A Polícia Federal fez até agora 32
operações para tentar localizar o terrorista italiano Cesare Battisti. Ele teve
a prisão determinada na semana passada pelo ministro Luiz Fux, do STF (Supremo
Tribunal Federal), e é considerado foragido.
“Nenhuma delas logrou êxito. Mas
temos pistas, que obviamente não posso falar aqui”, disse o diretor-geral da
Polícia Federal, Rogério Galloro, nesta sexta-feira (21).
A PF divulgou no último domingo (16)
20 retratos de possíveis disfarces do criminoso. Ele foi condenado em seu país
pelo assassinato de quatro pessoas na década de 1970.
A Itália fez no ano passado um novo
pedido de extradição de seu cidadão. O STF já havia decidido em 2009 aprovar a
repatriação, mas o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no último
dia de seu mandato, em 2010, permitiu a permanência dele no Brasil. A palavra
final em casos de extradição é do presidente da República.
O presidente Michel Temer (MDB)
decidiu na sexta-feira passada (14) autorizar a devolução do italiano,
gesto que foi considerado controverso por especialistas no tema. A medida não
foi cumprida porque o europeu já havia sumido.
Na sexta, dia seguinte à determinação
de Fux, a PF fez operação nas casas do estrangeiro. Battisti vive nos
últimos anos em Cananeia (litoral de São Paulo). Ele morou por muito tempo em
um imóvel na região central emprestado por um amigo. Há cerca de seis meses, se
mudou para uma casa que construiu em um bairro mais afastado do centro da
cidade. Vizinhos dizem que o viram pela última vez em novembro.
“A PF prendeu Battisti três vezes e
todas as vezes ele foi liberado”, lembrou Galloro em referência
a capturas ocorridas anteriormente. Segundo o diretor-geral, todos os
protocolos foram acionados e a Interpol também está trabalhando no caso.
Galloro ainda disse não saber se
Battisti será encontrado em território brasileiro, mas afirmou ter confiança em
sua localização. As buscas feitas desde a semana passada
incluíram visitas a amigos do condenado. Ex-companheira do italiano, a
professora Priscila Pereira relatou que foi procurada por agentes da PF em sua
casa, em São José do Rio Preto (SP). Ela teve com Battisti um
filho que hoje tem cinco anos.
Um dos argumentos da defesa do
italiano para tentar mantê-lo no país é sua ligação com o menino. Em recurso
apresentado ao STF, os advogados afirmaram que o garoto depende economicamente
do pai. O casal Carlos Lungarzo e Silvana
Barolo disse também ter sido procurado em casa, em Santos (SP), por membros da
divisão antiterrorismo da PF, nesta quinta-feira (20). De acordo com o historiador e a
socióloga, que são amigos do italiano, eles informaram aos agentes que já faz
tempo que não falam com o europeu e que não têm notícia sobre seu paradeiro.
A defesa de Battisti afirma que
não conseguiu contato com o cliente desde o dia em que o ministro do STF
determinou sua prisão. Segundo o advogado Igor Tamasauskas, os defensores foram
procurados pela Polícia Federal com uma proposta de negociação para que o
italiano se entregasse. A conversa sobre uma possível
rendição, no entanto, não avançou, já que os advogados dizem não saber onde ele
está.
Fonte: Folhapress
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