.

.

terça-feira, 30 de junho de 2020

ARCO DO SACRIFÍCIO: O IMPONENTE PORTÃO DO INFERNO DA ROMA ANTIGA

Durante todo o Império Romano, a religião era um dos assuntos mais sagrados, levado a sério por todos os líderes e pela população no geral. Naquela época, a espiritualidade tinha um papel fundamental e, assim, definia a sociedade e suas relações de poder.

Muito além dos sacerdotes e dos deuses, a religião romana também contava com ritual brutal, mas que, para eles, significava muita coisa: o sacrifício animal. Em tais cerimônias, as vítimas mortas tinham diversos de seus órgãos — como fígado, pulmão e coração — queimados em forma de oferenda.

Apesar de espiritual, é possível imaginar o quão sangrento e bagunçado era o ritual de sacrifício. Litros de sangue eram derramados e, de certa forma, os animais não eram mortos com piedade e dignidade — não que essa fosse a intenção.

Por esses e outros motivos, os sacerdotes de Hierápolis, na atual Turquia, agradeceram aos céus quando encontraram um portal que se dispunha a fazer o sacrifício por eles. Para muitas autoridades pagãs, no entanto, aquela era a verdadeira entrada do inferno.

 Corpo ou alma?

Logo na frente de uma pequena gruta, um imponente arco de pedra chamava atenção daqueles que caminhavam pelas ruas de Hierápolis. Silencioso e quase cruel, a construção ficava lá, encarando os moradores com um tom letal e despretensioso.

Em volta do enorme arco ficavam grandes arquibancadas que, segundo literaturas da época, eram usadas por fiéis que desejavam assistir aos sacrifícios à todo custo. O interesse pelo mórbido, afinal, era algo comum para a época da luta de gladiadores.

Foi exatamente naquele portal que, na frente de centenas de pares de olhos, os pobres animais — como vacas e bois — morriam magicamente, sem sofrimento aparente e sem uma gota de sangue. Bastava passar por baixo do arco de pedra. 

Um ritual misterioso

Para as muitas testemunhas dos sacrifícios, não era apenas a ausência de sangue que chocava. Sempre que um animal era enviado ao portal, ele era acompanhado por um sacerdote que também passava pelo arco, mas chegava ao outro lado são e salvo.

Com a nova forma de realizar o ritual, muito mais limpa e simples do que a anterior, o povo foi à loucura. Aquela, afinal, era uma demonstração vinda direto dos deuses, que diziam, com todas as letras, estar satisfeitos com os sacrifícios.

A cerimônia se seguiu assim por anos. Um sacerdote vinha, acompanhado por uma vaca saudável e passava com ela pelo portal. Quase instantaneamente, o animal caía no chão, já sem vida, enquanto o homem passava ileso pelas portas do inferno.

Investigador do passado

Em meados de 2011, desconfiado das histórias da época, o cientista Hardy Pfanz decidiu explorar o sítio arqueológico de Hierápolis. Na cidade antiga, percebeu que o terreno da gruta continuava funcionando até aquele momento. Isto é: caso um pássaro voasse por entre as pedras do arco, ele logo atingia o chão, inconsciente. 

Cada vez mais intrigado pela lenda que agora parecia verdade, Hardy, que é especialista em vulcões pela Universidade de Duisburg-Essen, na Alemanha, decidiu analisar o solo de Hierápolis. Assim, ele descobriu algo inusitado que explicava todas as teorias.

De forma geral, a antiga cidade romana fica localizada logo acima de uma área de intensa atividade geofísica. Assim, diretamente abaixo do arco, uma fenda no chão liberava porções constantes de dióxido de carbono (CO2). 

A ciência explica

Durante o dia, segundo o próprio especialista, o vazamento de CO2 acabava por se dispersar no ar, devido às altas temperaturas. À noite, no entanto, o gás tóxico formava uma camada letal de 40 centímetros de profundidade ao redor do portão.

Ao anoitecer, inclusive, a concentração da nuvem de CO2 chegava aos 35%. Assim, um pouco mais baixos que os humanos, os animais inalavam o gás impiedoso. Tontos pela intoxicação, então, eles mergulhavam o focinho na piscina letal e morriam em segundos.

Segundo Hardy, os sacerdotes romanos tinham total conhecimento das horas mais fatais do dia e usavam dessa sabedoria para sacrificar ainda mais animais. Para eles, no entanto, o CO2 era uma espécie de “hálito letal dos guardiões do inferno”.

segunda-feira, 29 de junho de 2020

APÓS DENUNCIA DE MAUS TRATOS DE ANIMAIS, POLICIAIS ENCONTRAM CRIANÇA MANTIDA EM JAULA

De acordo com informações do UOL, três pessoas foram presas depois de terem sido denunciadas por maus tratos de animais no estado do Tennessee, nos Estados Unidos. No entanto, quando as autoridades chegaram ao local indicado se depararam com outra cena triste: uma criança de um ano de idade era mantida em uma jaula.

A denúncia era, inicialmente, apenas a respeito de animais, e a polícia se surpreendeu com a existência de uma jaula com alguns brinquedos. No mesmo local eram mantidas oito cobras, ratos, diversas galinhas, mais de 50 cães, coelhos, periquitos e gatos. A propriedade continha ainda 127 pés de maconha e 17 armas. 

A denúncia levou à prisão de uma mulher e dois homens, sendo um deles um idoso de 82 anos. Eles estão respondendo por crimes como abuso infantil e crueldade animal. Os três estão presos sob fiança de 300 mil dólares e terão de se apresentar à corte.

Fonte: Aventuras na História

domingo, 28 de junho de 2020

ESTEVÃO, O PAPA QUE LEVOU O CADÁVER APODRECIDO DE SEU ANTECESSOR A JULGAMENTO

Igreja Católica passava por uma época turbulenta no fim do século 9. Enquanto no século 20 Roma teve oito papas, no século 9 contavam-se às dezenas os que se sucederam no cargo — a maioria na casa dos 30 anos. “Em alguns casos, os papas terminavam assassinados, eram depostos, fugiam”, diz a historiadora Valéria Fernandes da Silva, especialista em História da Igreja.

As poderosas famílias de Roma tinham influência na Santa Sé, o que levou algumas pessoas perturbadas a sentar no trono de Pedro. Mas em termos de bizarrice, nenhum superou Estevão.

No começo de 897, o papa Estevão VI (alguns o citam como Estevão VII) tomou uma atitude excêntrica: ordenou a exumação de seu antecessor, Formoso, morto nove meses antes do outro tomar posse. 

No evento conhecido como sínodo cadavérico, o corpo do papa-defunto, vestido de insígnias e ornamentos, foi julgado e condenado por excesso de ambição. Estevão excomungou Formoso, que foi despido de suas vestes papais e teve amputados os dedos da mão direita, utilizado para abençoar os fiéis.

Seu corpo ainda foi atirado no Rio Tibre, uma pena que fazia parte de inúmeras condenações a criminosos na época.

Depois do ocorrido, a popularidade de Estevão foi para o fundo do Tibre junto com o corpo de Formoso. Ele foi deposto numa rebelião e estrangulado até a morte, ainda em 897. No ano seguinte, o novo papa João IX anulou o sínodo cadavérico no Concílio de Ravena e ordenou o retorno do corpo de Formoso, resgatado do rio, à tumba, na Basílica de São Pedro.

“Foi talvez o período mais conturbado da história do papado”, diz a historiadora Valéria Silva. “Coisas assim são um sintoma da instabilidade da Igreja, da crise de autoridade e da ingerência das grandes famílias”, conclui.

Fonte: Aventuras na História

quinta-feira, 25 de junho de 2020

COVID-19 JÁ MATOU MAIS BRASILEIROS QUE A SANGRENTA GUERRA DO PARAGUAI

A pandemia matou um número maior de brasileiros que o conflito mais sangrento na qual o País se envolveu em sua História: a guerra do Paraguai. Provocada pela ousadia paraguaia de tentar anexar o Rio Grande do Sul, em 1865, a guerra durou 5 anos e matou 50 mil brasileiros. Até terça-feira (23), já tinham morrido 52,6 mil brasileiros em 4 meses, desde o primeiro caso de infecção no dia 27 de fevereiro.

Se mais de 50 mil brasileiros não voltaram para casa daquela guerra, no caso dos paraguaios as baixas foram mais expressivas: 300 mil mortos.

A ideia era criar o “Grande Paraguai” com parte da Argentina, o Uruguai e o Rio Grande do Sul. Acabou pequeno e ocupado por quase dez anos.

Fonte: Diário do Poder

quarta-feira, 24 de junho de 2020

MACACOS TOMAM CIDADE TAILANDESA E PESSOAS SE SENTEM "APRISIONADAS"

De acordo com a agência de notícias AFP, a cidade de Lopburi, na Tailândia foi dominada por milhares de macacos, que se encontram soltos nas ruas, enquanto os habitantes locais permanecem dentro de casa devido ao grande número de animais.

"Vivemos em uma gaiola e os macacos vivem em liberdade", comenta a moradora Kuljira, que precisou cobrir a cobrir a parte de trás de sua casa com uma cerca, para evitar que os primatas entrem em sua residência.

Além disso, o cheiro que a região exala é outro fator que está incomodando os tailandeses “Os excrementos estão por toda parte, o cheiro é insuportável, especialmente quando chove”, continuou Kuljira, dona de um pequeno comércio no centro da cidade.

De acordo com a reportagem, a população de macacos cresceu consideravelmente nos últimos três anos, hoje em dia cerca de 6 mil macacos convivem com 27 mil humanos, em Lopburi.

Isso aconteceu depois que os animais foram expulsos de seu lugar de origem e viveram inicialmente presos em torno de um templo na região. Entretanto, logo os bichos se reproduziram e tomaram conta das ruas. Os animais chegaram a tomar edifícios, além de dificultarem a abertura de comércios, muitos foram fechados devido ao grande número.

Soluções 

Atualmente, o objetivo dos governantes é conseguir conter as espécies, a fim de devolver uma vida normal para os moradores de Lopburi. Pensando nisso, os representantes iniciaram uma campanha de castração dos primatas, para impedir que eles se proliferem.

“Em 20 de junho, o primeiro dia da campanha, capturamos 100, mas operamos apenas metade.”, disse Narongporn Daudduem, diretor do Departamento de Parques e Vida Selvagem de Lopburi, à AFP.

Contudo, os moradores temem que essa iniciativa de esterilização não seja suficiente, e por isso, pedem uma solução permanente, como por exemplo, que os macacos sejam mandados para um local específico para eles, fora da cidade. Até lá, os cidadãos continuarão enfrentando esse problema.

terça-feira, 23 de junho de 2020

TESOURO VIKING DE 1.000 ANOS É REVELADO NA ESCÓCIA

Um instigante tesouro de mil anos foi encontrado na região de Galloway, Escócia.  De acordo com pesquisadores, os itens teriam pertencido aos vikings. O achado inclui um broche de prata irlandês, artefatos de ouro e cristal e uma seda de Istambul, armazenados numa panela.

Os objetos datam entre os séculos 9 e 10 e teriam feito parte de um acervo parcialmente já conhecido desde 2014, com mais de 100 peças localizadas no local. Segundo Richard Welander, do Historic Environment Scotland, essa é uma das descobertas dos vikings mais importantes da História.

“Antes de remover os objetos, tomamos a medida bastante incomum de escanear o pote em tomografia computadorizada, para que pudéssemos ter uma ideia aproximada do que estava lá e planejar melhor a extração delicada processo”, lembrou o pesquisador.

“Esses objetos impressionantes nos fornecem uma visão incomparável do que estava acontecendo nas mentes dos vikings em Galloway todos esses anos atrás. Eles nos falam sobre as sensibilidades da época, revelam demonstrações de rivalidades reais e alguns dos objetos trazem um senso de humor, pelo qual os vikings nem sempre são conhecidos."


Fonte: Aventuras na História

segunda-feira, 22 de junho de 2020

TERCEIRO REICH: 5 CASOS QUE COMPROVAM QUE O NAZISMO NÃO ERA DE ESQUERDA

1. Minha Luta

Em seu próprio livro, Minha Luta (Mein Kampf), Hitler já mostrava como sua posição era diferente das ideologias de esquerda. A confusão entre as políticas corporativas e autocráticas da proposta nazista com lógica comunitarista e planificadora do comunismo marxista era até mesmo uma espécie de piada para o Führer. “Quantas boas gargalhadas demos à custa desses idiotas e poltrões burgueses, nas suas tentativas de decifrarem o enigma da nossa origem, nossas intenções e nossa finalidade! A cor vermelha de nossos cartazes foi por nós escolhida, após reflexão exata e profunda, com o fito de excitar a esquerda, de revoltá-la e induzi-la a frequentar nossas assembleias; isso tudo nem que fosse só para nos permitir entrar em contato e falar com essa gente”, escreveu o nazista.

2. Horror aos “vermelhos”

Os ideais comunistas presentes na retórica marxista eram de total repulsa para o político austro-alemão. Ainda no Mein Kampf, no capítulo A Luta com os Vermelhos, Hitler analisa a relação ideal a se estabelecer entre o povo alemão e as ideologias classistas de esquerda, colocando a necessidade do combater o marxismo impregnado na sociedade alemã.

Defendendo o aniquilamento dos socialistas, anarquistas e esquerdistas em geral, durante seu governo, milhões de membros de movimentos de esquerda foram mortos ou torturados em campos de concentração, juntamente aos judeus.

3. Propriedade privada

A principal condição para que se considere um posicionamento comunista é a de ser a favor do fim da propriedade privada. No entanto, essa não era a premissa para o regime instaurado por Hitler — muito pelo contrário. O líder fez com que muitas empresas conseguissem se estabelecer economicamente e, ainda, lucrar com o autoritarismo e antissemitismo da ideologia nazista.

Segundo o artigo Aposta em Hitler — O valor das conexões políticas na Alemanha Nazista, de Thomas Ferguson e Hans-Joachim Voth, uma em cada sete empresas aprovavam o nazismo no início dos anos 1930. Os autores apontam que muitas estavam envolvidas com o regime, e foram muito bem compensadas por isso. A tese ainda revela que as instituições que apoiaram o movimento nazista tiveram uma alta extraordinária e incomum, com retornos avaliados em 5 a 8% entre o período de janeiro e março de 1933.

4. Raça superior

A ideologia nazista não visava uma sociedade igualitária, tal qual prega o comunismo, mas sim uma raça superior — totalmente o oposto do que dizem as teorias de esquerda. Em uma sociedade sem opressões, não haveria espaço para um posicionamento de superioridade baseada na biologia.

Além disso, o marxismo também leva em conta uma análise materialista do mundo, não biológica, como o nazismo. Ao usar o “social-darwinismo” como base, Hitler insiste que o poder deveria estar com os indivíduos mais aptos, — para ele, a raça ariana, — e não com a massa da classe trabalhadora.

5. Invasão à URSS

Colocando seu ódio aos comunistas em prática, o Führer invadiu a União Soviética, a maior representação da ideologia na época, em junho de 1941, na chamada Operação Barbarossa. Com o intuito de acabar com a ameaça do bloco frente ao mundo, o nazista liderou suas tropas para conquistar as terras do da URSS.

Na tentativa de cumprir sua velha promessa de enterrar o comunismo e ampliar o espaço vital para a raça ariana, Hitler organizou a gigantesca ação militar, que envolveu mais de 3 milhões de homens, 3.580 veículos blindados, 7 mil peças de artilharia e milhares de aviões. "Só temos de chutar a porta e toda a estrutura podre desmoronará”, afirmou o líder.

Fonte: Aventuras na História

domingo, 21 de junho de 2020

MARINA CHAPMAN, A MENINA CRIADA POR MACACOS E VENDIDA PARA UM BORDEL

Sem ter muita certeza de sua idade, uma pequena menina de cabelos castanhos olhava para o topo das árvores e sentia o acolhimento da densa floresta que a cercava. Seus pezinhos estavam descalços e ela podia sentir a grama gelada entre os dedos.

O som da selva colombiana a envolvia, enquanto a criança tentava recuperar memórias, quaisquer que fossem, de sua família. Jovem demais, ela mal sabia falar e não se lembrava do nome da aldeia onde morava.

Aos poucos, o rosto de seus pais foram desaparecendo de sua consciência e a menininha passou a encontrar familiaridade em outro lugar. Acolhida por um bando de macacos-prego, foi assim que Marina Chapman alega ter vivido durante cinco anos.

Perdida na selva

Natural da Colômbia, agora aos 70 anos, Marina conta sobre seus anos em uma floresta misteriosa à qualquer um que pergunte. Orgulhosa de seu passado selvagem, ela conta que nasceu em 1950 e que foi tirada de sua família quando ainda era muito pequena.

Uma de suas memórias mais vívidas diz respeito ao dia de seu sequestro. Ela lembra de estar brincando em seu jardim, na Colômbia, quando dois homens agarraram seus braços e a carregaram até o centro de uma floresta, para abandoná-la, sozinha.

Assustada e sem qualquer amparo, Marina afirma que foi acolhida por um grupo de pequenos macacos-prego, que cuidaram dela durante cinco anos. Assim, da mesma forma que Mogli ou Tarzan, ela foi criada pelos primatas.

Conforme o tempo passava, a menina foi perdendo as maneiras humanas, esqueceu-se do espanhol e passou a viver de sons, expressões faciais e puro instinto. O sentimento em relação aos macacos, todavia, era sempre de carinho e compaixão.

Botas na mata

Marina conta que, quando já estava entrosada demais com os macacos para sequer lembrar que era uma humana, algo aconteceu. Um grupo de caçadores entrou na floresta, encontrou a menina e a arrancou da vida na selva.

O que parecia um resgate, no entanto, logo se tornou mais um episódio emblemático da vida da menina, que já tinha 10 anos. Ela conta que, assim que retornou ao mundo dos humanos, foi vendida para um bordel em Cúcuta, uma cidade da Colômbia.

A fim de escapar das garras da instituição, Marina passou a morar nas ruas e chegou a trabalhar como doméstica na casa de uma família muito rica. Foi apenas aos 14 anos que ela encontrou alguém que estava verdadeiramente disposto a ajudar.

Uma grande virada

Enquanto ainda trabalhava na casa da família — que ela acreditava ser formada por mafiosos —, Marina foi adotada pela filha de uma das vizinhas. Acolhida pela mulher, a criança, então, mudou-se para Bogotá.

Algum tempo mais tarde, aos 27 anos, Marina foi enviada para Bradford, na Inglaterra, ao lado de seus irmãos adotivos, em meados de 1977. Na nova cidade, conheceu um cientista chamado John, com quem se casou e teve duas filhas.

Foi uma das filhas de que Marina, inclusive, quem a convenceu a escrever sua biografia — The girl with no name, ou A garota sem nome, em português. A obra, no entanto, foi rejeitada por diversos editores, que imaginavam não ser autêntica. 

Exames e testes

Durante a idade adulta, Marina foi submetida à diversos testes que buscavam atestar sua história. Para Carlos Conde, professor na Colômbia, os fatos contados pela mulher são 100% verdadeiros.

Quando fez um teste de detector de mentiras, por exemplo, Marina demonstrou um afeto semelhante tanto pelos macacos-prego, quanto por sua família humana. Resultados estes que, segundo os especialistas, são impossíveis de falsificar.

Christopher French, professor de psicologia da Universidade de Londres, no entanto, duvida da versão dos fatos contados por Marina. Para o especialista, a mulher pode ter diversas memórias afetadas por falsas lembranças.

Independentemente dos resultados, Marina afirma que deseja voltar para a Colômbia e rastrear sua família biológica. Mais forte que essa vontade, no entanto, é o sonho de reencontrar os macacos com quem viveu e descobrir se eles ainda lembram dela.


Fonte: Aventuras na História

sexta-feira, 19 de junho de 2020

VÍTIMAS DE UMA MALDIÇÃO? O TRÁGICO FIM DOS IRMÃOS DE DOM PEDRO I

Quando decidiu agir com violência contra um mendigo que lhe pedira ajuda, D. João IV não imaginava que estava atraindo uma praga sobre toda a sua família. Segundo o homem sem teto, nenhum primogênito dos Bragança viveria para chegar ao trono.

Por anos, os herdeiros diretos do Rei de Portugal acreditaram na Maldição dos Bragança. Muitas gerações mais tarde, entretanto, há quem diga que até mesmo os irmãos de Dom Pedro I sofreram com a feitiçaria, rogada em meados do século 17.

Trono impedido

Ao contrário do que a Maldição dos Bragança previa, Dom Miguel I conquistou a tão desejada coroa portuguesa, mas por vias desleais. Casado com a própria sobrinha, o nobre usurpou o trono da jovem D. Maria da Glória.

Em 1834, no entanto, o ambicioso Rei de Portugal foi forçado a abdicar de sua coroa, após certa pressão do irmão, Dom Pedro I. Exilado em Viena, ele casou-se mais uma vez, agora com Adelaide de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg, com quem teve sete filhos.

O gosto amargo da derrota e da fama de usurpador, contudo, seguiram D. Miguel I até seu túmulo. Aos 65 anos, assombrado por suas traições, o ex-monarca faleceu e nunca teve a chance de retornar ao seu tão amado Reino de Portugal.

Violência obstétrica

Entre todos os irmãos de Dom Pedro I, foi Maria Isabel de Bragança quem teve a morte mais traumática e agressiva. Apaixonada por arte, era uma herdeira liberal da corte espanhola quando casou-se com seu tio, o Rei Fernando VII de Bourbon, em 1816.

Logo nos primeiros anos de casamento, Maria Isabel deu à luz sua primogênita, que, infelizmente, faleceu antes de completar dois anos. Deprimida e de luto, a nobre descobriu que a segunda gravidez também não seria nada fácil: o parto da segundo filha do casal deveria ser feito através de uma cesárea.

A posição da bebê no útero da mulher estava tão complexa, que os médicos da corte tiveram de realizar uma cirurgia de emergência. O procedimento foi tão invasivo e violento que Maria Isabel teve uma parada respiratória. Morta aos 21 anos, ela sequer viveu o suficiente para descobrir que sua filha também não resistira ao parto. 

Falta de paixão

Dona de lindos olhos castanhos, Ana de Jesus Maria de Bragança era uma mulher inteligente, extrovertida e cheia de vida. Bastante esbelta, era a última filha de D. João VI e, portanto, a irmã mais nova de Dom Pedro I.

Possivelmente uma filha bastarda, fruto de uma relação adúltera de sua mãe, Ana de Jesus foi a única dos herdeiros que casou por amor, e não por uma aliança política. Em dezembro de 1827, ela assinou o sagrado matrimônio com o general D. Nuno José Severo de Mendonça Rolim de Moura Barreto, com quem teve 5 filhos.


O apaixonado e precoce casamento, no entanto, acabou em poucos anos e, frustrados, os dois nobres se separaram, em meados de 1835. Uma vez sonhadora, sedenta por um amor perfeito, D. Ana de Jesus morreu aos 50 anos, em 1857.

Doença arrebatadora

As infâncias de todos os filhos de D. João VI foram, de certa forma, bastante frenéticas. Com o trono português em constante ameaça, os infantes foram obrigados a abandonar suas terras e viajar para o Brasil, em 1808.

Com Maria da Assunção de Bragança, no entanto, as coisas foram um pouco diferentes. Ela tinha apenas três anos quando a família fugiu de Portugal e, assim, permaneceu no país europeu.

Quando os Liberais ocuparam Lisboa, no entanto, a nobre, aos 28 anos, foi obrigada a mudar-se para Santarém. Após a viagem, Maria da Assunção foi acometida pela cólera-morbo, uma epidemia que assolava o Portugal da época, e não resistiu aos sintomas.

Sorte ou saúde

Escapando da Maldição dos Bragança, as outras três irmãs de Dom Pedro I tiveram fins bem diferentes das tragédias sofridas pelos parentes. Isabel Maria, por exemplo, viveu até os 74 anos, quando morreu de forma natural, após entregar a regência de Portugal ao seu irmão, D. Miguel I.

Maria Francisca de Assis, por sua vez, faleceu tranquilamente, em um vilarejo na Inglaterra, aos 34 anos. Ainda na Europa, Maria Teresa, a última dos irmãos de Dom Pedro I, teve uma vida plena e deu seu último e sereno suspiro aos 81 anos.

Fonte: Aventuras na História

quarta-feira, 17 de junho de 2020

A DESGRAÇA DE MARIA ISABEL DE BRAGANÇA, A IRMÃ NÃO TÃO CONHECIDA DE DOM PEDRO I

Dona Maria Isabel de Bragança foi uma figura singular da história da aristocracia mundial. Ligada às casas de Bragança e Bourbon, provenientes, respectivamente, da herança paterna, com Dom João VI, e materna, com Dona Carlota Joaquina. Famosa por ser irmã de Dom Pedro I do Brasil, ela não teve grande participação na política brasileira, tendo relevância na corte espanhola.

Nascida no palácio imperial português em Queluz, ela fazia parte de um núcleo aristocrático importante, mas em decadência. Era sobrinha de Fernando VII e neta de Carlos IV por parte de mãe, mas era essencialmente da Casa de Bragança, por sua ascendência paterna, ligada ao avô Pedro III.

Aos 10 anos passou por sua primeira conturbação política quando a França invadiu a Península Ibérica. Diante do episódio, o rei Dom João articuladamente conseguiu a fuga da Família Real para o Brasil. Atravessou o Atlântico com a família e chegou ao Rio de Janeiro pouco mais de um mês antes de seu aniversário, passando a viver com a corte no Palácio de São Cristóvão.

O enfraquecimento de Napoleão Bonaparte e a reestruturação das monarquias ibéricas representaram a oportunidade perfeita para a rearticulação entre Portugal e Espanha, dando origem ao casamento de Maria Isabel e sua irmã, Maria Francisca, com membros da corte espanhola, que voltara ao poder em 1813. Como consequência, em 1816, Isabel casou com o rei Fernando VII de Bourbon, em Madrid, na mesma ocasião em que a irmã se casou com Carlos.

Fernando era tio de Maria Isabel, e irmão de sua mãe Carlota Joaquina. Seu matrimônio foi um importante reforço às relações diplomáticas entre as coroas ibéricas, num momento em que se restabeleciam e o relacionamento anterior, entre Carlota e João, era pouco amistoso.

Maria Isabel era uma entusiasta da arte e erudit. Se encaixava perfeitamente entre os membros mais liberais da corte espanhola. Envolveu-se com relevantes grupos de apreciadores de pinturas e poesias, sempre relatando um sonho de criar um grande acervo com as obras pertencentes aos reis espanhóis. Porém, o casamento durou pouco tempo diante das tragédias que abalaram Maria.

Embora tenha concebido duas filhas, Maria Isabel não conseguiu criar herdeiros ou herdeiras para o trono espanhol. Em menos de um ano, ela engravidou da primogênita, que nasceu em 1817, como Maria Luísa Isabel. Porém, no ano seguinte, a garota morreu prematuramente, gerando grande tristeza na irmã de Dom Pedro I.

Logo depois do episódio, Maria Isabel engravidou novamente, numa gestação repleta de complicações. Seu parto foi extremamente difícil, e os médicos da corte optaram pela cesariana, que foi  violenta e repleta de falhas. Foi revelado que o bebê, que receberia o mesmo nome da irmã morta, estava na posição de culatra, ou seja, com a disposição do corpo inversa ao esperado naturalmente, com as pernas viradas para a região baixa do útero, o que resultaria em asfixia com o parto normal.

Logo no início do procedimento, descobriram que a criança falecera antes do parto. Abalada e enfraquecida pelos procedimentos iniciais da cirurgia, Maria teve uma parada respiratória e ficou temporariamente sem reação e, por isso, concluíram que a rainha havia morrido na cirurgia. Os responsáveis pelo parto optaram por uma ação invasiva e violenta para finalização rápida do procedimento, retirando o feto morto para que ambos fossem sepultados.

Isso significou uma atroz retaliação da região do abdômen da rainha que, na verdade, não estava morta. Quando os médicos começaram os cortes profundos e pouco preocupados, para extraírem a criança, Maria Isabel começou a gritar de dor, se contorcendo. Seu ventre sangrava e ela caiu da cama, com uma hemorragia que se espalhava pelo chão do quarto.

As retaliações cirúrgicas feitas pelos médicos levaram Maria Isabel à morte, num acidente procedimental invasivo e extremamente doloroso. O desastre da cesariana chocou a corte espanhola, que perdeu dois membros (a rainha e sua filha) de uma vez. Diante do primeiro diagnostico de morte, que levou à verdadeira logo depois, Maria Isabel é conhecida na memória dos espanhóis como “a rainha que morreu duas vezes”.

Bem apreciada, Maria foi sepultada no Mosteiro do Escorial, em San Lorenzo, localidade nos arredores da capital Madrid. Seu sonho de ter um acervo organizado com as obras de artes dos monarcas da Espanha se realizou um ano depois de sua morte, quando o prédio — ordenado ainda no século anterior pelo rei Carlos III — foi inaugurado por Fernando VII como Museu do Prado.

Fonte: Aventuras na História

terça-feira, 16 de junho de 2020

PESCADOR ENCONTRA IMPRESSIONANTE ESCULTURA GÓTICA DA VIRGEM MARIA

Enquanto pescava em no rio Sar na comunidade autônoma da Galiza, ao noroeste da Espanha, Fernando Brey Quintela fez uma descoberta impressionante, que auxiliará pesquisadores a entender a história da arte espanhola.

Ele estava passando pela cidade de Santiago de Compostela quando observou algo de diferente no leito. O pescador encontrou nas águas uma escultura da Virgem Maria no estilo gótico, que provavelmente foi esculpida no século 14.

Assim que percebeu do que se tratava, comunicou às autoridades e membros da Cultura da Xunta de Galicia e da Câmara Municipal de Compostela foram até o local para analisa-la, já que se tratava de um artefato provavelmente muito importante.

Ela pesa cerca de 150 quilos e está com o rosto danificado. Em seus ombros estão sentados dois anjos, e a base da escultura ainda contém uma decoração floral. Os pesquisadores acreditam que ela era uma peça suspensa, ou seja, foi desenvolvida para ser colocada na parede.

Fonte: Revista Aventuras na História



segunda-feira, 15 de junho de 2020

TRONO MALDITO: A MALDIÇÃO DOS BRAGANÇA

Quando o Duque de Bragança, o regente português dom João IV, afastou a pontapés um frade franciscano que lhe pediu esmola, não imaginava o preço que o acesso de fúria custaria. De acordo com uma lenda, registrada em diversas crônicas sobre a família real de Portugal, o mendigo rogou uma praga sobre o monarca.

Como castigo pela violência, nenhum primogênito dos Bragança viveria para chegar ao trono. Dito e feito. A primeira vítima foi o próprio filho do duque, Teodósio, morto aos 19 anos. A próxima vítima seria João, que deu lugar ao futuro rei dom João V.

Ele escapou da maldição: teve duas filhas. Dona Maria I assumiu o trono português, mas reinou pouco. Passou à História como Maria, a Louca. Seu filho dom José morreu, dando lugar a dom João VI que trouxe a corte portuguesa para o Rio de Janeiro, fugindo do Exército napoleônico.

Dom João VI e a mulher, Carlota Joaquina, teriam tentado reverter a maldição, fizeram visitas = aos mosteiros franciscanos de Lisboa e Rio de Janeiro. Não tiveram sucesso: perderam o filho Antônio Pio aos 6 anos de idade. Tempos depois, o sucessor, dom Pedro, I no Brasil e IV em Portugal, perdeu o primogênito, dom Miguel.

O filho mais velho do imperador brasileiro dom Pedro II, Afonso, morreu com menos de 2 anos. Nem mesmo os filhos ilegítimos de Pedro I escaparam: três bebês de mães diferentes morreram antes de completar 1 ano. Dom Pedro V escapou, tornando-se rei de Portugal em 1853, aos 16 anos.

No entanto, morreria oito anos depois, de febre tifoide. A última vítima foi dom Carlos I, assassinado com seu filho dom Luís Filipe em 1908. O crime precipitou o fim da monarquia portuguesa, em 5 de outubro de 1910. Entretanto, tudo não passa de uma lenda.

Fonte: Revista Aventuras na História