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quinta-feira, 7 de maio de 2020

RELIGIÃO E POLÍTICA NA IDADE MODERNA

As reformas religiosas ocorridas principalmente no século XVI tiveram uma influência bem maior que apenas sobre a vida espiritual das pessoas durante a Idade Moderna. Ela se projetou na história e se fez sentir até hoje, por ter influenciado também a formação dos Estados nacionais e por questionar a distribuição do poder e da riqueza que estava em mãos da Igreja Católica há séculos. A religião e a política marcaram, dessa forma, a Idade Moderna.

O processo de formação dos Estados Nacionais durante a Idade Moderna esteve intimamente ligado às reformas religiosas, já que as novas doutrinas elaboradas pelos protestantes contra a Igreja Católica estimulavam também os questionamentos do poder que os papas de Roma exerciam sobre vários reinos no continente europeu. Os nobres desses reinos viam no protestantismo a resposta religiosa para seus anseios de afastamento da Igreja Católica, que os dominava política e economicamente.

O caso mais notório ocorreu na Inglaterra com o rei Henrique VIII. A negação do pedido de anulação de seu casamento com Catarina de Aragão pelo papa Clemente VII fez com que Henrique VII rompesse relações com a Igreja Católica, confiscasse seus bens em território inglês e criasse a Igreja Anglicana, afastando a influência de Roma dos assuntos políticos do reino.

Lutero conseguiu influenciar os nobres alemães que estavam descontentes com a Igreja de Roma, motivando divisões no interior do Sacro Império Romano-Germânico, que pelo próprio nome já indicava o predomínio católico.

As ideias de Lutero influenciaram também os camponeses, que fundamentados na doutrina religiosa do luteranismo passaram a questionar o poder dos nobres, motivando uma ampla rebelião entre 1523 e 1525, em um movimento conhecido como anabatismo. Entretanto, o anabatismo foi condenado por Lutero, por haver radicalizado as posições contra os nobres e por defender uma forma de organização social mais igualitária, pautada nos princípios de um cristianismo primitivo.

Além disso, a doutrina católica colocava entraves ao desenvolvimento capitalista e burguês com a condenação da usura. Tais medidas impediam que os Estados pudessem estimular atividades financeiras e assim conseguir aumentar a arrecadação de impostos. Esses entraves estimularam a burguesia a questionar a influência católica sobre os Estados que estavam se formando, propondo a separação em relação a Roma.

Com esses exemplos, pode-se perceber a amplitude das reformas religiosas iniciadas no século XVI e como elas superaram em muitos aspectos a ideologia religiosa que as motivou inicialmente.

Fonte: Alunosonline.Uol.com;br

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