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quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

HISTÓRIA CENTENÁRIA: A TRAJETÓRIA DA FORD NO BRASIL

No Brasil desde 1919, a Ford anunciou nesta semana que até o fim do ano pretende encerrar todas suas atividades por aqui. Uma das justificativas dada pela automobilística americana é que a crise, impulsionada pelo novo coronavírus, diminuiu e muito as vendas da montadora no país. 

Assim, o Brasil passará a ser atendido apenas por veículos importados. Em contrapartida, a companhia pretende investir em países vizinhos como a Argentina e o Uruguai.

Anos 1900: O início de tudo

Apesar de a Ford ter aberto sua fábrica no Brasil apenas em 1919, a montadora já comercializava seus carros por aqui desde 1904. Um dos primeiros que chegaram ao país foi o Modelo A, o primeiro produzido por Henry Ford.  

Segundo o site da própria montadora, a marca era representada pela agência de William T. Right, na Rua Júlio Conceição, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, responsável pela importação e venda dos veículos.


Anos 1910: A primeira filial brasileira

No final da década, a diretoria da Ford Motor Company aprovou a criação da filial brasileira. Assim, em 1º de maio de 1919 a empresa abriu sua primeira fábrica na Rua Florêncio de Abreu, em São Paulo. 


Anos 1920: O edifício próprio

Em 1921, a Ford muda a sede para um edifício próprio, no bairro do Bom Retiro. A estrutura construída por lá é uma cópia da sede da empresa, em Detroit. Abrigando a primeira linha de montagem de veículos em série do Brasil, a unidade tinha três andares e tinha capacidade de produzir 4.700 automóveis e 360 tratores por ano.  


Anos 1930 e 1940: A 2ª Guerra e os carros a gasogênio

Com o fim da Fordlândia, a montadora trocou parte de suas terras por outra área, onde investiu na plantação de milhões de seringueiras. Porém, com o início da 2ª Guerra e com a doença das plantas, que atacou os seringais, a companhia devolveu a posse ao governo federal por uma quantia simbólica.  

Nos anos seguintes, a montadora passou a investir e diversos outro modelos, como o Mercury 1939, que era produzido apenas por encomenda especial. Conforme a Guerra foi aflorando, as importações foram interrompidas, no entanto, a Ford brasileira não parou com a produção massiva de caminhões para o Exército e a adaptação de veículos ao gasogênio.


Anos 1950: Fábrica do Ipiranga e o primeiro veículo nacional

Em 1953, a Ford inaugurou a Fábrica do Ipiranga, que possuía uma instalação de 200.000 metros quadrados. A estrutura mais moderna permitiu uma nova era de desenvolvimento industrial, com mais de 2.500 empregados contratados e a prod8ução diária de 125 veículos.  

Quatro anos depois, em 1957, a Ford passou a produzir seu primeiro veículo nacional, o caminhão F-600. Nos anos seguintes, a montadora ampliou sua linha nacional com os modelos F-100, F-350 e F-600 a diesel.


Anos 1960: A expansão e o recorde de vendas

A década foi marcada pela expansão nas vendas da automobilística americana. Em 1962, a marca bateu pela oitava vez consecutiva o recorde nacional de vendas, com 21.621 veículos, o que representava na época 44% do mercado. Já em 1969, o Corcel foi eleito o “Carro do Ano”, atingindo a venda de 24.250 unidades, igualando o recorde histórico do Modelo T em 1925.  


Anos 1970:  A Belinda, o aumento na produção e Campo de Tatuí

A década começou com o lançamento da icônica Belinda. A produção da montadora também aumenta, diante dos turnos duplos de trabalho — a Ford passa a produzir 250 veículos por dia. Além disso, a produção do 100.000º Corcel foi comemorada na fábrica de São Bernardo com um modelo cupê duas portas. 

Em 1972, a montadora chega ao seu milionésimo veículo Ford brasileiro. Nos anos seguintes, a companhia segue crescendo, com a nova Fábrica de Motores e Fundição de Taubaté e a construção do Campo de Provas de Tatuí, no interior paulista — o primeiro e mais moderno do gênero da América do Sul.


Anos 1980: O carro a álcool e a propaganda com Ayrton Senna

Por aqui, a Ford desenvolve o Corcel II a álcool, o primeiro veículo da Ford com esse combustível e o primeiro com sistema automático de partida a frio. Sua publicidade é estrelada por Ayrton Senna, e o slogan adotado pela montadora é “Para a Ford, o álcool deu certo”, fazendo referência aos problemas enfrentados por suas concorrentes.  

Nesta década, A Ford e a Volkswagen criam uma parceria e passaram a operar no Brasil e na Argentina dentro da holding Autolatina. A união durou até 1995. Assim, as duas montadoras passam a compartilhar plataformas de carros.


Anos 1990: A globalização da Ford

Os anos 1990 foram marcados pela globalização da empresa no Brasil, que passou a produzir diversos carros que se tornaram sucessos de venda em outros países. Por aqui chegam o Explorer (SUV importado dos EUA), a Taurus e a Ranger (EUA), o sedã Mondeo (Bélgica), o Fiesta Hatch (Espanha). 


Anos 2000 e 2010: Uma nova fábrica no Brasil

Logo após a virada do século, em 2001, Camaçari (BA) recebe não só uma nova fábrica da Ford como a responsabilidade assumir a maior parte da produção de veículos de passeio da montadora, como o novo Fiesta e o EcoSport. 

Paralelamente, a unidade de São Bernardo passa a produzir a linha de caminhões, que vieram da extinta unidade do Ipiranga. Em 2015, a planta comemorou 1 milhão de unidades produzidas.  

Fonte: AH 

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