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segunda-feira, 9 de julho de 2012

“SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO”!


Participei de três eleições concorrendo ao cargo de vereador. Logrei êxito em duas e uma primeira suplência, na última. Sempre obtive votações expressivas, inclusive quando não me elegi, atingindo 566 votos apesar de ter sido traído pelo grupo político do qual fazia parte.

Sempre fui grato aos eleitores de Coelho Neto pelo voto de confiança. Sempre senti orgulho de representar os coelhonetenses na Câmara Municipal. Para tanto retribui com trabalho e dedicação à causa pública; foram centenas de indicações, vários projetos de lei e debates inesquecíveis, sempre defendendo a população, os meus pontos de vista e o grupo político que seguia.

Durante todo esse tempo (e na vida inteira) não participei de conchavos, de conluios, ou de qualquer armação para me dar bem. Além do vencimento pago, legalmente, pela Câmara Municipal nunca recebi, absolutamente, nada a mais para exercer o mandato que me foi confiado pela população. Entrei pobre e sai mais pobre, ainda.

A função da vereança é árdua. Às vezes, injustamente, somos taxados de ladrões do dinheiro público, de inimigos da população. Assistentes sociais, se não ajudamos quando solicitados somos execrados e xingados. Em alguns casos o eleitor tem razão. Em outros, severamente, nivelam todos os políticos por baixo.

Quando chega o período eleitoral a ânsia do eleitor em tirar algum dinheiro do candidato parece obsessão. E, para, chegar ao Legislativo Municipal é preciso fazer um verdadeiro malabarismo: gastando o que não tem e prometendo o que não vai cumprir. É um jogo cruel de desconfiança do candidato e do eleitor. Evidente que existem, ainda, os eleitores e candidatos conscientes de seu papel.

Nunca achei que o sangue político corresse por minhas veias. Alguns dizem que depois que se entra na vida política não se sai mais. Pura balela! Descobri que podemos ajudar a nossa comunidade de outras formas sem, necessariamente, ser vereador. É o que tenho feito.

Hoje, para conseguir uma vaga na Câmara Municipal não bastam ter ideais, bons propósitos e zelo pela população. É necessário muito mais. Não se ganha eleição sem uma invejável soma de dinheiro e muito jogo de cintura.

Umas duas ou três dezenas de amigos-dezenas, não foram centenas- insistiram para que eu concorresse na eleição deste ano. Gostariam de me ver retornando ao Poder Legislativo. Ao convite declinei, mas causou-me enorme satisfação ver reconhecido um trabalho que foi feito com dedicação e do qual me orgulho muito.

Motivado pelos insistentes apelos (aos que agradeço) cheguei até a registrar a candidatura, mas descobri que me falta a invejável soma de recursos e jogo de cintura, apesar de persistirem os ideais, os bons propósitos e o zelo pela população. Ao desistir do intento sinto-me aliviado, pois não precisarei fazer malabarismo e, nem tão pouco, ouvir de quem não tem cacife o que não mereço. Desejo sucesso aos bons candidatos. Que somente o voto seja a arma que os conduza ao Legislativo Municipal.

Seguirei participando, ativamente, da vida política em nosso Município. Para tanto apoiarei um homem digno para continuar decidindo os destinos de nossa terra. Para o Legislativo, certamente, apoiaremos um homem ou mulher que represente com afinco e dignidade a nossa gente.

Título: William Shakespeare
Imagem: quandonadaenoticia.blogger



    

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