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terça-feira, 21 de junho de 2016

QUANDO A MENTIRA TENTA SUPLANTAR OS FATOS

A estarrecedora revelação dos laços familiares entre o pré-candidato a Prefeito Luís Serra-PSDB- e o megatraficante Jorge Rafaat, morto por fações rivais, no último dia 15, na fronteira do Brasil com o Paraguai, transformou-se no principal foco de comentários na cidade, nos últimos dias. A imaginação fértil de populares leva aos mais variados tipos de conclusões, muitas delas acusatórias, coisa normal quando se trata de figura pública, porém perigosas.

O fato de Serra conhecer Rafaat não diz coisa alguma, nem, tão pouco, prova que haja alguma relação de intimidade, de negócios ou amizade.

Destarte, não se deve tratar o caso como algo comum ou tentar passar para a opinião pública uma defesa ingênua, capaz de aguçar ainda mais a curiosidade. Pois, vejam: em recente postagem um blog alinhado ao tucano utilizou alguns argumentos de defesa, que consideramos um acinte à veracidade dos fatos:
   1-   Os negócios do sogro de sua filha aparentavam ser todos legais, e até a população da cidade onde vivia não desconfiava do esquema criminoso que ele participava.

Impensável, em sã consciência, afirmar algo assim. “Segundo a imprensa paraguaia, Rafaat já havia sido alvo de um atentado anterior do PCC. Ele teria assumido nos anos 2000 rotas do tráfico antes operado pelo então maior traficante do país, Fernandinho Beira-Mar. O megatraficante já era alvo da Justiça brasileira em ao menos cinco ações penais, crimes como tráfico internacional, associação criminosa e lavagem de dinheiro”, disse a Revista Veja.

Além da informação da Revista, Rafaat já havia sido condenado pela justiça brasileira a 47 anos de prisão. Fica, portanto, impossível imaginar que Serra não soubesse dos negócios obscuros do narcotraficante. Mas, o pior na afirmação é dizer que: “até a população da cidade onde vivia não desconfiava do esquema criminoso que ele participava”, isso é demais. É brincar com a inteligência dos outros.
2 - A tentativa de espalhar o boato quis desestabilizar a pré-campanha do candidato mas acabou colocando em risco a vida de inocentes.

Como assim? Espalhar boato? Que boato? Não é fato a morte de Rafaat? Não é fato que existe laço de parentesco? Então, não existe boato. Se existe a desestabilização de pré-campanha, isso é fruto da relação entre as famílias, mantida via matrimônio. Com relação ao risco, nós lamentamos, mas entendemos que o “mundo” em que Rafaat vivia era, extremamente, perigoso e que, portanto, todos os que vivem ao seu redor ficam vulneráveis. E, isso não é culpa do “boato” que invadiu a cidade. Às vezes é melhor esperar o desenrolar dos acontecimentos do que tentar, na pressa, tampar o sol com a peneira.

No mais, e desfeita a infantilidade da publicação acusatória, desejamos que o pré-candidato Luís Serra consiga superar esse momento de dificuldade e que a paz reine no seio de sua família.

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