Quando se converteu ao cristianismo depois de uma
visão, Constantino — então imperador romano — enviou sua mãe até Jerusalém para
encontrar a tumba de Jesus Cristo. Helena, então, com a ajuda de dois bispos
cumpriu uma verdadeira missão, encontrando três cruzes perto de uma tumba,
levando os romanos a acreditarem que aquele sim era o local certo.
Contando com as cruzes em que Jesus foi pregado ao
lado de dois ladrões, o Calvário marca o local onde hoje está a Basílica feita
por encomenda de Constantino. Porém, uma outra descoberta ainda estava
prestes a acontecer depois que a construção da igreja, em 326, foi ordenada.
O imperador mandou que um templo erguido para Júpiter
e Vênus fosse demolido e no lugar fosse erguida uma igreja. Durante as obras,
os construtores se depararam com uma caverna em formato de tumba, identificando
assim o lugar como o local de enterro de Jesus. Um santuário foi construído e,
portanto, a Basílica se formou, em um complexo com a igreja, um átrio (onde
Jesus foi crucificado — Calvário) e uma rotunda (onde supostamente estava a
tumba de Cristo).
A Basílica, entretanto, nunca teve muita sorte ao
longo de sua história. Jerusalém sempre foi um território visado por grandes
generais e líderes políticos ao decorrer dos séculos, e em 614, durante uma das
várias invasões ao local, o Império Sassânida, liderado por Khosrau II, roubou
do local a Cruz tida como original.
Foi somente em 630 que o imperador Heráclio retomou o
controle do lugar, e reconstruiu a basílica. A paz, no entanto, durou até o
domínio árabe em Jerusalém que, apesar de ter mantido a construção, proibiu
visitas oficiais ao local sagrado.
Uma série de eventos aconteceram na Basílica, tornando
o lugar alvo de muito azar. Em 746, um terremoto comprometeu seriamente as
estruturas da igreja. Já em 841 e em 938, incêndios acidentais acometeram o
edifício.
A destruição definitiva veio em 1009, quando o califa
Al-Hakim bi-Amr Allah, visando uma campanha feroz contra o Cristianismo,
ordenou que todos os santuários católicos fossem derrubados em toda a Palestina
e no Egito. Depois disso, pouco restou da construção original.
Após diversas negociações entre os bizantinos e o
califado de Ali az-Zahir, filho de Al-Hakim, a igreja pôde ser reconstruída e
refeita, sendo finalizada somente em 1048. Desde então, por mais que tenha
sofrido alterações em sua estrutura, foi a última grande reforma feita no
lugar, sendo o mais antigo e próximo possível de como está o local atualmente.
Logo na entrada, está posicionado o Calvário, local
onde supostamente Jesus teria sido crucificado. É a parte mais bem decorada em
toda a basílica, e conta com duas capelas — uma atendendo a gregos ortodoxos e
a outra para católicos, cada uma com um altar.
Já a tumba, como mencionado, está na rotunda da
Basílica, que ao centro possui uma edícula. Dentro dela existem duas salas, uma
contendo um fragmento de rocha usada pelos romanos para selar a tumba de
Cristo, apelidada de Pedra dos Anjos. A segunda, e mais importante, contém a
tumba de Jesus — vazia.
O local é um centro espiritual para todas as
dissidências do Cristianismo, que realizam diariamente celebrações ecumênicas,
todas em honra do local sagrado que visitam.
Fonte: AH
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