sexta-feira, 31 de julho de 2020

O INTRIGANTE EXÉRCITO DE TERRACOTA, QUE FICOU PRESERVADO POR 2 MIL ANOS

O Exército de Terracota se esconde em uma pirâmide, localizada debaixo da terra, em um terreno coberto por vegetação na província de Xian, na China. O monumento funerário é resultado dos caprichos do primeiro imperador chinês, Qin Shihuangdi (260-210 a.C.).

Ambicioso, o soberano queria levar para a vida após a morte todo o seu poder e riqueza. E, claro, não queria abrir mão também da segurança de seus guardas. Ele morreu e foi enterrado em 210 a.C, há mais de 2.000 anos.

Qin queria ter o maior mausoléu de todos e tratou de ordenar aos seus submissos que fizessem uma tarefa muito bem-feita. Conseguiu erguer mais de 8 mil estátuas de guerreiros, todas em detalhes e tamanho natural. Cada peça pesava em média 260 quilos. 

Para se ter ideia, a altura dos combatentes variava e incluía os mais baixos, de 1,7 metros, até os gigantes soldados de 2 metros de altura. Nenhum deles era igual ao outro, mas a fisionomia das obras variava minuciosamente segundo o homem. Todos tinham armas realistas feitas em bronze. 

Mas havia também figuras de animais: mais precisamente, 520 cavalos, totalizando uma quantia de 130 carruagens, todas modeladas artesanalmente. E ainda, originalmente, o exército funerário era colorido, embora tenha perdido a cor com o passar dos anos.

O fato que mais intrigou os pesquisadores, quando eles encontraram o exército pela primeira vez, em 1974, foi o fato dele estar muito bem preservado. As peças ainda estavam praticamente intactas mesmo após os 2 mil anos de uma possível corrosão. 

A primeira hipótese para explicar como ocorreu essa preservação foi o solo. Porém, pesquisadores do Reino Unido viram que o fator não preservava os guerreiros de modo isolado. Na verdade, o exército de Qin Shihuangdi só resistiu ao tempo devido a um revestimento especial de cromo, que ganhava maior propriedade em combinação com o pH relativamente alto desse mesmo solo favorável. 

O cromo estava em alguns armamentos do exército, porém, não havia essa substância em certos parafusos e pontas de flechas. Isso mostrou que a conservação pode ter sido algo do acaso e não proposital. “O que resta saber é se o cromo ajudou a evitar a corrosão, ainda que acidentalmente. A questão fica no ar”, considerou o pesquisador Marcos Martinon-Torres, da Universidade de Cambridge.

Próximo ao Exército de Terracota o imperador Qin Shihuangdi instalou o seu mausoléu onde teria descanso eterno. O local apresenta muito luxo e o cadáver do governante jaz debaixo de um teto revestido de pedras preciosas que representam estrelas, como o Sol, e também ilustram a Lua. Rios e mares foram igualmente representados, só que por um chão de Mercúrio. 

Alguns soldados do imperador ainda não tinham sido escavados e só foram investigados em 2009. Ano passado foi finalmente divulgado o estudo, que revelou um total de 220 novas esculturas. 

Além dos guerreiros chineses, também havia artefatos do governante, como objetos em cerâmica, ouro, prata, bronze e jade. Tinha também armas e tripés militares e ainda objetos domésticos, como colheres, pratos e chaleiras. A grande novidade foi uma peça de camelo dourado, considerada na ocasião uma das mais antigas da China. Parece que nada podia faltar para Qin Shihuangdi no mundo dos mortos. 

Fonte: AH

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