Um
mistério arqueológico que ficou mais de 100 anos sem resposta finalmente foi
desvendado. A ajuda veio de uma instituição inusitada: o FBI. Uma cabeça de uma
múmia de 4 mil anos encontrada em 1915 por um grupo de arqueólogos dos Estados
Unidos, na antiga necrópole egípcia de Deir el-Bersha, ficou armazenada durante
um longo período no Museu de Belas Artes de Boston (MFA, na sigla em inglês)
sem que seu sexo biológico pudesse ser revelado. A grande dúvida que pairava
era se a cabeça pertencera ao governador Djehutynakht ou sua esposa, uma vez
que havia sido achada dentro do túmulo do casal, decepada por ladrões que
haviam saqueado o local para levar as joias e o ouro ali guardados. As
pesquisas concluíram que o casal viveu aproximadamente 2.000 a.C., durante o
Médio Império Egípcio, e comandou uma região do alto Egito. Em 2009, após uma
tentativa frustrada de identificar o sexo com uma tomografia computadorizada,
médicos e funcionários do MFA perceberam que teriam de extrair um dente da
múmia para recuperar seu DNA. Mesmo com o molar em mãos, mais alguns anos foram
necessários para decifrar os genes.
O MFA
recorre ao FBI. Em 2016, envia o dente para Odile Loreille, cientista forense
que ampliou a quantidade do DNA e colocou-o para ser analisado por um software.
O computador detectou a presença de cromossomos X e Y, chegando à conclusão que
se tratava de um homem — o governador Djehutynakht. O estudo, publicado na
revista “Genes”, constatou que ele tinha traços de ascendência euro-asiática
por parte de mãe, e não relacionados às pessoas que vivem atualmente no norte
da África, como fora pensado durante séculos pela arqueologia.
Fonte:
Revista Isto É
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