O TRISTE FIM DE QUEM NÃO CUIDA DO AMOR
Carlos Machado
Aquele adolescente inconsequente
Apegado às paixões excessivas
Não morreu dentro de mim
Apesar do tempo escorrido
Já homem maduro
Com os mesmos defeitos
Sendo insensato
Quando está apaixonado
Imaginei que na fase adulta
Transformaria certos atos desatados
Numa maneira sóbria de amar
Nada aprendi com o tempo
Meu desejo que era efêmero
Já não sentia, sequer, saudade
Ganhei
Perdi
Deixei fugir
E na implacável ira do tempo
Vejo mais distante
A possibilidade de ser feliz no amor
Agora cansei
Parei com os atos impensados no jogo de amar
Bem na hora de rever conceitos
De consertar erros e corrigir defeitos
Chegou o momento de ver direito
E entender que não se brinca com o coração
E que sentimentos devem ser acatados
E nunca vilipendiados
A consequência da insolência no amor
É um sofrimento doloroso
Que transforma o ser em indivíduo rancoroso
Desconfiado de tudo e de todos
Que leva na bagagem da vida muito desgosto
Nunca é tarde para acertar o passo
E quem sabe no compasso dos dias
Depois de tanto fazer sofrer
Merecer a chance de perdão
E ajoelhado nos pés do amor que um dia machucou
Ver o coração que tantas lágrimas derramou
Resoluto e curado das punhaladas que levou
Tudo passa na vida
Assim como a certeza de que a morte virá
É imperativo aproveitar a tênue luz que houver
Para curar as cicatrizes abertas
Escancaradas pela presunção vadia
De quem não sabia
Que aqui tudo o quê se faz se paga
E que no fim do caminho
Quem escarnece do amor
Infalivelmente termina sozinho
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