"Houston, we’ve had a problem" (“Houston, tivemos um problema”) é a frase mais memorável da missão Apollo 13, da Nasa, que teve início em 11 de abril de 1970. Às 14h13, três astronautas — James "Jim" Lovell, John "Jack" Swigert e Fred Haise — decolaram a bordo do foguete Saturn V, partindo do Centro Espacial Kennedy, na Flórida. O destino era o mesmo da missão Apollo 11, do ano anterior: a Lua. Mas, 56 horas após a decolagem, as coisas saíram do controle.
Logo após terminar uma transmissão para a TV diretamente da cabine de comando, a tripulação percebeu uma ligeira queda na pressão do módulo. Ao investigar o que tinha acontecido, Swigert logo avisou o centro de controle da missão, situado em Houston, no estado norte-americano do Texas. Foi aí que disse a frase memorável, reproduzida por Tom Hanks no filme Apollo 13 com uma ligeira diferença: o ator diz “Houston, we have a problem” (“Houston, nós temos um problema”), usando o verbo no presente; e, na verdade, o astronauta conjugou no passado, pois a falha já havia ocorrido.
Um curto circuito no ventilador do tanque de oxigênio causou uma explosão nesse compartimento. O efeito foi tão intenso que acabou atingindo também parte do módulo onde estavam os astronautas — causando a despressurização da cabine.
A equipe teve que agir com rapidez: os três astronautas evacuaram para o módulo que seria usado para pousar na Lua, chamado Aquarius, e o usaram como um “bote salva-vidas”. Mas essa “manobra” não foi tão tranquila: o módulo lunar havia sido projetado para comportar apenas duas pessoas. Com três homens a bordo, os cilindros de hidróxido de lítio, que deveriam retirar o dióxido de carbono (CO2) expelido pela respiração dos astronautas, começaram a falhar, e o nível de CO2 começou a subir. Ou seja: os tripulantes poderiam morrer sufocados com a própria respiração.
O problema foi contornado usando cilindros da cabine de comando — que, no entanto, eram maiores do que os projetados para caber no Aquarius. Com ajuda de mangueiras, sacolas de plástico e fita adesiva, os astronautas conseguiram adaptar um sistema apropriado de circulação de ar.
A questão agora era como voltar à Terra: não havia combustível suficiente para simplesmente inverter o movimento da nave com a força dos jatos. A opção foi colocar a nave numa trajetória de retorno livre, isto é, dar uma volta na Lua e entrar na órbita que os traria de volta ao nosso planeta. Para isso, foi preciso se livrar do Aquarius, usado para obter impulso. Deu certo: no dia 17 de abril, o foguete caiu no oceano pacífico e todos retornaram para casa a salvo.
Fonte: Revista Galileu
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