Os vikings,
que habitavam a Escandinávia na Idade Média, foram um dos últimos povos
europeus a se converterem ao cristianismo. E previram um apocalipse pagão e
amoral. É a lenda do Ragnarok, ou A Morte dos Deuses, contada nos Eddas,
escritos por volta do século 13.
Os vikings já
eram cristãos e conheciam o Armagedom da Bíblia, mas as histórias falam de seus
deuses antigos, que habitavam o mítico país de Asgard, sob o governo de Odin. O
papel de vilão cabia a Loki, expulso de Asgard por causa de suas tramoias contra
os parentes divinos.
Eles acreditavam também na existência de elfos,
gigantes e monstros. E quase todas essas espécies sairão na pancada durante o
apocalipse mais fatal da História. Tudo começará com o Fimbulvert, um inverno
sobrenatural que durará três anos.
Loki, então, comandará um exército contra Asgard. Suas
tropas incluirão gigantes e monstros, como Fenrir, o lobo demoníaco, e
Jormungad, uma serpente saída dos confins do oceano. Heimdall, o arauto dos
deuses, soprará sua trombeta - e aí, sim, o tempo vai fechar.
Até o manda-chuva Odin morrerá, devorado pelo lobo.
Asgard virará um cemitério. E os humanos serão exterminados por tabela. "A
mitologia nórdica pode ser vista como uma mistura das concepções linear e
circular do tempo", diz o historiador Johnni Langer, da UFMA.
"Por um lado, o céu e a terra renascerão, como
nos mitos hindus. Mas não há previsão de outras destruições."
Não haverá paraíso nem inferno, até porque os vikings
não tinham os conceitos de pecado e julgamento cristãos nas lendas originais
que inspiraram os Eddas. "Haverá um novo Universo semelhante ao
anterior", afirma Langer.
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