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segunda-feira, 31 de agosto de 2020

FLORDELIS: ENTENDA O CASO QUE ESCANDALIZOU O PAÍS NOS ÚLTIMOS DIAS

 

Um ano e dois meses de puro silêncio até que o nome do pastor Anderson do Carmo voltar às manchetes. No dia 16 de junho de 2019, mais de 30 tiros foram disparados contra o homem em um caso que chocou o país.

Meses mais tarde, a Operação Lucas 12, em referência ao capítulo bíblico de mesmo nome, desmascarou outros integrantes do assassinato. No total, onze familiares e amigos do pastor foram indiciados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.

Entre os acusados, o nome mais surpreendente é o de Flordelis dos Santos de Souza, a esposa da vítima. Além dela, mais cinco dos 55 filhos do casal foram indiciados e presos pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, no dia 24 de agosto de 2020.

Após meses de investigação, as autoridades cariocas perceberam que o Caso Anderson do Carmo era muito mais amplo do que imaginavam. Além do homicídio, a família do pastor ainda teria outros segredos para esconder.

Matriarca de uma família reconhecida por seus valores, Flordelis é pastora, cantora e deputada federal do Rio de Janeiro pelo PSD desde 2019. Na sociedade carioca, ela é famosa pelo grande número de filhos — sendo quatro biológicos e 51 adotados.

Dentro de sua casa, no entanto, a vida era um pouco diferente do que Flordelis mostrava nas redes sociais. Segundo as investigações, a família está cercada por traições, tentativas de assassinato e incesto. Para o delegado Allan Duarte, responsável pelo caso, inclusive, eles são uma grande “organização criminosa”.

O castelo de cartas da deputada começou a cair logo depois do assassinato de Anderson, quando dois filhos do casal foram indiciados pelo crime. O ex-PM Marcos Siqueira Costa também foi preso por uma suposta participação no homicídio.

Nesse sentido, as investigações mostraram que Lucas César dos Santos, filho adotivo da mulher, teria sido o responsável por comprar a arma do crime, enquanto seu irmão, Flávio dos Santos Rodrigues, teria sido o executor dos 30 tiros que mataram Anderson.

Agora, em agosto de 2020, mais cinco filhos de Flordelis e uma neta da pastora foram presos pela Operação Lucas 12. Entre as acusações estão homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa majorada

Também ficou claro, durante as recentes investigações, que a casa da enorme família guardava mistérios insólitos. Um deles, o mais chocante, diz respeito à supostas relações incestuosas entre os integrantes do grupo.

Filha biológica de Flordelis com seu primeiro marido, Simone dos Santos Rodrigues teria namorado Anderson do Carmo quando os dois eram adolescentes. Mais tarde, quando ele virou seu padrasto, ela teria tentado envenená-lo por diversas vezes. A própria Flordelis já teria sido mãe adotiva de Anderson, antes de se casar com ele.

Quanto aos envenenamentos, a investigação sugere que diversas substâncias foram usadas conta o pastor. Nesse sentido, tanto Simone e Flordelis, quanto Marzy, uma filha adotiva do casal, tentaram intoxicar Anderson por pelo menos seis vezes desde 2018.

Atualmente, o inquérito aponta Flordelis como a mandante do homicídio. Mesmo assim, ela ainda não foi presa, já que conta com imunidade parlamentar. Segundo Gilberto Kassab, presidente do PSD, no entanto, a deputada será desfiliada do partido.

O caso contra a pastora se baseia em diversas demonstrações de raiva que ela fez contra o marido. Em mensagens encontradas pela polícia, Flordelis chegou a pedir ajuda para um dos filhos. “André, pelo amor de Deus, vamos pôr um fim nisso. Até quando vamos ter que suportar esse traste no nosso meio?”, ela escreveu.

Agora, graças a Operação Lucas 12, os 11 acusados — que incluem a esposa do ex-PM preso pelo assassinato — devem responder pelo homicídio triplamente qualificado. No caso da deputada, a Polícia Civil espera pela autorização da Câmara para que possam emitir o mandado de prisão contra Flordelis.

Fonte: AH


sábado, 29 de agosto de 2020

TIROS, SURTOS E VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: O LADO B DE ELVIS PRESLEY

 

Elvis Presley foi um dos artistas mais famosos de todos os tempos. Mas, proporcionalmente ao seu sucesso, sua vida pessoal era permeada de polêmicas. Com um comportamento conhecidamente agressivo, o cantor tinha hobbies um tanto quanto peculiares.

Além de atirar e destruir televisores, Presley também buscava outras maneiras de demonstrar fisicamente sua fúria. Uma das pessoas que viveu com os excessos de loucura do astro foi sua esposa Priscilla Presley, que falou sobre esses episódios em entrevista à Barbara Walters.

"Ele tinha um temperamento. Era imprevisível. Seu temperamento sempre foi uma explosão de frustração, mas acho que era porque ele tinha poder e dinheiro para destruir, ele poderia substituir dessa maneira", disse a ex-cônjuge com quem Elvis teve Lisa Marie Presley

Empresária, filantropa e atriz, Priscilla também relembra o episódio acima citado sobre a destruição de televisões, o que para ela pareciam substituir alguém que o cantor não gostava. "Ele apenas os explodia no ar. Era simples assim e a televisão era substituída. Ele gostava de armas e tinha uma coleção. Acho que era outra maneira de sentir esse poder".

Parte do que viveu junto ao Rei do Rock foi relatado, anos mais tarde, no livro Elvis & Me. Em um episódio marcante negativamente, ela se recorda de quando sofreu violência doméstica por parte do cantor.

Priscilla explica que o músico lhe deixou uma vez com o olho roxo e, na ocasião, chegou a arremessar nela uma cadeira ao ouvir que sua companheira não havia gostado de uma música que ele cantava.

Entretanto, o temperamento agressivo do cantor não se resumiu ao período em que esteve casado com Priscilla. Afinal, Ginger Alden, que foi a última parceira de Elvis, também relatou episódios violentos ao lado do músico.

Em seu livro Elvis and Ginger, a atriz relembra quando acordou desesperada no meio da noite com um barulho estrondoso de tiro. "Me levantei e vi Elvis parado ao pé da cama, segurando uma pistola Magnum 57 na mão".

"Arrisquei olhar atrás de mim e vi um buraco de bala na parede acima da cabeceira da cama. Olhei para Elvis, tentando entender por que ele realmente havia acabado de fazer um buraco na parede". Segundo conta, ele se justificou logo em sequência. "Disse que pediu iogurte novamente e eu não respondi".

O episódio a marcou muito, deixando-a magoada com Elvis por um tempo. Mas Alden conta que aceitou quando ele lhe pediu desculpas. Porém, os momentos de estresse e loucura do Rei do Rock não demoraram muito para aparecerem novamente.

Mais tarde, irritado com um vaso sanitário, Elvis sacou uma arma e o “explodiu em pedacinhos “com uma arma que, segundo Ginger, parecia uma “metralhadora”. Como consequência, ela foi até à casa de sua mãe e só voltou depois que o músico pediu desculpas.

Mas o pior ainda estava por vir, o próximo alvo da loucura do astro seria a própria companheira. Em março de 1977 ela também se tornou vítima de agressões físicas. Tudo começou quando os dois estavam de férias no Havaí.

Na ocasião, eles discutiam calorosamente quando a atriz tentou entrar em outro quarto. Foi aí que Elvis interveio lhe dando “um tapa na lateral do corpo”. Em seguida, ele vociferou: “Ninguém sai quando estou conversando”.

O comportamento perturbado de um homem pressionado e que tinha como hábito usar muitas drogas é relatado em ambos os livros de suas ex-companheiras. Priscilla relembra quando Elvis teve a sensação de que as pílulas poderiam tirá-lo disso.

“Ele passou por uma enorme quantidade de coisa. Era esperado muito dele, muitas exigências. Ele não sabia como lidar com isso de outra maneira. Ele realmente achava que tinha tudo sob controle", conta.

Em 16 de agosto de 1977, o astro do rock tomou tantos remédios que seu corpo não aguentou. Ele foi encontrado no chão do banheiro de sua casa, em Memphis, no Tennessee, por sua noiva Ginger Alden. Naquele ano, ele já estava lutando contra um glaucoma e uma doença intestinal.

A autópsia revelou que Elvis tinha 14 substâncias diferentes em seu sangue. Além do mais, o artista havia tomado uma overdose de analgésicos, pílulas para dormir e antidepressivos. Os exames revelaram que o Rei do Rock faleceu de arritmia cardíaca, provavelmente ocasionada pelo coquetel de drogas que foi encontrado em seu organismo.

Fonte: AH


sexta-feira, 28 de agosto de 2020

SOMOS 211,7 MILHÕES DE BRASILEIROS

 O IBGE acaba de divulgar a nova estimativa da população brasileira.

O país tem 211.755.692 habitantes — aumento de 0,77% na comparação com o ano passado — espalhados por 5.570 municípios.

São Paulo continua sendo a unidade da Federação com mais gente: 46,289 milhões de pessoas, o equivalente a 21,9% da população total. Roraima tem a menor população: 631.181.

A cidade de São Paulo ainda é a mais populosa (12,3 milhões de pessoas), seguida do Rio de Janeiro (6,75 milhões) e de Brasília, incluindo as cidades do DF (3,05 milhões). O município com menos gente, 776 habitantes, é Serra da Saudade, em Minas Gerais.

As estimativas populacionais são usadas, por exemplo, como base para o cálculo do Fundo de Participação de Estados e Municípios.

Fonte: O Antagonista


terça-feira, 25 de agosto de 2020

JOVEM ENCONTRA 425 MOEDAS DE OURO COM MAIS DE 1.100 ANOS EM ISRAEL

 

O jovem Oz Cohen estava trabalhando como voluntário em uma escavação arqueológica em Israel quando encontrou 425 moedas de ouro que datam de 1.100 anos atrás. As informações são da BBC.

"Foi incrível. Cavei no chão e quando cavei o solo, vi o que pareciam ser folhas muito finas. Quando olhei de novo, vi que eram moedas de ouro", contou Cohen à BBC.

As moedas são do início da era de domínio islâmico, quando a região ainda era parte do Califado Abássida.

Juntas, as moedas pesam cerca de 845 g e valiam o suficiente para comprar uma casa de luxo nas principais cidades do califado na época em que foram enterradas.

"A pessoa que enterrou este tesouro há 1.100 anos deve ter esperado recuperá-lo, e até mesmo prendeu o pote com um prego para que não se movesse", disseram os diretores da escavação, Liat Nadav-Ziv e Elie Haddad, da Autoridade de Antiguidades de Israel, em um comunicado.

A nota dos arqueólogos continua: "Encontrar moedas de ouro, certamente em quantidade tão considerável, é extremamente raro. Quase nunca as encontramos em escavações arqueológicas, visto que o ouro sempre foi extremamente valioso, derretido e reutilizado de geração em geração".

Fonte: UOL

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

SEBASTIANISMO: COMO A MORTE DE UM REI RESULTOU EM UM MASSACRE BIZARRO

 

No dia 24 de junho de 1578, um Exército de 24 mil portugueses, comandado pelo seu rei dom Sebastião I, partiu de Lisboa e após quase um mês navegando pelo Atlântico em 847 embarcações chegou a Tânger, no Marrocos. Dali marchou por sete dias até a cidade de Alcácer-Quibir.

O objetivo era atacar, com seus cavaleiros, lanças, espadas, arcabuzes e canhões, o rei marroquino Abd al-Malik. A vitória mataria dois coelhos: afastaria as ameaças dos muçulmanos ao litoral português e o país seria o protagonista de um processo de cristianização e colonização do norte da África.

Mas o desastre foi total para os portugueses. Abd al-Malik também tinha cavaleiros, lanças, espadas, arcabuzes e canhões. E a vantagem de um Exército de 60 mil homens. Três marroquinos para cada português. Metade do Exército lusitano foi morto na batalha e a outra metade, presa.

O corpo de dom Sebastião nunca seria encontrado. Aos 24 anos, o rei não deixou herdeiro ao trono e Portugal seria governado pela Espanha por 60 anos. Do fim misterioso de dom Sebastião surgiu o sebastianismo, a crença mística de que ele voltaria para afastar o domínio estrangeiro ou para livrar dos seus opressores os pobres e infelizes.

O mais popular divulgador do sebastianismo foi o sapateiro da vila portuguesa de Trancoso Gonçalo Annes Bandarra, que previu, em poemas, a volta de dom Sebastião, “o Desejado”.

Suas Trovas fizeram enorme sucesso. Foram proibidas pela Inquisição, mas continuaram circulando clandestinamente por décadas, mesmo após sua morte. A lenda se espalhou por Portugal e, 260 anos mais tarde, tornou-se realidade no alto de uma montanha próxima à cidade de São José do Belmonte, sertão de Pernambuco, transformando-se em um dos episódios mais bizarros e sinistros da história brasileira.

Tudo começou em 1838, na Pedra Bonita (hoje, Pedra do Reino) – um platô encimado por dois rochedos paralelos, cada um com 30 m de altura –, quando João Antônio Vieira dos Santos começou a abordar os habitantes mostrando-lhes duas pepitas, as quais ele dizia serem preciosas. João Antônio afirmava que as havia conseguido graças ao rei dom Sebastião, que o conduzia todos os dias em sonho a seu esconderijo.

O rei português ainda lhe teria indicado que o desencanto e a revelação de seu reino estariam próximos e, assim que isso acontecesse, ele retornaria ao mundo como o Messias. Para dar fundamento, digamos, acadêmico a seus argumentos, o profeta levava consigo, além das pedrinhas, os textos de As Trovas do Bandarra, que tanto sucesso haviam feito em Portugal.

“Esse fato demonstra a perspicácia do falso profeta, que, conhecendo o nível de esclarecimento de seus ouvintes, apropriou-se de uma narrativa de convencimento”, diz Marcio Honório de Godoy, da PUC-SP e autor de O Desejado e o Encoberto, sobre o sebastianismo.

Moradores de sítios vizinhos começaram a aderir à crença e visitar o complexo rochoso encantado, onde dom Sebastião dormia, segundo suas pregações. Com a popularidade crescendo, o profeta foi coroado rei de Pedra Bonita, cargo provisório enquanto dom Sebastião não despertava. Mas a agitação atraiu os olhares das autoridades.

O movimento provocava o esvaziamento da mão de obra rural e disseminava uma seita pagã. Enfim, um caso de polícia e de Igreja. O padre Francisco José Correia, respeitado na região, foi acionado. “O embusteiro João Antônio então se apresentou ao sacerdote, arrependeu-se de sua conduta e devolveu-lhe as falsas pedras”, conta Belarmino de Souza Neto, historiador e autor de Flores do Pajeú: História e Tradições.

O que deveria ser o fim do sebastianismo sertanejo gerou uma crença ainda mais fanática e perigosa. João Antônio assumiu a farsa e saiu da cidade, mas antes passou a coroa para o cunhado João Ferreira.

O segundo rei de Pedra Bonita também dizia ter visões de dom Sebastião e intensificou a divulgação da profecia. Carismático, ganhou muita popularidade e conseguiu aumentar o número de seguidores para 300.

Eles o chamavam de “Sua Santidade El-Rei” e beijavam-lhe os pés. Decidiu estabelecer sua corte ali mesmo, junto às duas grandes rochas de Pedra Bonita – local de rituais de desencantamento que permitiram ao outro rei, o desaparecido em Alcácer-Quibir, e que no momento dormia, voltar ao mundo real.

É nesse momento que as coisas começaram a degringolar. Ferreira decidiu estabelecer sua casa em um dos blocos de rocha. Nela, eram promovidos festejos e beberagens entre seus associados, que se drogavam com manacá e jurema, ervas com propriedades alucinógenas, para conseguir entrar no reino de dom Sebastião.

Na segunda torre de pedra, foi escavado o santuário – que servia de refeitório e para os rituais de desvirginamento, nos quais, após cerimônias de casamento, as noivas eram oferecidas em primeira mão ao monarca.

O que o novo rei pregava foi registrado, em 1875, por Antônio Attico de Souza Leite, do Instituto Arqueológico da Província de Pernambuco. “Um iluminado ali congregou toda a população para o advento do reino encantado do rei dom Sebastião, que irromperia castigando, inexorável, a humanidade ingrata”, escreveu.

O dia a dia dos sebastianistas era ocupado por rezas e cantorias. Na rotina não entravam a preocupação com vestimentas ou com a higiene. Também não se tomava o cuidado de cultivar vegetais ou criar animais. Caravanas de jagunços de confiança do rei eram despachadas para recolher doações ou saquear fazendas vizinhas e, se possível, buscar novos adeptos.

Ferreira tinha ideias próprias de quais seriam os rituais exigidos para promover o desencantamento de dom Sebastião. “Era necessário banhar as pedras e regar todo o campo vizinho com sangue dos velhos, dos moços, das crianças e dos irracionais”, registrou Antônio Attico.

A loucura começaria para valer na manhã de 14 de maio de 1838. Ferreira anunciou que, numa visão, dom Sebastião lhe garantira que o sangue dos seguidores o traria de volta. Durante três dias, os fiéis, embalados por gritos, danças hipnóticas, música e bebidas alcoólicas, mataram 30 crianças, 12 homens, 11 mulheres e 14 cães.

Os cadáveres amontoavam-se e eram colocados na base das duas pedras de maneira simétrica, separados por sexo, idade e qualidade, esta última determinada de acordo com o tipo de promessa e da entrega de entes queridos ao sacrifício que eles houvessem feito. Quem se recusava ao sacrifício era tido como infiel e desprezível. “Os mais fanáticos entendiam tal recusa como uma quebra na continuidade do ritual de desencanto”, afirma Honório de Godoy.

A loucura assassina de Sua Santidade El-Rei fez surgir um terceiro personagem. Pedro Antônio Viera dos Santos, irmão do primeiro rei, João Antônio, resolveu frear o ritual. Tomou a palavra e fez um discurso carismático anunciando que ele também tinha uma mensagem de dom Sebastião para divulgar.

“Ele anunciou que dom Sebastião lhe apareceu em uma visão cobrando o sangue do segundo rei para o desencantamento ser concluído”, afirma o historiador Belarmino de Souza.

Os fiéis apoiaram imediatamente a sugestão e começaram a gritar: “Viva El-Rei dom Sebastião! Viva nosso irmão Pedro Antônio!” Deposto do seu título e na condição de um simples súdito, João Ferreira, o amalucado messias, foi arrastado ao sacrifício. Seu crânio foi esmigalhado e o corpo amarrado, pés e mãos, ao tronco de duas árvores grossas. Ao vencedor, Pedro Antônio, foi passada a coroa. Era ele, agora, o terceiro regente de Pedra Bonita. Sua primeira medida foi decretar a suspensão imediata dos assassinatos.

Mas tamanho horror não poderia escapar às autoridades. Enquanto no alto do morro a transição entre os dois reinados acontecia, as denúncias dos sacrifícios humanos chegavam ao conhecimento do major Manuel Pereira da Silva, autoridade militar de São José do Belmonte.

Um vaqueiro, José Gomes, fugido de Pedra Bonita, relatou as barbaridades. Curiosamente, o delator destacava a frustração dos integrantes por terem sacrificado inocentes em vão, já que dom Sebastião não havia desencantado.

O major partiu no dia seguinte rumo à Pedra Bonita. Liderava um grupo formado por dois de seus irmãos, Cypriano e Alexandre, e 26 soldados. Após um dia de caminhada, e ainda distante do local da seita, a caravana fez uma pausa embaixo de alguns umbuzeiros.

A poucos metros do abrigo, no entanto, encontrou-se de frente com o novo rei dos sebastianistas, Pedro Antônio, acompanhado de um séquito numeroso de pessoas armadas com porretes e facões. O rei e sua corte haviam deixado Pedra Bonita fugindo do cheiro dos cadáveres insepultos.

O encontro pegou os dois grupos de surpresa. Os militares, em campo aberto, pareciam em desvantagem diante dos sebastianistas. Mas estes estavam exaustos. Na batalha que se seguiu, o major ganhou a guerra, mas pagou caro pela vitória. O rei, Pedro Antônio, e 16 de seus seguidores foram mortos.

Do lado dos militares, cinco vítimas fatais, inclusive os dois irmãos do major. Ali, debaixo dos umbuzeiros, terminava, em 17 de maio de 1840, o sangrento reinado dos sebastianistas da Pedra Bonita, sem que dom Sebastião acordasse para socorrê-los. O messianismo não se extinguira no imaginário brasileiro. Grupos semelhantes surgiram. Um dos maiores, no interior da Bahia, em 1896, foi liderado por Antônio Conselheiro e gerou a Guerra de Canudos.

Fonte: AH

sábado, 22 de agosto de 2020

HÁ 78 ANOS, O BRASIL DECLARAVA GUERRA AOS PAÍSES DO EIXO

 

O Brasil ainda digeria as medidas centralizadoras do Estado Novo quando a Segunda Guerra Mundial eclodiu na Europa, em 1939. O país tentava dar os primeiros passos no caminho da industrialização e mantinha relações comerciais importantes tanto com a Alemanha quanto com os Estados Unidos.

A neutralidade no conflito também deixava o governo de Getúlio Vargas numa posição confortável para barganhar seus interesses, e o presidente viu ali uma boa oportunidade para executar seus projetos mais ambiciosos.

Um deles era obter financiamento para modernizar e reequipar as Forças Armadas, consolidando assim o apoio militar a seu governo. Outro objetivo de Getúlio era angariar recursos para construir a Companhia Siderúrgica Nacional, inaugurando uma nova fase de desenvolvimento no País.

O jogo duplo, no entanto, não seria tão simples. Apesar da identificação do Estado Novo com os regimes totalitaristas europeus, uma série de acordos diplomáticos deixava o Brasil cada vez mais alinhado com os americanos. Em 1940, a Conferência de Havana determinou que qualquer tentativa contra a integridade das Américas seria tomada como uma agressão a todos os países do continente.

Era a imposição da hegemonia dos Estados Unidos na região, sob o manto dos ideais pan-americanistas. Essa supremacia contaria com um forte plano de influência cultural no Brasil. Foi nessa época, por exemplo, que os Estúdios Disney criaram o personagem Zé Carioca, o papagaio simpático e boa praça que enfatizava a política da boa vizinhança e dava vida à suposta amizade entre brasileiros e americanos.

Em 1941, após o ataque a Pearl Harbour e a entrada dos Estados Unidos na guerra, a pressão tornou-se insustentável. Washington convocou a 3ª Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores das Repúblicas Americanas, realizada no Rio de Janeiro, em janeiro de 1942. Entre as várias resoluções aprovadas no encontro, o Brasil concordou em cortar relações com os países do Eixo.

Cedeu também a uma antiga pressão do presidente americano, Franklin Roosevelt, que queria permissão para usar os portos e bases do Norte e Nordeste brasileiro. Em troca, o Brasil receberia armamentos mais modernos para garantir sua defesa.

Semanas depois do encontro, os U-boats alemães afundaram vários navios brasileiros em nossa costa, provocando uma indignação generalizada da população. Tornara-se inevitável entrar no conflito. Em agosto de 1942, Getúlio declarou guerra aos países do Eixo e, em fevereiro de 1943, encontrou-se com Roosevelt na cidade de Natal.

Lá, discutiram a ideia de criar uma força militar brasileira para participar do conflito. E, assim, Getúlio aprovou a proposta de criação da Força Expedicionária Brasileira (FEB). O País estava a um passo de entrar no maior conflito de todos os tempos.

A reação dos países do Eixo ao alinhamento do Brasil com os Estados Unidos, em janeiro de 1942, foi imediata e violenta. Dezenas de submarinos alemães entraram em nossas águas e afundaram vários navios mercantes brasileiros entre o início de 1942 e o final da guerra. Ao todo, 35 embarcações foram torpedeadas, das quais 26 na costa brasileira e no Caribe. O saldo estimado de mortos chegou a 845 pessoas, entre tripulantes, militares e civis, incluindo mulheres e crianças.

O maior algoz foi o U-507, que levou a pique oito navios brasileiros e dois estrangeiros. Em apenas três dias, ele afundou cinco embarcações, entre elas o Baependi, que levava a bordo 265 pessoas. Os ataques provocaram grande indignação no Brasil, e vários estabelecimentos comerciais de alemães foram destruídos pela população enfurecida.

Os manifestantes pediam uma reação de Getúlio Vargas e exigiam que o País entrasse na guerra ao lado dos aliados. O pedido foi atendido, e o presidente declarou estado de guerra em todo o país no dia 22 de agosto de 1942.

Fonte: AH

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

A CURIOSA HISTÓRIA DOS "ESTADOS UNIDOS DO BRASIL"

 

República dos Estados Unidos do Brasil, o nome pode até parecer meio estranho, mas foi assim que nosso país foi chamado até pouco tempo atrás. Essa nomenclatura foi usada oficialmente desde 1891, época em que começou vigorar a primeira Constituição republicana do país.

O Brasil só deixou de ser Estados Unidos em 1967, há 53 anos, durante a ditadura militar — mais precisamente sob o comando do general Arthur da Costa e Silva —, quando passou a vigorar, em 15 de março, a Constituição brasileira de 1967.    

Naquela ocasião, o documento foi denominado simplesmente como “Constituição do Brasil”, ao contrário de suas versões anteriores que tinham o nome de "Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil" ou "Constituição dos Estados Unidos do Brasil".

Um ano depois, em 1968, uma lei estabeleceu que o nome “Estados Unidos” fosse substituído por “República Federativa”, o que deveria ser aplicado em símbolos nacionais, brasões e até mesmo em selos oficias.

Já em 1969, uma emenda alterou partes do texto, que, naquele momento, passaria a se chamar Constituição da República Federativa do Brasil, o mesmo nome que permaneceu na Constituição de 1988 — que está em vigor até hoje.

O nome “Estados Unidos do Brasil” perdurou por quase 75 anos, substituindo o famoso “Império do Brasil”, que começou a ser usado a partir da Constituição de 1824 e vigorou até 1889.

Em 1891, o uso de “Estados Unidos” foi feito com a ideia de explicitar a nova postura do novíssimo regime republicano, que, ao contrário do que vigorava no Império, não se baseava no Estado unitário.

Assim, esse documento era uma maneira de promover a ideia de uma descentralização política e de mostrar que havia uma nova relação entre o poder central e as antigas províncias do país, que passariam a se chamar de Estado — conquistando maior autonomia.

Além do nome, esse modelo também foi inspirado na Constituição americana. Um ponto importante a se observar é que, naquela época, a grafia de nosso país ainda utilizava o “z” (Brazil), e só passamos a ser “Brasil” em um decreto de 1931.

O nome “Estados Unidos” permaneceu na Constituição em três ocasiões, na de 1934, de 1937 e a de 1946. Apenas a Carta autoritária de 1937, que é comumente conhecida como “polaca” devido as suas semelhanças com a Constituição Polonesa de 1935, fez uma pequena alteração nessa nomenclatura, chamando o país de “Estados Unidos do Brasil”, retirando a palavra república”, que só voltaria em 1946.

De acordo com os jornais brasileiros daquela época, a mudança no nome não gerou muita discussão na sociedade. Mas qual o intuito de abandonar o nome “República do Estados Unidos do Brasil”?

Muitos historiadores apontam que os militarem a fizeram com a intenção de que o nome oficial de nosso país não fosse confundido com o dos americanos. Além do mais, essa mudança de nomenclatura era muito mais cabível com as mudanças radicais que a sociedade sofria.

Além de República dos Estados Unidos do Brasil ou Estados Unidos do Brasil e República Federativa do Brasil, nosso país já recebeu inúmeros outros nomes. Antes da Independência, por exemplo, éramos a Terra de Santa Cruz, mas também já fomos Pindorama (nome dado pelos indígenas), Terra Nova, Terra do Brasil, Terra dos Papagaios, Vice-Reino do Brasil ou até mesmo Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, entre outros.

Fonte: AH

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

O TERROR AÉREO QUE ABALOU O PAÍS: A QUEDA DO FOKKER-100 DA TAM EM CONGONHAS

 

O voo TAM 402 havia saído do Rio Grande do Sul em uma rota doméstica até Curitiba, quando, então iria partir para São Paulo com o objetivo de chegar, finalmente, no Rio de Janeiro. Contudo, essa rota ficou marcada na História após um trágico desfecho.

Até chegar no aeroporto de Congonhas, todos os voos haviam ocorrido dentro da normalidade, com a exceção de um pequeno detalhe: havia uma falta de sincronização entre a potência dos motores da nave. O que não seria um problema, afinal, o piloto José Antônio Moreno e o copiloto Ricardo Luís Gomes Martins já colecionavam mais de 260 horas de voo com o modelo Fokker 100.

Contudo, o problema foi avaliado de forma imprudente. Embora acreditassem que o erro poderia ser contornado manualmente, o avião apresentou defeitos em um de seus mecanismos essenciais, o reversor de empuxo — utilizado para pousar.

O reversor faz força contra o sentido que a aeronave está seguindo. Dessa forma, auxilia na redução de velocidade da aeronave e deixa o freio ameno, todavia, em hipótese alguma deve ser acionado durante um voo: pode causar uma tremenda instabilidade.

Era a manhã do dia 31 de outubro de 1996, e Moreno avisou para a torre de comando que estava tudo ok para taxiar o avião — ele e Martins, como manda o protocolo, checaram todas as revisões necessárias e possíveis antes da decolagem, não identificando nada de errado.

Prontamente colocados de frente para a pista, um alarme soou na cabine. Os pilotos acreditavam que o sinal havia sido emitido por causa dos pequenos problemas que já estavam cientes, e que seriam contornados com facilidade. Todavia, o alarme fora disparado por problemas no reversor.

Já iniciando a decolagem, a nave, que acelerava cada vez mais, soou novamente um alarme, que também foi ignorado pelos pilotos que julgavam já saber do que se tratava. Atingindo 242 km/h o avião decolou, mas o reversor de empuxo do motor direito acabou sendo acionado — ele estava frouxo — e somente o lado esquerdo fazia o Fokker acelerar.

Com muito esforço, os pilotos conseguiram controlar o ângulo de decolagem, mas somente por poucos segundos — especificamente seis. Depois desse intervalo, o reversor voltou a se abrir, fazendo a velocidade cair drasticamente. Para piorar, a tensa situação havia feito Moreno e Martins se esquecerem de recolher os trens de pouso, prejudicando a aerodinâmica e estabilidade do voo 402.

À essa altura, eles já estavam praticamente condenados. O que aconteceu depois foi somente a confirmação do que o episódio previa. Apenas 40 metros acima do solo, o avião perdeu completamente sua sustentação. A asa direita começou a apontar para o chão, não demorou para o colosso de metal com 45 toneladas colidir com um conjunto de casas na zona sul da capital paulista.

Três pessoas que estavam na rua acabaram sendo atingidas pelo avião. O trem de pouso — que não estava recolhido — entrou pela janela de uma das casas, atingindo a sala de estar, onde os moradores da residência haviam deixado cerca de 20 segundos antes da enorme roda atravessar a janela.

Durante as investigações, o Centro de Investigações e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) citou as gravações de dados do voo apontando que o reversor de um dos motores continuou em trânsito, solto. 

Quanto aos erros dos profissionais, apontaram o fator psicológico para os pilotos, que eram relativamente novos — um tinha 35 e o outro 28. Além disso, a falta de orientações sobre o fato de que o problema estava no reversor poderiam ter evitado todo o desenrolar da história, que acabou se tornando o acidente aéreo com mais mortes envolvendo um avião Fokker 100, e um dos mais letais da história do país. Todos os 96 passageiros e tripulantes, além de três pessoas que estavam na rua, morreram.

Fonte: AH

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

JULGAMENTO EM SALÉM CONDENA ACUSADAS DE BRUXARIA

 

No dia 19 de agosto de 1692, ocorreu um dos julgamentos do episódio que ficou conhecido como "Bruxas de Salém", onde mulheres foram julgadas por bruxaria, na pequena povoação de Salém, Massachusetts (EUA). Os julgamentos chegaram ao fim naquele mesmo ano, no mês de outubro. O medo da bruxaria começou quando uma escrava negra chamada Tituba contou algumas histórias sobre vudus. Tituba e outras mulheres foram julgadas pelo juiz Samuel Sewall. O medo da bruxaria durou cerca de um ano e, neste período, aproximadamente 30 pessoas, a maior parte mulheres, foram condenadas e executadas

Fonte: History UOL

terça-feira, 18 de agosto de 2020

PROMULGADA A LEI QUE REGULAMENTA A PROFISSÃO DE HISTORIADOR NO BRASIL

 

Foi promulgada a lei que regulamenta a profissão de historiador no Brasil. A promulgação foi publicada na edição da madrugada desta terça-feira (18) do "Diário Oficial da União" (DOU).

A lei havia sido vetada pelo Presidente Jair Bolsonaro, mas o Congresso derrubou o veto em sessão remota no dia 12 de agosto.

De acordo com o texto, poderá exercer a profissão de historiador aqueles que tiverem diploma de curso superior, mestrado ou doutorado em História e profissionais de outras áreas que tenham exercido a profissão por mais de cinco anos.

A especialização com linhas de pesquisa relacionadas à área também será considerada. Se a formação do historiador tiver sido em universidade estrangeira, o curso precisará ser revalidado no Brasil.

A proposta diz que o historiador pode, entre outras atividades, dar aula, fazer pesquisas, assumir serviços de documentação e informação histórica, cuidar da preservação de documentos. Também é necessário registro profissional para exercer a função.

Fonte: G1

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

A ESTÁTUA DE ATLAS: GIGANTE DE PEDRA

 

A gigantesca estátua do deus Atlas, com 14 metros de altura, instalada no salão principal do Museu Arqueológico de Agrigento, na Sicília, vai ganhar, em breve, uma concorrente de peso pela atenção dos turistas: uma segunda estátua, cuja restauração foi concluída em julho e que, em vez de ir para o museu, voltará ao seu lugar original, o Templo de Zeus. Com 8 metros de altura, o monumento ficará a céu aberto, na mesma posição em que os arqueólogos acreditam que ela esteve na antiguidade. O parque arqueológico da cidade anunciou em julho que a obra de arte, uma das esculturas mais famosas da ilha, será colocada de pé. A pequena comuna de Agrigento é famosa por seus templos e ruínas, riquezas do período em que os gregos colonizaram o sul da Itália e a Sicília, formando a Magna Grécia. O chamado Vale dos Templos, um dos mais importantes complexos arqueológicos do Mediterrâneo, reconhecido como Patrimônio Mundial pela Unesco, reúne diversas necrópoles, túmulos e fortes, além de oliveiras e amendoeiras centenárias.

Segundo o professor da Universidade de São Paulo (USP) e doutor em História Antiga pela Sorbonne, Marcelo Rede, a reinstalação da estátua tem, num primeiro momento, além da importância histórica, efeitos puramente turísticos. “O templo faz parte de um parque arqueológico muito visitado. Ao que parece, o maior do estilo dórico construído no mundo grego, com mais de 100 metros de comprimento, com cinqüenta de altura”, diz. Na mitologia grega, Atlas era um titã ou deus que foi forçado a suportar o céu nos ombros após ser derrotado por Zeus, divindades de uma segunda geração de deuses, conhecidos como olímpicos. “Trata-se de um conflito no qual Zeus, liderando a nova geração de deuses olímpicos, derrota a geração anterior, de seu pai, Cronos, e seus aliados, os Titãs. Por isso, chamam também de Titanomaquia, ou popularmente: a batalha de Titãs”, explica Marcelo Rede. Há diversas versões da narrativa, mas a mais conhecida e respeitada entre os historiadores é a que foi transmitida por Hesíodo, na Teogonia.

Acredita-se que o antigo edifício dedicado a Zeus era adornado por 40 estátuas dessa magnitude e que nunca tenha sido de fato terminado. A reinstalação da estátua é o ponto alto de um longo processo de reconstrução que acontece em Agrigento. Os trabalhos para elevar a estátua no Vale dos Templos começarão em breve, mas devido à pandemia, não possuem uma data definida. Arqueólogos e arquitetos levaram dez anos para montar e catalogar as peças que compõem a obra. De acordo com o diretor do parque, Roberto Sciarratta, a idéia de todo esse processo é resgatar e restaurar parte do esplendor original que o templo de Zeus possuía. Essas renovações, além de estimular o turismo, vêm para celebrar a fundação da antiga cidade de Akragas, agora a moderna Agrigento, há quase 2.600 anos.

A cidade foi um dos principais centros populacionais da região durante a idade de ouro da Grécia Antiga e possui sete templos gregos muito bem preservados. Acredita-se que a construção desses templos tenha acontecido em uma época que a região contava com mais de cem mil habitantes. Erguidos num período de 100 anos, os templos permanecem entre os exemplares mais famosos e magníficos da arquitetura grega. Localizados em uma cordilheira, são estruturas criadas para impressionar qualquer mortal. Foi inclusive chamada pelo poeta Píndaro de “a cidade mais bela dos mortais”, devido às maravilhas do Vale dos Templos.

Entretanto, como acontece em muitos impérios, a cidade foi destruída pelos cartagineses em 406 a.C. E a região entrou em decadência. Foram anos de batalhas nas famosas Guerras Púnicas até que cartagineses e romanos entrassem em um acordo. Roma assumiu o controle da cidade somente em 210 a.C. São séculos e mais séculos de história. Partes de templos foram usados para a construção de outros monumentos, mas o que restou da velha cidade ainda impressiona os visitantes. Há na Sicília um misto de passado e futuro que faz da ilha italiana um dos lugares mais bonitos do mundo. Para os organizadores do parque arqueológico da cidade, erguer a estátua em frente ao templo é uma forma de Atlas servir mais uma vez, mas agora como guardião de uma cidade feita para os deuses e festejada por toda a humanidade.

Fonte: Isto É

sábado, 15 de agosto de 2020

“A FACE DE DEUS”: ESTUDO ANALISA CABEÇAS DE PEDRA ENCONTRADAS EM JERUSALÉM

 

Em novo estudo, publicado na revista Biblical Archaeology Review, o professor de arqueologia Yosef Garfinkel analisa os achados do templo de Tel Moza, descoberto em Jerusalém em 2012, e conclui que as três cabeças de estatuetas masculinas seriam antigas representações de Deus, ou Yahweh, como os hebreus o chamavam. 

Embora duas das cabeças tenham sido encontradas no templo de Tel Moza, e a última foi encontrada na escavação de Khirbet Qeiyafa, a 32 quilômetros também de Jerusalém, todos os artefatos datariam dos séculos 9 e 10 a.C.. 

Também foram encontradas duas estátuas representando cavalos em Tel Moza. Assim, o pesquisador acredita que as cabeças estariam antes ligadas ao corpo de cavaleiros. Isso porque, na Bíblia, no livro de Salmos, Yahweh seria descrito como “cavaleiro das nuvens” ou “cavaleiro dos céus”. 

Para o autor do estudo, essas representações de Deus em forma humana teriam uma importância fundamental para os antigos povos hebreus. “Assim como o fiel vê a face do ídolo, naquele exato momento o ídolo também olha para o fiel. Este é um momento metafísico, um contato entre a terra e o céu, o cerne da experiência religiosa.”, conclui.

Fonte: AH


sexta-feira, 14 de agosto de 2020

FATOS MISTERIOSOS SOBRE A MORTE DE PC FARIAS

Paulo César Farias e Suzana Marcolino foram assassinados misteriosamente no dia 23 de junho de 1996, em uma casa de praia em Maceió. Eles foram encontrados deitados na cama sem vida, cada um com um tiro no peito, que levou à morte imediata.

PC Farias foi tesoureiro da campanha de Fernando Collor de Mello. Acusado de corrupção durante a campanha eleitoral, ele foi o personagem central do escândalo que levou ao impeachment do ex-presidente Collor. Além disso, foi condenado por crimes de sonegação de impostos, falsidade ideológica e enriquecimento ilícito. Quando morreu respondia a vários processos e estava em liberdade condicional. Confira abaixo 5 mistérios sobre a morte de PC Farias e Suzana.

1. O culpado pelo assassinato

Foi enviado a Maceió um grupo de 11 peritos, liderado pelo legista Badan Palhares, da Universidade Estadual de Campinas, que chegou à conclusão de que Suzana teria matado o namorado enquanto ele dormia, e depois se suicidara. Testemunhas admitiram que ouviram o casal discutindo logo depois do jantar.

No entanto, essa hipótese foi questionada pelo professor de Medicina Legal da Universidade Federal de Alagoas, George Sanguinetti. Estudando e analisando a cena do crime, ele concluiu, pela localização do ferimento, posição do corpo de PC, estatura de Suzana e pelo ângulo do disparo, que “a única forma de ela ter apertado o gatilho era se estivesse levitando”.

O Júri também descartou a possibilidade de homicídio seguida de suicídio. O laudo de Sanguinetti afirma que não há crime passional com um único disparo, além de que o tiro foi de profissional, "Jamais Suzana Marcolino teria condições de ser a autora do disparo. Havia uma hemorragia interna com 1 litro de sangue no pulmão esquerdo e meio litro no pulmão direito.", declarou o professor. O culpado não foi identificado até os dias de hoje, e o crime segue sem decisão concreta.

2. A arma do crime 

Foi descoberto que o revólver usado no assassinato fora comprado por Suzana, uma semana antes do crime, com um cheque assinado por ela.

Ângela Maciel, prima e sócia de Suzana, afirmou em depoimento à Folha que a compra da arma foi feita porque ela estava sendo seguida nos dias que antecederam a sua morte. "A Suzana contava que tinha muito medo porque estava sendo seguida. Toda vez que ela saía da casa do PC, um carro a acompanhava à distância. Foi por isso que ela comprou a arma para deixar com a mãe", declarou Ângela.

Em 1996, a empresa Amadeo Rossi confirmou que vendeu o revólver para a Polícia Militar de Alagoas. O primeiro comprador foi o PM José Adolfo da Silva, que pagou R$216 pelo objeto. Depois, o soldado afirmou à Folha que revendeu a arma por falta de dinheiro, mesmo não podendo fazer isso. Após essa primeira venda, o revólver foi sido revendido várias vezes, até chegar nas mão de Suzana.

Duas décadas depois, porém, A Justiça alega que a arma foi perdida. Parte do armamento guardado na central de custódia de armas e munições do fórum de Maceió havia desaparecido. Gilberto Pitágoras, foi preso em dezembro de 2014 acusado de revender as armas, mas foi libertado logo depois, respondendo o crime em liberdade.

3. Ex-seguranças absolvidos

Apesar do julgamento ter definido a causa da morte como homicídio duplo, os quatro réus, que eram ex-seguranças de PC, foram absolvidos pelo júri.

Na opinião do advogado criminalista Antônio Cláudio de Oliveira, não existe contradição na decisão do júri. Ele afirmou que: “Há casos, não são poucos, em que se reconhece a existência do crime, mas o apontado autor do crime venha a ser absolvido. Estão apenas dizendo: ‘esse réu ou esses réus’ não foram os autores do crime. É a tese que foi acolhida pelos jurados no caso de Maceió”.

Adeildo Costa dos Santos, José Geraldo da Silva, Josemar Faustino dos Santos e Reinaldo Correia de Lima Filho foram acusados pela promotoria geral como omissos, por não terem impedido as mortes, sendo esse o seu trabalho principal como seguranças.

4. Queima de colchão 

O jardineiro da casa onde ocorreu o crime foi a primeira testemunha do júri popular dos quatro ex-seguranças acusados. Leonino Tenório Carvalho confirmou que queimou o colchão onde o patrão e a namorada teriam sido encontrados sem vida, na casa de praia de Gauxuma, litoral norte de Maceió.

"Eu falei com o Flávio (referindo-se ao tenente chefe da segurança de PC Farias) que estava com mau cheiro. Aí eu perguntei ele, disse a ele que estava podre, e ele ligou para não sei quem, e mandou fazer a limpeza e jogar fora. Peguei o colchão e meti fogo. Eu pensei que não ia incomodar", disse ele em depoimento.

Logo em seguida, o garçom de Paulo César, Genival da Silva França, confirmou ter recebido a ordem para destruição das provas, e alegou que a autorização para queima do colchão foi dada pelo primeiro delegado do caso, Cícero Torres (que depois foi afastado das investigações após o laudo usado como base para definir crime passional ter sido contestado).

5. Casa onde ocorreu o crime 

Com os anos, a casa de praia que foi palco do crime afastou-se de sua fama mórbida e vem ganhando outros fins. Ela já foi usada para casamentos de amigos e familiares do ex-tesoureiro morto.

Um sobrinho de PC casou no local e a filha dele, Ingrid, também chegou a emprestar a casa para um casal de amigos realizar um casamento. O cenário, apesar de seus fantasmas, é muito propício para casamentos por conta do local onde fica, dando acesso à uma praia deserta.

Fonte: AH


quinta-feira, 13 de agosto de 2020

POR QUE O CORAÇÃO DE DOM PEDRO I FOI SEPARADO DO CORPO?

 

Dom Pedro I é conhecido como a figura ilustre que realizou o Grito da Independência, em 7 em de setembro de 1822 — mesmo que com dor de barriga. Desde o início não tão glorioso, depois dos seus quase 9 anos de reinado, o governo do monarca teria um fim deprimente, com notável enfraquecimento político. Por conta própria, o imperador então abdicou ao trono, em abril de 1831.

Aqueles tempos definitivamente não foram fáceis para o soberano: passou seus dias finais vivendo o luto e batalhas. E os finalizou decaído e doente, longe de qualquer glória. Para completar, seu coração foi separado do resto do corpo — uma vontade fúnebre e inusitada do monarca. Mas, afinal, por que ele teve esse desejo?

Vamos começar contextualizando os últimos dias do monarca. D. Pedro I teve que deixar tudo para trás e se mudar para a Europa em 7 de abril de 1831, em uma longa viagem, na companhia da segunda esposa, Dona Amélia. 

Novamente, não encontrou grande apoio dos europeus, mesmo após tentar encontrar aliados na França e no Reino Unido. Como resultado, reivindicou seu título de Duque de Bragança — nome para o qual nem se quer era mais herdeiro direto. 

Após o nascimento da filha dele, D. Maria Amélia, Pedro se viu tendo que deixar a esposa e a criança para lutar na Guerra Civil Portuguesa, em 1832. Foi um baque, mas ele teve que superar. Em 9 de julho, entrou na cidade do Porto e liderou um grupo liberal. 

Por estar em inferioridade numérica, o exército do ex-imperador não tinha grandes vantagens. Tudo piorou em 1833, quando ele ficou sabendo que sua filha, Paula (fruto de sua relação com Maria Leopoldina), estava prestes a morrer. No meio da guerra, infelizmente, o luto não teve espaço. 

Sem muitos sucessos, D.Pedro I teve que assinar uma aliança com exércitos espanhóis e, depois, um tratado de paz em 26 de maio de 1834. Entretanto, nessa altura, a guerra já havia o minado demais. Sua saúde decaiu e, com imunidade baixa, o líder político contraiu tuberculose. Morreu em decorrência da doença em 1834.

O que poucos sabem é que D.Pedro I deixou em seu testamento, logo antes de morrer, que queria que seu coração permanecesse na cidade do Porto. E essa vontade final tinha total relação com a Guerra Civil Portuguesa que tanto o desgastou.

Foi justamente em Porto que o português viveu por 13 meses (de julho de 1832 a agosto de 1833). E lá foi o palco da disputa que ele teve com seu irmão Dom Miguel I, travada no conflito. Então, essa ligação afetiva entre seus últimos dias e o cenário bélico geraram em Pedro o desejo de deixar uma parte dele, que estava ligada à cidade portuguesa — literalmente, o seu coração. 

Em 1972, as demais partes dos restos mortais de D.Pedro I foram levadas ao Brasil, e estão no bairro do Ipiranga, em São Paulo. Mais precisamente, na cripta do Monumento à Independência.

Já o órgão que bombeia o sangue, como sabemos, está bem mais longe: repousa dentro de um recipiente de vidro, na Igreja de Nossa Senhora da Lapa, em Porto. Curiosamente, a água do vidro é trocada uma vez a cada década pela prefeitura local.

Não dá para dizer que o coração está guardado a sete chaves, pois são, na verdade, cinco — a primeira abre uma placa de metal; a segunda e a terceira movimentam uma rede; a quarta, mexe uma urna; e a quinta, desloca uma caixa de madeira.

É curioso lembrar que, em vida, a Imperatriz Leopoldina, Dona Amélia ou a amante Domitila de Castro podem ter até tido as chaves para o coração de Dom Pedro. Mas em termos biológicos, e não de afeto, os responsáveis agora são tecnicamente os seis funcionários que realizam o processo de abertura para a manutenção do órgão.

Fonte: AH


quarta-feira, 12 de agosto de 2020

MADAME SATÃ, O TRANSFORMISTA QUE ABALOU A SOCIEDADE CARIOCA NO SÉCULO 20

Nascido em Glória do Goitá, em Pernambuco, no dia 25 de fevereiro de 1900, João Francisco dos Santos seria pouco conhecido por seu nome de batismo ao longo da vida. Também não se alinhou as origens; tornou-se, ao longo da juventude, um símbolo da boemia carioca depois que passou a residir no Rio de Janeiro, em 1907. 

Criado em uma família pobre com outros 17 irmãos, transcrevia as dificuldades familiares em pequenos delitos ainda quando adolescente, mas abusando de um carisma carregado na ironia e extroversão. Vivendo na Lapa, tornou-se uma figura conhecida localmente durante a primeira metade do século 20, principalmente por brigas. 

Aprendeu cedo a arte da capoeira, se metendo em diversas brigas com frequentadores de bares e, principalmente policiais. Em 1971, chegou a justificar em entrevista ao jornal O Pasquim, que costumava brigar com militares por não aceitar o tratamento que os mesmos tinham com pessoas negras, pobres e homossexuais — três características que ele tinha. 

Antônio chegou a trabalhar de segurança, garçom, cozinheiro em casas noturnas e ser capoeirista nas horas vagas, mas foi no teatro que se adequou com maior facilidade. Ao mesmo tempo que fazia questão de ser regrado em ensaios, contrastava com um comportamento enérgico nas ruas. Em 1928, chegou a atirar contra um vigilante noturno chamado Alberto, que durante a queda bateu a cabeça e faleceu. 

Apesar de absolvido, a pena foi uma das primeiras que o artista acumulou, junto de 29 outros processos posteriores — incluindo 13 agressões e 3 homicídios — que totalizaram 27 anos preso em diversas épocas de sua vida. O sossego surgiu parcialmente em 1938, quando passou a ser elogiado e premiado pela fantasia que montou no bloco de rua ‘Caçador de Veados’. A vestimenta, nomeada Madame Satã, seria um símbolo da inserção artística de Antônio. 

Apelidado com o mesmo nome da fantasia, passou a ser figura frequente nos carnavais cariocas, mas continuou sendo preso por brigas e pequenos delitos. Para diminuir os problemas com intrigas regionais, viajou para São Paulo na década de 1940, mas foi novamente preso por atirar em um policial. Retornou ao Rio quando completou 50 anos de idade, decidido a fazer seu primeiro espetáculo. 

Como artista teatral, passou a realizar imitações de Carmen Miranda e apresentações como transformista, sendo um dos símbolos nacionais da cultura drag. Apesar de ser assumidamente homossexual, a mescla da personalidade viril masculina com os traços externos repletos de brilho construíram a imagem influente. 

Em seu livro de memórias, escrito por Sylvan Paezzo, o artista compartilhou que não tinha problema em ter relações com mulheres, mas que gostava “mais de ser bicha”. Aos 34 anos, mostrou seu lado familiar; casou-se com a amiga Maria Faissal e, juntos, adotaram 6 crianças, sendo a primeira uma criança de rua. De acordo com ele, a educação e o amparo formaram uma funcionária pública do Ministério da Justiça e um delegado de Polícia. 

Em seus anos finais, comparecia em todas as homenagens que lhe dedicavam, sempre de maneira calma e bem menos agressiva que em sua juventude. Internado como indigente em um hospital em Angra dos Reis, foi reconhecido pelo cartunista Jaguar e levado para uma clínica médica de alto padrão, onde um câncer em estado grave foi identificado. Morreu meses depois, aos 76 anos de idade.

Fonte: AH


terça-feira, 11 de agosto de 2020

GAROTO DE OITO ANOS DE IDADE É ALGEMADO DEPOIS DE BATER EM PROFESSORA

Apesar ter ocorrido em dezembro de 2018, somente agora que um vídeo de um garoto de oito anos de idade sendo algemado pela polícia nos Estados Unidos começou a repercutir na internet. O caso aconteceu em Key West, na Flórida, e a polícia foi acionada depois que o menino deu um soco em sua professora.

No relatório feito pelos policiais, o garoto teria ofendido a educadora e a ameaçado dizendo que “minha mãe vai acabar com você”. De acordo com o portal UOL, a briga teve início quando o garoto não estava devidamente sentado em sua cadeira, e teria sido algemado para que tomasse um “susto”. 

Através do vídeo veiculado em redes sociais, é possível ver que as mãos do garoto eram tão pequenas que as algemas ficavam caindo. O advogado especialista em direitos civis, Ben Crump, uma das pessoas que compartilhou o episódio, afirmou que o menino tinha pouco mais de um metro e meio e apenas 23 quilos, além de ter deficiência. 

O advogado disse, ainda, que o garoto teria sido levado para uma delegacia para que fosse fichado como um adulto. Os policiais aparecem dando lições de moral ao menino, já o chefe da polícia de Key West, Sean T. Brandenburg, disse a um jornal local que seus policiais não fizeram nada de errado. Não se tem conhecimento sobre o andamento do caso.

Fonte: AH


segunda-feira, 10 de agosto de 2020

DE TENTAR SEQUESTRAR MICHAEL JACKSON A TESOURO PERDIDO: 5 HISTÓRIAS INACREDITÁVEIS DE PABLO ESCOBAR

 

Conhecido pelo apelido "El Patrón", Pablo Escobar se tornou um dos nomes mais polêmicos do século 20. Liderando o Cartel de Medellín, o narcotraficante passou a ter bilhões de dólares de maneira descontrolada.

Todavia, como era de se esperar, o dinheiro tem uma origem maldita. Por trás do império corrupto do criminoso, não faltam episódios marcados por sequestros, atentados, violações e homicídios. 

1. Derrubou um avião

Não é novidade que o narcotraficante Pablo Escobar era um homem implacável e sanguinário. Um episódio que aconteceu em 27 de novembro de 1989 foi a prova viva disso. Um avião Boeing 727 fazia um voo da capital Bogotá até a cidade de Cali. Cinco minutos depois da decolagem explodiu no céu colombiano, matando todos os passageiros e três pessoas atingidas no solo.

O objetivo de Escobar era matar o candidato à presidência da Colômbia César Gaviria, que não tinha embarcado no avião. A bomba, acreditam as autoridades, fora implantada pelos traficantes terroristas por meio de uma carga explosiva dentro de uma pequena mala, que um capanga do cartel levava consigo. O atentado horrorizou o país e fez com que as buscas pelo chefe do cartel de Medellín se intensificassem.

2. Sequestro de Michael Jackson

Em 2017, Juan Pablo Escobar revelou em uma entrevista que o pai tinha uma mirabolante ideia para atender um pedido dele e arrecadar mais dinheiro para o cartel. Juan se incomodava com o fato de somente os mesmos artistas tocarem na Hacienda Nápoles, e para seu aniversário queria algo diferente.

Os dois entraram em acordo e concordaram que, se pudessem trazer qualquer artista no mundo todo, o escolhido seria Michael Jackson. Então, Escobar teve a ideia de arquitetar um sequestro após a apresentação, sob o pretexto de uma apresentação na propriedade do colombiano, que tinha espaço de sobra para o show particular. Depois disso, no entanto, os capangas de Pablo iriam somente soltar Jackson se ele pagasse a quantia de 60 milhões de dólares.

O plano, felizmente, nunca foi para frente, especialmente por coincidir com o momento em que o chefe do cartel de Medellín passou a ser procurado pela Polícia Nacional da Colômbia, tratado como inimigo da nação. Com isso, teve não somente que abandonar o bizarro plano, bem como sua gigantesca propriedade.

3. Triângulo amoroso mortal

Pablo Escobar, apesar de casado, se envolvia com as mais belas mulheres graças a sua influência e dinheiro, e foi assim que ficou com Wendy Chavarriaga Gil, uma modelo de beleza exuberante. Para o azar dela, acabou engravidando do traficante, que a obrigou a realizar um aborto forçado.

Como forma de se vingar, passou a trabalhar como informante para a polícia — uma vez que, com o tempo que tinha passado com El Patrón, conhecia algumas operações e diversos contatos do cartel. Não somente isso, seu plano também envolvia seduzir o jovem e leal capanga de Pablo, John Jairo Velásquez Vásquez, o Popeye. Os dois começaram uma relação, no entanto, quando o chefe do crime ficou sabendo, se prontificou de saber se ela estava sendo monitorada pela polícia — e estava.

Depois de descoberto, Escobar nem precisou de detalhes para que Popeye percebesse que tinha que matar a sua amada. Depois de marcar um almoço e não aparecer, Wendy estava sozinha em um restaurante repleto de capangas, que a assassinaram com pistolas e revólveres.

4. Tesouro Perdido

Toda a riqueza de Escobar era baseada na cocaína, portanto ilícita. Porém, mesmo na época de sua morte ele tinha uma fortuna absurda, cerca de 30 bilhões de dólares — tanto que aprecia diversas vezes na lista de pessoas mais ricas do mundo pela revista Forbes. O dinheiro era tanto que o as notas eram espalhadas por toda Colômbia, como revelou o irmão de Escobar, Roberto.

Porém, não existe registro que aponte onde estão todos os esconderijos. A família de Escobar — sua mulher e filho — afirmam que os rivais do cartel de Cali ficaram com maior parte da herança suja da família, mas a quantia que tiveram com certeza não é o valor total. Por isso, existem milhares de dólares perdidos pelo país, em geral enterrados, para que a polícia não pudesse encontrá-los, deu certo.

5. Hipopótamos

Essa história é mais conhecida, mas ainda assim é um grande retrato de como o poder de Escobar era tamanho em seu auge. Na Hacienda Nápoles, o traficante decidiu abrir um zoológico com animais exóticos, entre eles quatro hipopótamos, únicos bichos  ilegais na Colômbia.

Porém, pela fácil adaptação ao ambiente tropical colombiano, e grande taxa reprodutiva da espécie, os paquidermes se fixaram e acostumaram bem ao ambiente. Por isso, depois do confisco da fazenda pelas autoridades nacionais, muitos animais foram resgatados, menos os hipopótamos, que, agressivos, não deixavam ser levados e permanecem até hoje no ambiente.

Fonte: AH

domingo, 9 de agosto de 2020

HISTÓRIA DO DIA DOS PAIS

Francisco Carnaúba, meu pai

 Atualmente, tal como o dia das mães, o dia dos pais é uma das datas mais prestigiadas no mundo como um todo e no Brasil, em especial. Entretanto, pouco se sabe sobre a origem dessa data.

No Brasil, ela é comemorada no segundo domingo de agosto, mas já foi comemorada fixamente no dia 16 desse mesmo mês. Nos Estados Unidos e em várias outras nações, a data é comemorada no terceiro domingo de junho; em Portugal e Espanha, em 19 de março; na Rússia, no dia 23 de fevereiro. Mas qual é a razão dessas diferenças?

Origem da comemoração nos Estados Unidos

O dia dos pais passou a ter repercussão mundial a partir do início do século XX, quando a data foi institucionalizada nos Estados Unidos da América. Os Estados Unidos comemoraram pela primeira vez o dia dos pais em 19 de junho de 1910. Tal data foi escolhida a partir da sugestão de uma moça chamada Sonora Louis Dodd, que quis homenagear seu pai, William Jackson Smart.

Smart era um veterano da Guerra Civil Americana que, após a morte da esposa, teve que criar sozinho Sonora e os outros filhos. A homenagem de Sonora começou em 1909, em sua cidade, Spokane, no estado de Washington. O dia em questão, 19 de junho, era a data de nascimento de seu pai. O gesto simples da moça acabou por mobilizar muitas pessoas da mesma cidade a fazer o mesmo tipo de homenagem. De Spokane, a prática alastrou-se para outros estados dos EUA.

Entretanto, em 1966, houve uma alteração na comemoração da data em decorrência de outros fatores. Do dia 19 de junho, a comemoração passou para o terceiro domingo de junho. Em 1972, o presidente Richard Nixon declarou o terceiro domingo de junho como o dia oficial da comemoração do dia dos pais. Essa data foi adotada como modelo por vários países ocidentais.

Origem da comemoração no Brasil

No Brasil, o dia dos pais só foi comemorado pela primeira vez em 1953, no dia 16 de agosto. Ao contrário do que ocorreu nos EUA, essa data não foi pensada como forma de homenagem local e simples, que se alastrou depois, sem planejamento. Na verdade, ela foi pensada por um publicitário chamado Sylvio Bhering, à época diretor do jornal O Globo e da rádio homônima.

O objetivo de Bhering era tanto social quanto comercial. A tentativa inicial foi associar a data ao dia de São Joaquim, pai de Maria, mãe de Jesus Cristo, que é comemorado em 16 de agosto, no calendário litúrgico da Igreja Católica, já que a população brasileira era predominantemente constituída de católicos. No entanto, nos anos seguintes, a data também foi deslocada para um domingo, o segundo domingo do mês de agosto – e assim permanece até hoje.

O caso particular de outros países

Há o caso de outros países nos quais o dia dos pais está relacionado com aspectos culturais muito específicos. É caso, por exemplo, de Portugal, Espanha, Itália, Andorra, Bolívia e Honduras, que o comemoram em 19 de março. Isso ocorre porque tais países, também de tradição católica, associam o dia dos pais ao dia de São José, esposo de Maria.

Um caso curioso é o da Rússia, que celebra o dia dos pais em 23 de fevereiro. O motivo é o fato de que esse dia também é reservado à comemoração do Dia do Defensor da Pátria Local – data celebrada desde 1919. As duas datas acabaram por se entrelaçar.

Fonte: Brasil Escola