A revolucionária Maria Quitéria de Jesus foi
a primeira mulher a fazer parte do Exército brasileiro. Disfarçada de homem, a
jovem adotou o nome Medeiros, contudo, mais tarde, acabou comandando um
batalhão feminino, marcando a história do
país.
Maria Quitéria nasceu por volta de 1792, em Feira
de Santana, Bahia. Quando tinha em torno de 30 anos, decidiu entrar para o
Exército brasileiro, tornando-se a primeira combatente mulher do país.
O desejo de ingressar uma guerra surgiu quando Dom Pedro I declarou
a Independência do Brasil, no dia 7 de
setembro de 1822.
Embora o Rio de Janeiro, capital do novo país, tenha
celebrado o ocorrido, em diversas outras cidades os portugueses reagiram para
manter enclaves lusitanos. Em seguida, Salvador foi controlada pelos colonos,
mas Feira de
Assim que se deparou com a notícia de que a sua vila
recebeu a proposta de enviar homens para lutar, Maria Quitéria ficou
entusiasmada e quis aderir ao movimento. No entanto, ao contar para o seu pai,
o patriarca a proibiu de pegar em armas. Por outro lado, a jovem já sabia como
resolver este problema: se disfarçando de homem.
Com a farda do cunhado, Maria Quitéria entrou
para o regimento de artilharia, sendo transferida para o Batalhão dos
Voluntários do Príncipe. Dentre os confrontos que a mulher participou, está a
batalha da foz do rio Paraguaçu, onde lutou com água na altura do peito.
Já fazia duas semanas que a filha do fazendeiro Gonçalo
de Almeida havia desaparecido. Determinado em trazê-la de volta para casa,
o patriarca partiu em direção a um acampamento militar, onde a encontrou
disfarçada de homem, sob o nome de Medeiros.
Quando soube a verdadeira identidade de seu melhor soldado,
o major José Antônio da Silva e Castro ficou surpreso com a
revelação. No entanto, o comandante não liberou Maria Quitéria, muito
menos a designou para os afazeres domésticos.
Para surpresa de todos, a mulher assumiu sua
identidade e adaptou seu fardamento. Embora os adereços femininos em sua farda
pudessem a fazer um grande alvo para os inimigos, ela não se importou.
Com um saiote por cima das roupas e um penacho no
capacete, Maria Quitéria tornou-se exemplo para outras mulheres
aderirem à luta.
Após a Bahia se tornar definitivamente parte do
Brasil, em 2 de julho de 1823, ela foi condecorada com o título de Cavaleiro da
Ordem Imperial do Cruzeiro, que lhe foi entregue por Dom Pedro I.
O imperador escreveu,
ainda, uma carta para Gonçalo de Almeida, pedindo para o fazendeiro
perdoar a desobediência da filha.
Ao voltar para casa, casou-se com o seu namorado, o
agricultor Gabriel Pereira de Brito. O casal teve uma filha, chamada Luísa
Maria da Conceição. Contudo, acabou se mudando para Salvador, após a morte do
marido.
Já a relação com o seu pai permaneceu estremecida.
Após a morte do patriarca, ela optou em não brigar pelo direito a uma pensão.
Mas não era o único desafio que encontraria em seus momentos finais.
Em seus últimos anos de vida, Maria Quitéria enfrentava
problemas de visão, que a deixaram cega. A heroína brasileira veio a falecer em
1853, em decorrência da idade avançada.
Hoje em dia, é patrona do Quadro Complementar de
Oficiais do Exército brasileiro. Além disso, todos os estabelecimentos militares
do país possuem um retrato em sua homenagem.
Fonte: AH
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