Os bombeiros trabalham no rescaldo das chamas que consomem o Museu
Nacional, na Zona Norte do Rio, há mais de 9 horas. Ainda assim, no fim da
madrugada desta segunda-feira (3), era possível ver focos de incêndio em alguns
pontos do prédio. Agentes de 12 quartéis estão no local, que foi destruído por um incêndio na noite de domingo (2).
Segundo bombeiros que trabalham no local, praticamente tudo foi
destruído. Quando as equipes chegaram ao local, por volta das 19h30, os
bombeiros disseram que conseguiram recuperar itens da parte de botânica e
alguns documentos. O restante foi completamente consumido pelas chamas. O Museu
Nacional é a instituição científica mais antiga do país e tinha um acervo de
mais de 20 milhões de itens. Aproximadamente 3 milhões de itens estavam em
outro prédio.
“É inestimável, incomensurável. A gente está falando de um museu que
formou uma coleção histórica na época que os grandes museus da Europa estavam
se formando. Tinha pesquisa acontecendo, tinha a reserva técnica de material
arqueológico. Perdemos a oportunidade de conhecer parte do passado do próprio
Brasil", lamentou Claudio Prado de Mello, arqueólogo e historiador do
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Os dois hidrantes próximos ao Museu Nacional apresentavam problemas no
começo do combate às chamas. Não havia pressão suficiente. A solução foi
apostar para um plano B: retirar água de um lago próximo para o caminhão da
corporação e, assim, levar ao local do incêndio. O problema atrasou o combate
às chamas.
O diretor-adjunto do Museu Nacional, Luiz Fernando Dias Duarte,
afirmou, que houve descaso de vários governos com o local. Segundo
ele, há anos a instituição tenta verba para uma reestruturação. "Passamos
por uma dificuldade imensa para a obtenção desses recursos. Agora todo mundo se
coloca solidário. Nunca tivemos um apoio eficiente e urgente para esse projeto
de adequação do palácio. Para retirar a administração, arquivo e centro
acadêmico do palácio."
Fonte: G1
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