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domingo, 26 de julho de 2020

O GOLPE DA MÚMIA DE UMA PRINCESA PERSA, QUE EXPÔS UM CRIME DO SÉCULO 20

Em 2000, autoridades do Paquistão foram surpreendidas com a história de um homem que queria vender uma múmia no mercado negro pela quantia de 11 milhões de dólares (aproximadamente R$ 50 milhões). Após encontrarem o vendedor, eles descobriram que o dono da múmia havia conseguido a raridade com um homem do Irã, que a encontrou depois de um terremoto.

Depois de ser interrogado, o paquistanês eventualmente levou os policiais até o local onde a múmia estava guardada. A relíquia foi levada até o Museu Nacional de Karachi para ser avaliada por especialistas. Como consequência, encontraram um corpo mumificado, seguindo as tradições egípcias, em um sarcófago com escritas cuneiformes.

O cadáver foi encontrado com uma coroa dourada, uma máscara funerária e uma placa em seu peito que o descrevia como “a filha do grande Rei Xerxes”, Rhodugune. Isso representaria que os seus restos pertenceram a uma princesa persa de 2.600 anos.

Por ser o primeiro achado da família real da Pérsia já documentado em território iraniano, o acontecimento despertou a atenção da mídia internacional, por ser um verdadeiro tesouro. Entretanto, depois de alguns meses, os especialistas que analisaram a múmia com tomografias, testes químicos e datação por carbono revelaram uma verdade insólita sobre o antigo corpo.

A princesa em questão, na verdade, era uma fraude, e, também, vítima de um assassinato recente. O primeiro indício de que se tratava de um embuste era a escrita cuneiforme no sarcófago, claramente amadora e pouco precisa.

As tomografias revelaram que o corpo da múmia pertencia a uma mulher de aproximadamente 21 anos quando morta, que teve seus órgãos internos removidos (assim como as múmias egípcias). A causa da morte foi um trauma na vértebra cervical, todavia, não ficou comprovado se seu pescoço foi quebrado propositalmente.

As análises químicas revelaram que os pelos do cadáver foram clareados, e o abdômen da “múmia” preenchido com bicarbonato de sódio, para secar o interior. A datação de carbono apresentou um resultado bem diferente do que a mídia já havia divulgado: a vítima teria morrido em 1996.

Os investigadores acreditam que essa foi uma forma que os autores da falsificação encontraram para conseguir dinheiro. Provavelmente retirado de um túmulo, o corpo passou por um processo cuidadoso de mumificação semelhante aos que os egípcios faziam. Como consequência, os responsáveis pelas investigações acreditaram que alguém familiarizado com anatomia estivesse envolvida no caso.

Até então, nenhum culpado foi identificado, mesmo após o vendedor ter sido interrogado pela abertura de uma investigação de homicídio (já que o pescoço da mulher estava quebrado). A verdadeira identidade da "múmia" permanece uma incógnita.

Fonte: AH

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