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sábado, 29 de abril de 2017

JURAMENTO SAGRADO

JURAMENTO SAGRADO
Carlos Machado

Lembrei-me de um ocorrido, passado pelo saudoso poeta, repentista, radialista e músico Moacir Viana, tempos atrás, na cidade de Duque Bacelar. Candidato a vereador, o nosso artista, travava uma luta árdua para conseguir uma vaga no Legislativo bacelarense.

Numa manhã de domingo, um eleitor das bandas do Santo Antônio-propriedade de outro candidato concorrente- apareceu fazendo eloquentes elogios e prometendo de “pés juntos” que o voto Dele, da mulher e de dois filhos seriam de nosso protagonista. Obviamente, para que tal promessa se cumprisse seria necessário que um pedido fosse atendido com certa brevidade, já que o dia da eleição se aproximava e nosso prestimoso eleitor não acreditava em acordos para depois do processo eleitoral e argumentou que quatro votos poderiam ser decisivos na eleição do candidato.

Moacir, ouviu atentamente o relato do solícito, já quase eleitor, que com muita “lábia” tentava se fazer acreditar para conseguir o intento-“ferrar” na gíria política- e levar para casa um par de botas para trabalhar na roça, dois pneus de bicicleta e um relógio de pulso(usado) que Ele com olhar atento avistou em cima da mesa.

Conhecedor da esperteza do eleitor nesse tipo de enrolação, o nosso matreiro candidato desconfiou das “amigáveis” intenções do espertalhão e vociferou:

- Tá bem! Vou arrumar o que estás pedindo. Mas, tú vai jurar que cumprirás com a palavra. No que o nosso sabichão eleitor respondeu, prontamente:- juro por todos os santos!

Moacir, então entrou em um dos cômodos da casa e retornou com uma volumosa Bíblia, daquelas com uma enorme cruz, brilhosa, encravada na capa e pediu para que o eleitor depositasse a mão sobre o Livro Sagrado e jurasse que o combinado seria cumprido na urna. Não deu outra! O “cabra” saltou para o lado e disse:

-Moacir, tú tá doído? E, saiu, sorrateiramente, dizendo que um negócio daquele ele não fazia de jeito nenhum.



 

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