Feridos pela Lava Jato,
oligarcas da política nacional pedem voto aos brasileiros como se nada tivesse
sido descoberto sobre eles. Apostam na desatenção e no cansaço do eleitor, que
começa a enxergar o esforço anticorrupção apenas como mais um assunto chato. As
pesquisas de intenção de voto para o Senado indicam que a estratégia deve
funcionar. Réus, denunciados e investigados lideram a disputa pelas duas vagas
de senador em vários Estados.
Estão na bica de se
reeleger, por exemplo, encrencados notórios como Renan Calheiros, Jader
Barbalho, Edison Lobão, Eunicio Oliveira e Ciro Nogueira. São favoritos à
eleição para o Senado investigados do porte de Jaques Wagner e Dilma Rousseff.
Há também casos como o do multiprocessado Aécio Neves. Ele foge da disputa pela
cadeira de senador, mais difícil, mas concorre com boas chances a um assento na
Câmara dos Deputados.
O tempo da Justiça é
diferente do tempo da política. O eleitor não precisa de uma sentença judicial
para excluir de suas opções candidatos sujos ou mal lavados. Mas a democracia é
um regime em que as pessoas têm ampla liberdade para exercitar a sua capacidade
de fazer besteiras por conta própria. Quando é desvalorizado, o voto vira
apenas um equívoco renovado de quatro em quatro anos.
Fonte: Blog
do Josias de Souza
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