A Maçonaria é uma
irmandade universal, possivelmente nascida, segundo alguns estudiosos, da união
de trabalhadores que, na Idade Média, se dedicavam a edificar catedrais. Eles
teriam instituído sua própria associação, conhecida como Maçonaria Operativa.
Estes construtores iam de obra em
obra, livres, sem a exigência de pagarem impostos ou de dar satisfações à nobreza ou
à Igreja. Daí serem chamados de Pedreiros Livres – freemasons ou franc-maçon -,
pois diferentemente dos outros profissionais deste ramo, eles tinham o poder de
lapidar a pedra bruta. Estes obreiros ganharam cada vez mais destaque do século
XII ao XIV.
Esta sociedade foi profundamente
influenciada pelas mudanças ocorridas durante o Renascimento. A Reforma Protestante, o intenso
desenvolvimento científico, as mudanças de paradigma, abriram espaço para a
concepção de Deus como o “Grande Arquiteto”, criador de um universo regido por
leis imutáveis. A crença nesta visão de Deus caracterizaria fortemente a
Maçonaria.
Neste contexto desenvolveu-se
esta sociedade. Alguns afirmam que ela teria existido desde sempre, não sendo
possível precisar seu tempo e local de origem. Outros dizem que sua fonte
remonta a algum tempo antes da vinda de Cristo. De qualquer forma, ela
sobreviveu a diversas transformações ocorridas na Era Medieval e na transição
para a Renascença. A princípio os ‘pedreiros’
mantiveram a união através das associações corporativas conhecidas como
guildas, até o século XVI.
Como meio de se protegerem de
impostores, os ‘pedreiros livres’ criaram maneiras de se identificar diante dos
outros, e a partir do início do século XVII, com o término da época das grandes
obras arquitetônicas, homens de destaque na sociedade foram aprovados como
‘pedreiros aceitos’ ou ‘maçons aceitos’. Com o passar do tempo, estes
predominaram sobre os obreiros, caracterizando a Maçonaria, deste momento em
diante, como um grupo de natureza filosófica, não mais operativa.
Seus adeptos dedicam-se à prática
da justiça, da humanidade, consagrando o exercício da liberdade, da democracia,
da igualdade, da fraternidade. Eles buscam com o mesmo afinco o desenvolvimento
intelectual, constituindo-se assim em uma sociedade iniciática, filosófica,
filantrópica e educativa. Eles se reúnem em grupos conhecidos como Lojas,
também conhecidas como lojas simbólicas, lojas azuis ou lojas obreiras, todas
autônomas entre si. É nelas que se realizam os rituais de iniciação, ou seja,
os ritos que permitem o ingresso de um candidato, o qual atravessa várias
etapas, recebendo em seqüência os graus de aprendiz, companheiro e mestre
maçom.
A Maçonaria dá uma importância
sem igual à hierarquia e aos símbolos. Cada loja é integrada por um Venerável
Mestre ou Presidente, que comanda as sessões; pelo Primeiro Vigilante, o qual
cuida da administração e da disciplina; pelo Segundo Vigilante, o mestre dos
aprendizes; por um Orador, que condensa os trabalhos e junta todas as
conclusões levantadas na reunião; pelo Secretário, que escreve as atas e as
preserva, além de zelar pela interação de natureza administrativa entre a loja
e as ordens superiores; por um Mestre de Cerimônias, que guia os irmãos dentro
do grupo e leva cada visitante aos seus respectivos lugares; pelo Tesoureiro,
que arrecada os fundos e cuida da ordem financeira; e o Guarda do Templo, que
vigia a entrada do Templo.
No Brasil, a Maçonaria foi
introduzida no começo do século XIX. A loja inaugural foi instituída em 1802,
pelo botânico Manoel Arruda Câmara, e era conhecida como Areópago de Itambé.
Seus membros tinham que ser reconhecidos pela Grande Loja Unida da Inglaterra,
por um Grande Oriente ou pelas Grandes Lojas – a junção de várias lojas. O
Grande Oriente do Brasil é a mais antiga união de Lojas Maçônicas deste país,
também conhecida como Obediência Maçônica. Seu primeiro Grão Mestre foi o
Patriarca da Independência, José Bonifácio de Andrade e Silva. Muitos dos
participantes da Inconfidência Mineira também eram maçons, egressos de lojas
da Europa e dos Estados Unidos. Assim, na
História do Brasil, os maçons sempre marcaram presença fundamental nos movimentos
de emancipação.
Fonte: InfoEscola
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