Nesta
quarta-feira, o juiz federal Sergio Moro talvez tenha uma sensação de déjà-vu:
receberá o dono de uma grande empreiteira brasileira e o questionará sobre um
apartamento que, para o Ministério Público Federal (MPF), fez parte de um
esquema de pagamento de propina ao ex-presidente Lula e o PT. O imóvel teria
sido uma das formas encontradas pela empresa para "pagar" o
ex-presidente por benefícios em contratos com a Petrobras.
Só
que desta vez o empreiteiro é Marcelo Odebrecht, e não o dono da OAS, Léo
Pinheiro. O apartamento é o nº 121 do edifício Hill House, em São Bernardo do
Campo (SP), em vez da unidade 164-A do edifício Solaris, na praia de Astúrias,
no Guarujá.
O
processo do tríplex praiano levou Lula ao cárcere no último sábado. O processo
no qual o herdeiro do grupo Odebrecht falará nesta quarta-feira a Sergio Moro,
por sua vez, é a ação mais adiantada contra o ex-presidente Lula sob
responsabilidade do juiz de Curitiba. O caso pode representar a segunda
condenação de Lula na Lava Jato.
Além
do apartamento nº 121, que fica no mesmo andar da residência de Lula em São
Bernardo, a empreiteira Odebrecht também teria comprado um terreno para a
futura sede do Instituto Lula, em São Paulo, na rua Haberbeck Brandão. A
transação com o terreno foi mais tarde desfeita. Os dois imóveis somariam cerca
de R$ 13 milhões em propina - Lula nega ter recebido vantagens indevidas.
Pessoas
familiarizadas com o processo dizem que, se Sergio Moro seguir de forma célere
os prazos do processo, a ação penal pode chegar a um desfecho na primeira
instância da Justiça ainda no primeiro semestre deste ano.
Lula
foi ouvido neste processo em setembro passado. Desde o fim de 2017, Moro
analisa pedidos das defesas do ex-presidente e dos outros réus, para esclarecer
dúvidas ou omissões nas provas já reunidas no caso.
Fonte: Portal Terra
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