.

.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Mensalão: Supremo condena José Dirceu por corrupção ativa


Sete anos após retornar à planície, José Dirceu foi condenado na terça-feira, 9, pela mais elevada instância do Judiciário.
A maioria dos integrantes do Supremo Tribunal Federal considerou o ex-ministro, “capitão” do início do governo Luiz Inácio Lula da Silva, culpado pelo crime de corrupção ativa. Para a Corte, Dirceu participou do esquema de compra de apoio político conhecido como mensalão.
O ex-ministro ainda não foi julgado pelo crime de formação de quadrilha, da qual é acusado de ser o “chefe” pela Procuradoria-Geral da República. Ao ser considerado corrupto, no entanto, o jovem líder estudantil que foi preso pela ditadura, libertado após o sequestro de um diplomata americano, alçado a líder da oposição aos governos de “direita” e homem forte do primeiro mandato de “esquerda”, novamente vê no horizonte o risco de ter privada sua liberdade.
Embora sua defesa – assim como seus defensores no meio político – diga não haver provas de sua participação em compra de voto, o Supremo concluiu que não havia como Dirceu não saber do esquema que envolvia o PT, partido que ajudou a fundar em 1980 e levar ao poder em 2002, e mais quatro siglas. Para o STF, a ordem para formar a base de apoio a Lula saiu do Palácio do Planalto.
Com isso, os ministros que julgam a ação penal 470 também abrem um novo capítulo no combate à corrupção: a inexistência de um “ato de ofício” – o que nos anos 90 levou à absolvição de Fernando Collor de Mello, único presidente a sofrer processo de impeachment na República – não será mais garantia de impunidade para autoridades que praticarem crimes no exercício da função pública.
O Supremo selou também o destino de outros dois réus do PT. Ex-presidente do partido e, como Dirceu, opositor do regime militar e deputado dos mais combativos contra a corrupção, José Genoíno foram considerado culpado pelo mesmo crime. Delúbio Soares, ex-tesoureiro que foi expulso e depois reintegrado ao PT, está na iminência de ser condenado por unanimidade.
Ao “fatiar” o julgamento do mensalão, o relator da ação penal, Joaquim Barbosa, fez o processo ser acompanhado como um enredo, ainda a caminho de um desfecho. Para Dirceu, no entanto, já há um capítulo final após o retorno à planície.
 Fonte: O Estado de São Paulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário