Não há como negar, um dos pilares de uma boa relação
saudável é o sexo. Diversos
estudos comprovam isso. Um dos mais recente, por exemplo, publicado em 2017 no
periódico científico Personality and Social Psychology Bulletin,
mostra que casais dos EUA e da Suíça — sejam aqueles com filhos ou os que se
uniram mais recentemente — que mantêm uma frequência sexual maior, sentem e demonstram
muito mais afeto e intimidade entre si, mesmo horas depois das
relações.
“Sexo faz você se sentir bem, não só porque
libera endorfinas e hormônios, mas também porque você se torna
mais afetivo, seja mulher ou homem”, explica Anik Debrot,
coautora do estudo e psicóloga da Universidade de Lausanne, na Suíça, em
entrevista à BBC.
Para Debrot, o estudo só mostrou algo que era
explicito para muitos: manter uma vida sexual ativa é importante para qualquer
relacionamento. “Quanto mais sexo eles tiveram, em geral, mais afeto. Menos
sexo, menos afeto. O sexo precisa ser mantido e reabastecido. Muitos terapeutas
gostam de dizer que o sexo é apenas 20% de um relacionamento, mas na minha experiência,
quando os casais não estão tendo relações sexuais, pode corresponder a 100% de
um relacionamento.”
Apesar disso, ela acrescenta que nessa equação não se
conta apenas o ato sexual de fato. “Momentos eróticos ou
sexualmente excitantes foram tão preditivos de emoções positivas quanto o ato
em si”.
E foi justamente por esse motivo que um caso chamou a
atenção em 2011. Quer dizer, não pela frequência do ato, mas pela falta
dele.
O caso Jean-Louis B.
Na ocasião em questão, um francês foi processado por
sua ex-mulher por não ter feito sexo o suficiente com ela no período em que os
dois ficaram casados: pouco mais de 21 anos, período no qual tiveram dois
filhos na Riviera Francesa.
Com 51 anos na época, o homem identificado apenas
como Jean-Louis B. foi enquadrado pelo artigo 215 do código civil da
França, que diz que casais devem concordar com uma “vida comunal
compartilhada”.
Segundo declarações de sua mulher ao tribunal de
Aix-en-Provence, apesar das mais de duas décadas de união e dos dois frutos da
relação, Jean-Louis se demonstrou pouco inspirado como o passar dos anos,
sendo “o único responsável” pela falta de momentos mais quentes no quarto do
casal.
De acordo com o rapaz, a falta de ‘atenção’ se dava
por problemas de saúde e pelo estresse do trabalho. “A relação sexual entre
marido e mulher é a expressão de afeto que têm um pelo outro e, neste caso,
estava ausente”, declarou o juiz ao anunciar que Jean-Louis seria condenado a
pagar 9.000 euros, algo na casa dos 21 mil reais, segundo a cotação da
época.
"Ao se casar, os casais concordam em compartilhar
suas vidas e isso claramente implica que eles farão sexo um com o outro”,
sentenciou. A notícia foi repercutida em diversos veículos pelo mundo, como
o Daily Mail e The Telegraph.
Além da abstinência sexual, a violência e a
infidelidade são os motivos mais citados por casais franceses na hora do
divórcio. Entretanto, o caso como o de Jean-Louis, com uma condenação
financeira, é extremamente raro no país. A última vez que algo semelhante havia
ocorrido, foi há mais de 10 anos, em 2000.
Segundo uma pesquisa do Instituto Francês de Opinião
Pública, na época, que foi repercutida do Daily Mail, entre mil
adultos entrevistados, 76% deles disseram “sofrer de problemas de
relacionamento devido a uma vida sexual pobre”. Outros 50% também falaram que
“não sentiam desejo” de fazer sexo.
Mais de um terço das francesas confessou citar dores
de cabeça, fadiga ou "não na frente dos filhos" como desculpas para
não se relacionarem. Já um em cada seis homens admitiu desculpas semelhantes.
Além disso, os números mostram que um em cada três casamentos franceses
tradicionais termina em divórcio.
Fonte: AH
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