Em 2000, autoridades do Paquistão foram surpreendidas com a história de um homem
que queria vender uma múmia no mercado negro pela quantia de 11 milhões de
dólares (aproximadamente R$ 50 milhões). Após encontrarem o vendedor, eles
descobriram que o dono da múmia havia conseguido a raridade com um homem do
Irã, que a encontrou depois de um terremoto.
Depois de ser interrogado, o paquistanês eventualmente
levou os policiais até o local onde a múmia estava guardada. A relíquia foi
levada até o Museu Nacional de Karachi para ser avaliada por especialistas.
Como consequência, encontraram um corpo mumificado, seguindo as tradições
egípcias, em um sarcófago com escritas cuneiformes.
O cadáver foi encontrado com uma coroa dourada, uma máscara funerária e uma placa em
seu peito que o descrevia como “a filha do grande Rei Xerxes”, Rhodugune. Isso
representaria que os seus restos pertenceram a uma princesa persa de 2.600
anos.
Por ser o primeiro achado da família real da Pérsia já
documentado em território iraniano, o acontecimento despertou a atenção da
mídia internacional, por ser um verdadeiro tesouro. Entretanto, depois de
alguns meses, os especialistas que analisaram a múmia com tomografias, testes
químicos e datação por carbono revelaram uma verdade insólita sobre o antigo
corpo.
A princesa em questão, na verdade, era uma fraude, e, também, vítima de um assassinato recente. O
primeiro indício de que se tratava de um embuste era a escrita cuneiforme no
sarcófago, claramente amadora e pouco precisa.
As tomografias revelaram que o corpo da múmia
pertencia a uma mulher de aproximadamente 21 anos quando morta, que teve seus
órgãos internos removidos (assim como as múmias egípcias). A causa da morte foi
um trauma na vértebra cervical, todavia, não ficou comprovado se seu pescoço
foi quebrado propositalmente.
As análises químicas revelaram que os pelos do cadáver
foram clareados, e o abdômen da “múmia” preenchido com bicarbonato de sódio,
para secar o interior. A datação de carbono apresentou um resultado bem
diferente do que a mídia já havia divulgado: a vítima teria morrido em 1996.
Os investigadores acreditam que essa foi uma forma que
os autores da falsificação encontraram para conseguir dinheiro.
Provavelmente retirado de um túmulo, o corpo passou por um processo cuidadoso
de mumificação semelhante aos que os egípcios faziam. Como consequência, os
responsáveis pelas investigações acreditaram que alguém familiarizado com
anatomia estivesse envolvida no caso.
Até então, nenhum culpado foi identificado, mesmo após
o vendedor ter sido interrogado pela abertura de uma investigação de homicídio
(já que o pescoço da mulher estava quebrado). A verdadeira identidade da
"múmia" permanece uma incógnita.
Fonte: AH
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