Em 1995, o
acampamento no município Eldorado dos Carajás, localizado no sul do Pará e às
margens da Fazenda Macaxeira, foi ocupado por mais de dois mil manifestantes do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) após o governo afirmar que
as terras eram produtivas.
Em pouco
tempo, o grupo percebeu que aquelas terras eram, na verdade, improdutivas, o
que gerou uma revolta por parte dos trabalhadores. Dessa maneira, decidiram
ocupar a fazenda.
Devido ao
movimento dos sem-terra, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Inca), anunciou um laudo provando que as terras dos acampamentos eram próprias
para o plantio. Entretanto, de acordo com os trabalhadores, o laudo era
forjado.
Não obstante,
o Instituto de Terras do Estado do Pará prometeu que aceleraria o processo do
Inca, mas isso não aconteceu. Em consequência, ocorreu uma manifestação devido
à demora da desapropriação do local, que era responsabilidade do governo e das
instituições.
Ao caminhar
cerca de 900 quilômetros, os homens marcharam até Belém para lutar por seu
propósito. Entretanto, durante o protesto, foram abordados pela polícia local,
o que resultou na interrupção da caminhada após a ação violenta das
autoridades. Dessa maneira, 19 sem-terra morreram no confronto do dia 17 de
abril de 1996 que ficou conhecido como o massacre de
Eldorado dos Carajás.
À vista disso,
o ato dos policiais resultou em 69 pessoas que foram feridas e apresentaram
sequelas dos tiros em diversas partes do corpo. Mais tarde, outras duas pessoas
faleceram devido ao confronto, totalizando 21 mortes.
somente dois
comandantes que estavam na operação foram condenados. O Coronel Mario Colares
Pantoja e o Major Oliveira foram sentenciados a 258 e 158 anos de prisão,
respectivamente. Todavia, nenhum policial ou político foi responsabilizado pelo
crime.
O massacre de
Eldorado dos Carajás não foi um evento isolado e serviu como símbolo das
futuras violações dos direitos humanos de camponeses, trabalhadores rurais e
povos indígenas.De acordo com
um levantamento realizado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), o ano de 2015
foi o que mais registrou mortes em decorrência desses conflitos, resultando no
assassinato de 50 trabalhadores rurais.
Outro estudo
aponta que, no Pará, foram registrados cerca de mil assassinatos de
trabalhadores, líderes rurais e religiosos durante os anos de 1964 a 2014.
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