segunda-feira, 13 de julho de 2020

OS MISTERIOSOS JARDINS SUSPENSOS DA BABILÔNIA

Após dias escaldantes pelo deserto, um viajante que chegava à cidade da Babilônia de 570 a.C. acabava intrigado com um ruído de cachoeira. Atraído pelo som, dava de cara com uma montanha tropical de seis terraços apoiados em pilastras.

Lá em cima, esculturas imponentes de touros e dragões surgiam entre as árvores, mas as pessoas circulavam à vontade. Uma escadaria convidava a juntar-se a elas no paraíso.

Teria o sol do deserto cozido os miolos do viajante?

Eis uma polêmica entre os historiadores. Tudo o que se sabe sobre os Jardins da Babilônia vem de relatos de gregos somente do século 2 a.C., como Strabo e Diodoro. Segundo eles, o monumento foi erguido por Nabucodonosor II, entre 605 a 560 a.C., como um presente à esposa, Amytis.

Porém, uma versão bem diferente surgiu em 2013 com a pesquisadora Stephanie Dalley, do Reino Unido. Segundo ela, o local original foi no norte do Iraque e a construção, uma obra do monarca assírio Sennacheribe.

Esqueleto oco

Quem chegava aos jardins pela primeira vez era surpreendido com árvores maiores, plantadas dentro de colunas ocas, cheias de terra e feitas de tijolos de barro. E, para que a água não resultasse em danos na estrutura, elas eram impermeabilizadas com camadas de junco, piche e até chumbo, que sustentavam uma estrutura quadrada de 124 metros de largura, 26 de altura e entre cinco e sete andares.

Nada era mais abundante que as plantas. Existiam centenas de espécies de árvores e várias produziam frutos: amêndoas, tâmaras, nozes, peras, ameixas, pêssegos e damascos.
Outras apenas enfeitavam e davam sombra, como cedros, ciprestes, abetos, acácias, carvalhos e salgueiros. Também existiam flores, como roseiras e azaleias. A produção do jardim era aproveitada e vendida na cidade.

Homens trabalhando

Uma equipe de especialistas cuidava do jardim. Eram escravizados “recrutados” entre os jardineiros mais experientes das cidades conquistadas na Mesopotâmia. Ao mesmo tempo, guardas do Exército protegiam as entradas e saídas.

Por todos os lados e andares, a água descia em cascata, de uma piscina lá de cima. Ninguém sabia como tanta água chegava até lá porque o sistema é interno: ela era levada por baldes presos a uma polia desde outra piscina, no solo, alimentada pelo Rio Eufrates.

Escravos se revezavam para mover as manivelas e manter a cachoeira em ação. Das quedas, o sol fazia surgir uma névoa que mantém o clima diferente do resto da região.

Além disso, os poderosos Nabucodonosor e Amytis aproveitavam a sombra de um dossel e tomavam cerveja para aliviar as preocupações e se aproximarem de seus deuses. Os babilônicos faziam cerveja de trigo e cevada, considerada uma bebida nobre, sagrada e afrodisíaca. Pelos terraços, encontraram-se gregos, indianos, egípcios, judeus e persas que tenham permissão do rei para passar um dia no balneário.

Fonte: Aventuras na História

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