Em agosto de 1954, o Brasil vivia dias turbulentos.
Pressionado pela imprensa e pelos militares, o presidente Getúlio Vargas tentava se defender das acusações de
que sua guarda pessoal havia planejado e executado um atentado que matou um
oficial da Aeronáutica e deixou ferido o jornalista Carlos Lacerda, no dia 4
daquele mês.
No dia 22, Vargas recebeu um ultimato dos militares e, na
madrugada do dia 24, após uma reunião com seus ministros, resolveu se licenciar
do cargo. Mas a decisão nem chegou a ser anunciada. Por volta das 8 da manhã, o
presidente se matou com um tiro no peito.
Como ele mesmo disse, Getúlio saiu da vida para entrar
na história. A arma que ele usou para isso, porém, repousa sem tanta
celebridade no Museu da República, antigo Palácio do Catete, no Rio de Janeiro,
sede do poder Executivo de 1897 a 1960.
O revólver Colt calibre 32, com cabo de madrepérola,
está exposto no terceiro andar do museu. Fabricado nos Estados Unidos, o
revólver tem capacidade para seis tiros, pesa cerca de 500 gramas e tem 20
centímetros de comprimento.
Ele só foi incorporado à coleção do museu em 1998,
após ser doado pela neta de Getúlio, Celina Vargas do Amaral Peixoto, junto com
outras peças que pertenceram ao presidente.
Antes disso, segundo a museóloga Regina Capela, do
Museu da República, parte do acervo – inclusive o famoso revólver e o projétil
que matou Getúlio – era guardada pela mãe de Celina, Alzira, em uma fazenda da
família na cidade de Petrópolis.
Ao lado da arma, os visitantes do museu encontram
relíquias como o paletó do pijama que Getúlio usava no momento em que se matou
– furado pelo tiro na altura do bolso esquerdo.
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