Quem visita hoje a Pimenteiras e
a Vila Pró-Álcool fica emocionado ao ver que as moradias estão sendo devoradas
pelo tempo, pelo cupim, pelo vandalismo e pela falta de manutenção. Tudo se
acabando, ou tudo acabado. Das dezenas de casas (não sei o número exato) que
serviam de moradia para centenas de famílias restam algumas poucas em condições
de habitabilidade, e tão, somente, por causa da teimosia de pouquíssimos
moradores que permanecem por lá e acompanham o fim de um sonho.
O Grupo Industrial João Santos
fechou os olhos e permitiu que as vilas morressem. É um caso agudo de insensibilidade,
o que parece ser peculiar aos seus dirigentes. Pois, se houvesse um mínimo de
empatia muitas famílias que não tem aonde morar estariam debaixo de um teto.
Para isso, poderia terem sido feitos contratos de aluguel, gratuitos, por longo
prazo, contratos de aluguel a preço baixo ou doações definitivas. Tudo seria
possível se o dono assim quisesse.
Com o déficit habitacional que
assola o Município, aliado à pobreza crescente da população, aumenta o número
de pessoas morando em condições precárias ou sub-humanas. Muitos poderiam
dizer: mas, quem é que vai morar na Pimenteiras? “Quem calça o sapato sabe onde
aperta”. São coelhonetenses que não tem condições de pagar aluguel ou construir
um lar. As casas das Vilas seriam a salvação ou a oferta de um pouco de
dignidade para muitos que fizeram do Grupo João Santos a potência econômica que
foi, que tudo levou daqui e, quase, nada deixou.
Imagem: Terezinha Araújo-
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