Bruno Duailibe*
São Luís,
em 2012, completas quatrocentos anos, mas não vejo motivos para glorificar esta
data. Assim, é para a cidade imaginada por mim, no seu quinto centenário, que
enalteço e presto as minhas homenagens.
Rainha do
Maranhão,
comemoro teu quinto centenário porque te tornaste intolerante a acidentes de
trânsito e já se passaram anos sem que um sinistro sequer vitimasse fatalmente
qualquer pessoa. Cumprimento-te porque teus cidadãos gozam de transporte
público integrado, intermodal, organizado e de reconhecida qualidade.
Cidade
dos Azulejos, em teu
quinto centenário, demonstras o quanto teu desenvolvimento urbano está
harmônico, com limpas avenidas, assemelhando-se a verdadeiros boulevards,
devidamente ajustadas aos ciclistas e pedestres.
Ilha do
Amor, em teu
quinto centenário, festejo teus bosques plenos de vida e várzeas repletas de
flores onde se podem ouvir os sabiás e outros pássaros que te habitaram
outrora. Celebro que teus mangues ainda permaneçam intocáveis como os
verdadeiros santuários ecológicos donde partem os guarás que, em revoada,
avermelham ainda mais o teu entardecer. Felicito-te por teu mar no qual é
possível desfrutar de tua água límpida e fico satisfeito em sentir a brisa
fresca, pura e vitalizante que sopra na face de quem se aproxima de tuas
praias.
Congratulo-te
igualmente, Ilha Bela, porque tuas dunas e mangues estão preservados.
Regozijo-te, em teu quinto centenário, porque teus rios têm as matas ciliares
protegidas e as suas nascentes e mananciais são resguardados como tesouros de
inestimável valor.
Por
ocasião de teu quinto centenário, Ilha Inexata, sinto-me feliz porque
possuis muitas praças e parques onde teus habitantes podem ter bons momentos
uns com os outros. Exalto o teu quinto centenário porque nossos jovens podem se
divertir, competir e exercitar-se nas quadras, nas piscinas e nos campos
públicos.
Aplaudo-te
por seres por excelência um grande centro brasileiro de negócios. Em teu quinto
centenário, aclamo o progresso social e econômico que atingiste, tornando-te
uma cidade primeiro mundista. Mas fico mesmo satisfeito por saber que os
alimentos que nutrem teu povo são plantados pelos agricultores que se propõem
cultivar e fertilizar tua terra e, assim, geram produtos totalmente sadios.
Alegro-me, a ponto de atingir o clímax, ao constatar que floresceste e
cresceste sustentavelmente, da forma mais correta que uma perspectiva ecológica
poderia exigir.
Louvo o
teu quinto centenário, Ilha Magnética, porque tuas crianças têm todas as
competências e habilidades desenvolvidas. Porque, por meio da educação que se
lhes oferece, elas podem ser o que quiserem e desejarem. Elogio o teu quinto
centenário porque aqueles que te têm por morada respeitam as liberdades e
respeitam-se mutuamente em suas relações individuais e coletivas.
Do mesmo
modo, Cidade dos Mirantes, é uma honra saber que em teu quinto
centenário és uma habitat onde o ser humano ocupa o centro de quaisquer
que sejam os interesses. E vanglorio essa vitória, em teu quinto centenário,
porque os preceitos de liberdade foram ensinados nos bancos escolares, desde a
mais tenra idade.
Envaidece-me
saber que, se a saúde de qualquer de teus habitantes se debilitar, eles podem
contar com um sistema de prestação de saúde completo, arrojado e equânime. E,
nesse ponto, Cidade dos Sobradões, o que mais valorizo é que cada vez
mais há uma preocupação com a saúde preventiva e holística de teus homens,
mulheres e crianças.
Acho graça
quando as pessoas te chamam hoje de Florença Brasileira. Afinal,
primeiro foste a Atenas, por conta de teus poetas; depois te tornaste Jamaica,
por conta do reggae e agora te evocam tendo o nome da cidade italiana do
renascimento das artes. Isso sucede porque, nesse quinto centenário, és de
quebra respeitada por nossos pintores, músicos e escritores. Confesso que, dos
atributos que te glorificam, capital brasileira da cultura, é este o que
mais me enche de orgulho!
Alegro-me,
enfim, Ilha Rebelde, nessa data, pois, nela, teu futuro será pensado,
estudado e organizado por teus gestores, de modo tal que os teus próximos cem
anos estão planejados para que, em teu sexto centenário, sejas uma das melhores
cidades do mundo para se viver.
Terra das
Palmeiras, sei que
quem me lê pode pensar que isso se trata de utopia. Eu, por outro lado, acho
que minha descrição ficará aquém do que se verá na data de teus quinhentos
anos. E aí, sim, injusto será não comemorar o dia de teu aniversário.
E para
que não falem que o quarto centenário deve passar em branco, digo que eles
valem antes para refletir acerca do poder e do dever que pesa sobre teus
gestores locais (as eleições estão batendo na porta dos meus leitores!) para
fazer de ti, Upaon Açu, um lugar muito melhor de se viver.
*Advogado. Graduado pela Universidade
Federal do Maranhão. Pós-Graduado em Direito Processual Civil no ICAT-UNIDF
Fonte: Blog do Marco D'Eça
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