PC Farias foi tesoureiro da campanha de Fernando
Collor de Mello. Acusado de corrupção durante a campanha eleitoral, ele foi
o personagem central do escândalo que levou ao impeachment do ex-presidente
Collor. Além disso, foi condenado por crimes de sonegação de impostos,
falsidade ideológica e enriquecimento ilícito. Quando morreu respondia a vários
processos e estava em liberdade condicional. Confira abaixo 5 mistérios sobre a
morte de PC Farias e Suzana.
1. O culpado pelo assassinato
Foi enviado a Maceió um grupo de 11 peritos, liderado
pelo legista Badan Palhares, da Universidade Estadual de Campinas, que chegou à
conclusão de que Suzana teria matado o namorado enquanto ele dormia, e depois
se suicidara. Testemunhas admitiram que ouviram o casal discutindo logo depois
do jantar.
No entanto, essa hipótese foi questionada pelo
professor de Medicina Legal da Universidade Federal de Alagoas, George
Sanguinetti. Estudando e analisando a cena do crime, ele concluiu, pela
localização do ferimento, posição do corpo de PC, estatura de Suzana e pelo
ângulo do disparo, que “a única forma de ela ter apertado o gatilho era se
estivesse levitando”.
O Júri também descartou a possibilidade de homicídio
seguida de suicídio. O laudo de Sanguinetti afirma que não há crime passional
com um único disparo, além de que o tiro foi de profissional, "Jamais
Suzana Marcolino teria condições de ser a autora do disparo. Havia uma
hemorragia interna com 1 litro de sangue no pulmão esquerdo e meio litro no pulmão
direito.", declarou o professor. O culpado não foi identificado até os
dias de hoje, e o crime segue sem decisão concreta.
2. A arma do crime
Foi descoberto que o revólver usado no assassinato
fora comprado por Suzana, uma semana antes do crime, com um cheque assinado por
ela.
Ângela Maciel, prima e sócia de Suzana, afirmou em
depoimento à Folha que a compra da arma foi feita porque ela estava sendo
seguida nos dias que antecederam a sua morte. "A Suzana contava que tinha
muito medo porque estava sendo seguida. Toda vez que ela saía da casa do PC, um
carro a acompanhava à distância. Foi por isso que ela comprou a arma para
deixar com a mãe", declarou Ângela.
Em 1996, a empresa Amadeo Rossi confirmou que vendeu o
revólver para a Polícia Militar de Alagoas. O primeiro comprador foi o PM José
Adolfo da Silva, que pagou R$216 pelo objeto. Depois, o soldado afirmou à Folha
que revendeu a arma por falta de dinheiro, mesmo não podendo fazer isso. Após
essa primeira venda, o revólver foi sido revendido várias vezes, até chegar nas
mão de Suzana.
Duas décadas depois, porém, A Justiça alega que a arma
foi perdida. Parte do armamento guardado na central de custódia de armas e
munições do fórum de Maceió havia desaparecido. Gilberto Pitágoras, foi preso
em dezembro de 2014 acusado de revender as armas, mas foi libertado logo
depois, respondendo o crime em liberdade.
3. Ex-seguranças absolvidos
Apesar do julgamento ter definido a causa da morte
como homicídio duplo, os quatro réus, que eram ex-seguranças de PC, foram
absolvidos pelo júri.
Na opinião do advogado criminalista Antônio Cláudio de
Oliveira, não existe contradição na decisão do júri. Ele afirmou que: “Há
casos, não são poucos, em que se reconhece a existência do crime, mas o
apontado autor do crime venha a ser absolvido. Estão apenas dizendo: ‘esse réu
ou esses réus’ não foram os autores do crime. É a tese que foi acolhida pelos
jurados no caso de Maceió”.
Adeildo Costa dos Santos, José Geraldo da Silva,
Josemar Faustino dos Santos e Reinaldo Correia de Lima Filho foram acusados
pela promotoria geral como omissos, por não terem impedido as mortes, sendo
esse o seu trabalho principal como seguranças.
4. Queima de colchão
O jardineiro da casa onde ocorreu o crime foi a
primeira testemunha do júri popular dos quatro ex-seguranças acusados. Leonino
Tenório Carvalho confirmou que queimou o colchão onde o patrão e a namorada
teriam sido encontrados sem vida, na casa de praia de Gauxuma, litoral norte de
Maceió.
"Eu falei com o Flávio (referindo-se ao tenente
chefe da segurança de PC Farias) que estava com mau cheiro. Aí eu perguntei
ele, disse a ele que estava podre, e ele ligou para não sei quem, e mandou
fazer a limpeza e jogar fora. Peguei o colchão e meti fogo. Eu pensei que não
ia incomodar", disse ele em depoimento.
Logo em seguida, o garçom de Paulo César, Genival da
Silva França, confirmou ter recebido a ordem para destruição das provas, e
alegou que a autorização para queima do colchão foi dada pelo primeiro delegado
do caso, Cícero Torres (que depois foi afastado das investigações após o laudo
usado como base para definir crime passional ter sido contestado).
5. Casa onde ocorreu o crime
Com os anos, a casa de praia que foi palco do crime
afastou-se de sua fama mórbida e vem ganhando outros fins. Ela já foi usada
para casamentos de amigos e familiares do ex-tesoureiro morto.
Um sobrinho de PC casou no local e a filha dele,
Ingrid, também chegou a emprestar a casa para um casal de amigos realizar um
casamento. O cenário, apesar de seus fantasmas, é muito propício para
casamentos por conta do local onde fica, dando acesso à uma praia deserta.
Fonte: AH
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