Segundo o professor de História, Ueldison Alves
de Azevedo, o imperador fora pressionado pela coroa portuguesa a retornar para
o país europeu. Ao mesmo tempo, elites que se formavam no território brasileiro
ansiavam pela sua partida.
“Esse foi o período em que o analfabetismo estava em
alta e apenas as elites agrárias tinham estudos. Logicamente, ela apoiava a
iniciativa de um Brasil independente, principalmente os pernambucanos, que
antes mesmo do processo de independência começar no território brasileiro, a
denominada confederação do Equador. Formada por um grupo de republicanos,
defendia a
Ueldison explica que, ao contrário do que muitas
pessoas pensam, o soberano não permaneceu na colônia para agradar a massa,
sendo um erro histórico tal conhecimento popular.
“É muito equivocado falar no campo da historiografia
que Dom Pedro ficou para agradar a massa. Isso nunca foi verdade, o
interesse dele foi fazer a vontade de uma pequena quantidade de pessoas ricas
que tinham ideais políticos definidos”, disse.
O professor de História, ressalta, ainda, que ao longo
do processo histórico da caminhada para a independência do Brasil, diversos
interesses pessoais estiveram envolvidos.
“Essa decisão do imperador é de muita importância para
colocar o Brasil no caminho da identidade nacional. Pela primeira vez, temos um
governo nosso, apesar de ser o único império dentre as repúblicas da América
latina”,
Conforme aponta o especialista, o dia 9 de janeiro de
1822 foi responsável por proporcionar maior poder ao primeiro imperador. A
partir do Dia do Fico, é possível perceber, ainda, que Dom Pedro I passou
a ter uma influência sem igual, conforme ficou destacada na Constituição de
1824.
“Esse documento é o fruto dessa iniciativa e do apoio
a Dom Pedro I, pois ela traz os princípios do iluminista Barão de
Montesquieu, o qual defendia que um Estado deveria ser dividido em três
poderes, judiciário, legislativo e executivo. Porém, o imperador ainda criou o
quarto poder, chamado de moderador”, explicou o professor.
O poder moderador passou a centralizar todo o comando
nas mãos do imperador. No entanto, Ueldison reforça que há um
consenso entre os
"Apesar de termos um governo déspota,
absolutista, este foi o primeiro que trouxe uma identidade política ao nosso
país. Com ele tivemos símbolos de riquezas nacionais, como o nosso próprio
tesouro, que durante muito tempo ficou no Estado do Rio de Janeiro no Palácio
da Quinta do Boa Vista, sendo que lá era a sede do governo imperial”,
ressaltou.
Para o especialista, as influências das atitudes
de Dom Pedro I para a formação da sociedade são inevitáveis. “Devemos
olhar o quanto o Dia do Fico foi importante para nossa formação como sociedade,
ainda que de maneira tardia no século 19”, completa Ueldison.
Fonte: AH
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