Cruzando dados de uma pesquisa feita pelo Ibope, a
Confederação Nacional da Indústria produziu um levantamento sobre os anseios do
eleitor. Revelaram-se, por exemplo, as características que o brasileiro
considera relevantes num candidato: ser honesto e não mentir em campanha (87%);
nunca ter se envolvido em casos de corrupção (84%); e transmitir confiança
(82%). Se o eleitor realmente seguisse os critérios que diz valorizar, haveria
um massacre nas urnas de 2018.
Às vésperas do fim do prazo das convenções partidárias,
no domingo, o quadro de candidatos está definido. Há nele uma particularidade:
Bolsonaro, Marina e Ciro, mais bem-postos nas pesquisas que excluem Lula,
dispõem de um tempo miúdo de propaganda. Alckmin, a bordo de um conglomerado
partidário estrelado pelo centrão, tentará superar seu nanismo de votos
ocupando 40% do horário eleitoral.
Vai começar a guerra da propaganda. Quem tem
estrutura vai ao ar na TV. Quem não tem, tentará guerrear com o arsenal da
internet. O estudo Ibope-CNI ajuda a entender porque mais de um terço dos
brasileiros ainda não tem candidato. Mas também expõe um paradoxo: embora a
eleitor valorize honestidade e verdade, estão no topo das pesquisas um corrupto
preso e um populista que vende a ilusão de que a distribuição de armas
produzirá segurança pública. Em plena Idade Mídia, parte do eleitorado ainda
não distingue informação de empulhação.
Fonte: Blog do Josias de Souza
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