As reformas religiosas ocorridas principalmente no
século XVI tiveram uma influência bem maior que apenas sobre a vida espiritual
das pessoas durante a Idade Moderna. Ela se projetou na história e se fez
sentir até hoje, por ter influenciado também a formação dos Estados nacionais e
por questionar a distribuição do poder e da riqueza que estava em mãos da
Igreja Católica há séculos. A religião e
a política marcaram, dessa forma, a Idade Moderna.
O processo de formação dos Estados
Nacionais durante a Idade Moderna esteve intimamente ligado
às reformas religiosas, já que as novas doutrinas elaboradas pelos
protestantes contra a Igreja Católica estimulavam também os questionamentos do
poder que os papas de Roma exerciam sobre vários reinos no continente europeu.
Os nobres desses reinos viam no protestantismo a resposta religiosa para seus
anseios de afastamento da Igreja Católica, que os dominava política e
economicamente.
O caso mais notório ocorreu na Inglaterra com o rei Henrique
VIII. A negação do pedido de anulação de seu casamento com Catarina de
Aragão pelo papa Clemente VII fez com que Henrique VII rompesse relações com a
Igreja Católica, confiscasse seus bens em território inglês e criasse
a Igreja Anglicana, afastando a influência de Roma dos assuntos políticos
do reino.
Lutero conseguiu influenciar os nobres alemães que
estavam descontentes com a Igreja de Roma, motivando divisões no interior do
Sacro Império Romano-Germânico, que pelo próprio nome já indicava o predomínio
católico.
As ideias de Lutero influenciaram também os
camponeses, que fundamentados na doutrina religiosa do luteranismo passaram a
questionar o poder dos nobres, motivando uma ampla rebelião entre 1523 e 1525,
em um movimento conhecido como anabatismo. Entretanto, o anabatismo foi
condenado por Lutero, por haver radicalizado as posições contra os nobres e por
defender uma forma de organização social mais igualitária, pautada nos
princípios de um cristianismo primitivo.
Além disso, a doutrina católica colocava entraves ao
desenvolvimento capitalista e burguês com a condenação da usura. Tais medidas
impediam que os Estados pudessem estimular atividades financeiras e assim
conseguir aumentar a arrecadação de impostos. Esses entraves estimularam a burguesia
a questionar a influência católica sobre os Estados que estavam se formando,
propondo a separação em relação a Roma.
Com esses exemplos, pode-se perceber a amplitude das
reformas religiosas iniciadas no século XVI e como elas superaram em muitos aspectos
a ideologia religiosa que as motivou inicialmente.
Fonte: Alunosonline.Uol.com;br
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