Se estivesse dentro dos sapatos de Tite, o cronista
e técnico de futebol João Saldanha (1917—1990) não escalaria o topete loiro de
Neymar. Como treinador do Botafogo, Saldanha foi Campeão Carioca de 1957.
Jogavam no seu time Nilton Santos, Didi e Garrrincha. No comando da seleção,
Saldanha convocou e classificou o time tricampeão de 1970. Foi com essa
biografia notável que o personagem ensinou: cabeça de jogador de futebol é
“ferramenta”, não plataforma de ostentação de penteados.
“Na
seleção, sou radicalmente contra, não dá”, declarou Saldanha, referindo-se aos
cabeludos. Queixava-se, por exemplo, do estilo black
power. Dizia que a cabeleira alta amortecia a bola. Preferia o “coco
bem raspadinho”. Saldanha dizia que sua preocupação era estritamente técnica.
“Se eles gostam, faz umas perucas. Na hora do serviço usa uma ferramenta, na
hora rebolado usa outra, compreendeu?”
Numa
concentração de jogadores sob o comando de Saldanha, cabeleireiro só seria
admitido para passar as cabeleiras de Marcelo e Willian na máquina zero, jamais
para adornar o “coco” de Neymar com uma uma juba amarela. A Copa do Mundo é
''hora do serviço''. A julgar pela aparência que
ostentava nesta segunda-feira, Neymar, com cabelos mais comportados, aderiu à
tese de Saldanha.
Fonte: Blog do Josias de Souza
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