Josias de
Souza
Michel
Temer gosta de presidir perigosamente. Ao acomodar o Ministério da Justiça no
balcão, o presidente acendeu um pavio no Departamento de Polícia Federal,
subordinado à pasta. Arma-se no órgão algo muito parecido com uma revolta. Um
grupo de delegados discute a hipótese levar os lábios ao trombone se o
escolhido for um nome, digamos, tóxico.
Os
descontentes espantaram-se com o retorno do criminalista Antonio Mariz à bolsa
de apostas. Crítico da Lava Jato, o doutor foi excluído por Temer de sua
primeira fornada de ministros. E os delegados se perguntam: o que mudou?
Os
federais arrepiam-se também com a cogitação de Temer de entregar a poltrona da
Justiça a um deputado do PMDB, partido cuja prioridade é “estancar a sangria”
da Lava Jato. Avalia-se que um ministro com essa logomarca na testa é
natimorto. Organiza-se um minuto de barulho.
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