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sábado, 11 de setembro de 2021

COELHO NETO: A TRISTE SINA DOS CONTRATADOS NO SERVIÇO PÚBLICO

 

Um estratagema eficiente que os políticos-executivos, de maneira geral, utilizam para manter os apoiadores sob controle é a FOLHA DE PAGAMENTO. Os cargos em comissão ou confiança, as funções gratificadas, os contratos temporários (e outros) elevam a submissão do contratado ao grau máximo.

Após a contratação, o indivíduo fica obrigado a defender o benfeitor sob qualquer circunstância. As defesas públicas e os elogios nas redes sociais, com compartilhamentos até de pintura de meio-fio, determinam o tamanho da subserviência. A bajulação é uma das condições básicas para quem depende do emprego público arranjado (sem concurso).

O sujeito dependente torna-se marionete e é, facilmente, manipulado, pois é com o pequeno salário que sustenta a família, paga as contas e tem um mínimo de dignidade. Nessa condição não questiona se o governante é nepótico, se a súcia de picaretas enriquece de forma ilícita ou se a roubalheira é abonada pelo poder legislativo. Fecham-se os olhos e ouvidos para erros e atos de corrupção porque a sobrevivência é condição sine qua non.

Além disso, o indivíduo perde a rédea do voto sendo obrigado a seguir os candidatos da “liderança” sem nenhum tipo de resistência (voto de cabresto). Em certos casos, o submisso pode até ser competente no desempenho da função, mas a necessidade de manter-se “bem visto” aos olhos do gestor e seus cupinchas o torna vulnerável, subordinável e acrítico, pois sabe-se que quem está no poder é inimigo mortal do sujeito analítico.

Observa-se uma estranha “continuação” das práticas coronelistas, implantadas no Brasil da República Velha. E, apesar do tempo transcorrido, das mudanças nos contornos democráticos e legais, infelizmente, essa realidade ainda sobrevive (ao seu modo), principalmente, nos pequenos e médios municípios brasileiros: Coelho Neto, Duque Bacelar e Afonso Cunha servem para exemplo. E, aparentemente, por mais democrata que o político se mostre, nos bastidores a realidade é outra: quem critica perde o contrato ou não ganha.

 

Imagem da internet


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