O ano de 1973 é lembrado, no Brasil, pelo sequestro e assassinato da pequena Ana Lídia
Braga. Até hoje, o crime brutal que aconteceu em Brasília é rodeado por muitos
mistérios.
A garota, que tinha apenas sete anos, desapareceu após
ser deixada na entrada da escola particular intitulada L2 Norte. Entretanto,
sua falta só foi notada quando a empregada da família foi buscá-la na escola.
Dessa maneira, ela foi informada de que a garota não havia entrado na
instituição. Ao entrar em contato com os pais da menina, a trabalhadora contou
o que havia acontecido. Foi quando eles decidiram ligar para a polícia para
informar o desaparecimento de Ana.
Quando a escola foi procurada, uma das funcionárias
afirmou que a garota havia sido levada por um homem loiro de cabelos longos,
alto e que vestia uma blusa branca e calça verde. No mesmo dia do
desaparecimento, o delegado responsável pelo caso recebeu uma ligação de um
homem que alegava ser o sequestrador de Ana. Durante a conversa, ele exigiu
dois milhões de cruzeiros pela vida da menina.
Um dia depois, as autoridades receberam outras
informações sobre os supostos sequestradores. Uma carta, que foi encontrada em
um supermercado próximo à casa da família, dizia que a garota seria libertada
somente pelo valor de 500 mil cruzeiros, que equivale a 236 mil reais. Entretanto,
o resgate nunca foi pago. Além disso, a carta não chegou a ser profundamente
investigada, já que não contou com a verificação das digitais dos suspeitos.
O corpo de Ana
No dia 12 de setembro, o corpo da menina foi
encontrado em uma mata localizada nas proximidades da Universidade de Brasília.
De acordo com os relatos dos policiais, ela estava nua e seu cabelo foi cortado
perto do couro cabeludo.
Ainda de acordo com as autoridades, Ana estava em uma
cova e havia sinais de que ela tinha sido violentada, já que seu corpo contava
com manchas rochas e escoriações. Além disso, diversos preservativos foram
encontrados nas proximidades, mas não foram diretamente relacionados aos
sequestradores da criança. Mais tarde, os exames apontaram que Ana também foi
estuprada depois de morta.
O principal suspeito
O caso chamou a atenção novamente com o anúncio da
polícia. De acordo com eles, Álvaro Henrique Braga, irmão de Ana, poderia estar
ligado ao crime que resultou na morte da garota. Segundo os policiais, ele era
o principal suspeito de ter trabalhado em conjunto com Raimundo Duque, um
traficante de drogas. Não obstante, Braga teria ajudado na simulação do sequestro da irmã.
Para os investigadores, o principal motivo do crime
foi baseado em tirar dinheiro de seu pai, que era um funcionário público. Além
disso, todas as investigações apontaram que Álvaro condizia com as
características fornecidas pela funcionária da escola sobre o sequestrador.
Ademais, ele já tinha ficha na polícia. Segundo os policiais, Álvaro tinha se
envolvido com drogas e também havia a suspeita de que ele estava devendo aos
traficantes locais.
Braga alegou que já havia consumido drogas e que
pedira dinheiro ao pai e aos amigos para realizar o aborto da namorada. Além
disso, durante as investigações, outro funcionário da escola de Ana Lídia
relatou que ele era o homem que tinha abordado a garota.
Mesmo com todas as alegações, o jovem não foi
incriminado pelo ato. "Quando Ana Lídia foi deixada na escola pela mãe,
Álvaro estava dentro do carro, com a irmã e não saiu do carro. Em seguida o pai
o levou até o Detran”, afirmou o advogado de Braga. Mais tarde, o garoto foi
procurado por diversos veículos de comunicação, mas não concedeu nenhuma
entrevista.
Outras alegações
Um ano após o crime, os fatos deixaram de ser
abordados pela imprensa devido a ordem de censura da ditadura militar
brasileira. No mesmo ano, surgiram outros nomes que poderiam estar envolvidos
no sequestro de Ana.
Alfredo Buzaid Júnior, mais conhecido como o Buzaidinho,
era filho do então Ministro da Justiça, Alfredo Buzaid. Além disso, Eduardo
Rezende, filho de Eurico Rezende, o então senador e líder do governo, também
foi apontado como outro suspeito.
Todavia, nenhuma pista foi comprovada contra os homens
e contra o irmão da vítima. No mesmo ano, o traficante de drogas Raimundo Duque
foi absolvido do caso devido à falta de provas de seu envolvimento no crime.
Em 1975, Alfredo Bazaid Júnior morreu em decorrência
de um acidente de carro. O ano de 1990 ficou marcado pela morte de outro
suspeito. Eduardo Rezende cometeu suicídio no Espírito Santo. Mais tarde, em
2005, Raimundo Duque morreu aos 62 anos devido a complicações motivadas pelo
alcoolismo.
Fonte: Aventuras na História
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