata-se de um sujeito grosseirão
e arrogante. Grosseria e arrogância que sempre o fizeram um antidemocrata.
Tivesse boa memória, o brasileiro lembraria uma entrevista à revista IstoÉ,
após, se não estou enganado, sua terceira derrota na disputa pela Presidência
da República. Ali, um Lula quase deprimido, mostrou-se inteiro: relembrou o
deslumbramento ao ir comer pela primeira vez no restaurante Massimo, como havia
adorado, e que aquilo, sim, era saber viver.
O horizonte
de Lula é o seguinte: ele é um sujeito excepcional, a quem todos devemos mimos,
elogios e desculpas. Os erros (ou crimes) que por acaso cometa, bem, devem ser
relevados, afinal ele é Lula.
Lula é o típico populista,
daqueles que sempre empestaram a democracia na América Latina. Eles não se
tornam presidentes da República, consideram-se reis. Eles não têm cidadãos a
quem prestam satisfações, têm vassalos. No poder, se beneficiam e beneficiam
amigos, e, para seguir se beneficiando e beneficiando, distribuem migalhas aos
pobres (moeda de troca de votos).
Um país que elege um Lula da vida
diz muito de sua organização social e de seu nível crítico.
Por: Roberto Kenard
Nenhum comentário:
Postar um comentário