A coisa poderia estar melhor para Michel Temer. Ele governa praticamente
sem oposição. Até aqui, aprovou tudo o que quis no Congresso. Acaba de adoçar o
bolso dos brasileiros com a liberação do dinheiro que estava retido nas contas
inativas do FGTS. Mas o Ibope informa que o prestígio do
governo Temer definha. A taxa de reprovação do governo subiu de foi de 46% para
55%. E o índice de aprovação caiu de 13% para 10%. Dois fenômenos ajudam a
explicar o desprestígio da gestão Temer: a demora da economia em reagir aos
estímulos de Brasília e a proximidade do presidente com o lixão da Lava Jato.
O
desemprego bateu novo recorde. Está na casa de 13,2%. Há na praça 13,5 milhões
de brasileiros sem um contracheque. Todos parecem sujeitos a perder o emprego,
exceto os ministros de Temer investigados na Lava Jato. Esse contraste tira de
Temer a autoridade para exigir da sociedade os sacrifícios embutidos em
reformas como a da Previdência. As manifestações do último final de semana
evidenciaram o esvaziamento das ruas. Mas o Ibope informa que o
descontentamento permanece em casa. Só não chega ao meio fio porque não enxerga
uma alternativa ao mal menor que Temer passou a representar.
Por Josias
de Sousa
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