Eleição é algo transformador:
quem era deixa de ser, quem não era passa a ser. Comportamentos antes incompreensíveis passam
a fazer algum sentido. Atitudes causam estranheza porque antes não existiam e, depois,
existem como a abertura de um casulo, que guardava as mais incríveis surpresas.
No período eleitoral tudo se
transforma: gente que não fala, abre a boca. Quem não cumprimenta, anda de mão
dolorida. Quem não mostra os dentes, antes nunca vistos, passa a mostrar a
beleza do sorriso. A vida parece ficar mais bela, mais emocionante.
É um período de descobertas:
antes ou depois de sete anos, ou mais ou menos, se beneficiando de alguém, ou
de uma estrutura se chega à conclusão que aquilo tudo não prestava, que não
tinha nenhum valor. Os valores passam a serem outros, outros mais fortes. Tudo
muda faltando poucos meses para uma eleição.
Bom seria se eleição fosse todo
dia, todo mês, todo ano. Ficaria fácil para descobrir quem são as pessoas, as
suas personalidades, vontades e desejos. Quem era diabo vira santo; quem era
ruim passa a ser alma generosa; que era triste fica alegre; quem via o certo
passa a ver o errado. A vida passa a ser contagiante, cheia de arroubos
ideológicos.
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