O PMDB do réu Renan
Calheiros pega em lanças para fazer do processado Edison Lobão o próximo
presidente da Comissão de Constituição e Justiça, a mais ponderosa do Senado.
Lobão conta também com o luxuoso apoio de José Sarney, pai da investigada
Roseana Sarney.
Prevalecendo a
desfaçatez, um senador emparedado pela Procuradoria-Geral da República em
inquéritos que correm no Supremo Tribunal Federal presidiria duas sabatinas.
Numa, a CCJ arguirá o indicado de Michel Temer para a vaga de Teori Zavascki no
Supremo. Noutra, interrogará o substituto do procurador-geral Rodrigo Janot,
cujo mandato expira em setembro.
Quer dizer: entregar a
Comissão de Constituição e Justiça ao preferido de Renan e Sarney equivale a
acomodar o Lobo Mau na cama com Chapeuzinho Vermelho e a vovozinha. Raimundo
Lira e Marta Suplicy, ambos também filiados ao PMDB, se oferecem como
alternativas.
Lobão se mantém na pista
mesmo depois da má repercussão de outros dois movimentos do PMDB: a eleição do
delatado Eunício Oliveira à presidência do Senado e a promoção a ministro de
Estado do também dedurado Moreira Franco, agora um feliz beneficiário do foro
privilegiado.
A julgar pela baixa
popularidade de Michel Temer, o brasileiro não tem a ilusão de que o PMDB vá
salvar o país. O que espanta a plateia é a insistência com que o partido sabota
o interesse público, sonegando ao Brasil o direito de interromper sua tradição
de logro para tentar um recomeço.
Por Josias de Souza
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