A curiosidade é o grande combustível para a resolução
dos mistérios da história e da ciência. É por isso que a sociedade faz avanços
há séculos e hoje, com o advento da tecnologia, ficou mais fácil desvendar
segredos. Recentemente o jornal The Times of Israel revelou que partes
inexploradas do famoso Herodium, morada do Rei Herodes, o Grande, foram
descobertas. Segundo pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém, o
local era tão importante para o soberano que, perto de sua morte, ele ordenou
que seus criados enterrassem o local com terra para que nenhum inimigo tomasse
posse. Os arqueólogos contam que a estratégia do monarca preservou o palácio
tão bem que algumas escadarias secretas, tesouros, obras de arte e um teatro
privado com capacidade para 300 pessoas só foram encontrados agora.
“Cada nova descoberta revela mais sobre o processo
histórico da humanidade, aumenta nossa compreensão” Diego Amaro,
historiador
Roi Porat, chefe da expedição, afirma que Herodes
queria “preservar sua memória para sempre”, por isso abusou da exuberância nas
construções. “É um sítio arqueológico único”, diz. Conforme expandia seu poder,
o rei colecionava objetos luxuosos como pinturas rupestres, painéis de mármore
e itens que retratavam o Egito. Porat acredita que a construção era uma exceção
se comparada com outras instalações do soberano, visto que o apreço pela arte o
fazia romper com tradições religiosas. “O rei seguia a tradição judaica que
evitava imagens de animais e pessoas, mas no Herodium tudo era possível”,
conta.
Especialistas afirmam que Herodes governava os judeus
sob a tutela do Império Romano. Tal influência fez com que o monarca mudasse
toda a decoração de parte do palácio após a visita de um general do império,
até porque ele queria construir uma fortaleza “romana” dentro de Jerusalém como
símbolo de sua grandeza. Mas, perante o povo, tinha uma imagem de autoritarismo
e crueldade, além de insegurança em relação ao próprio poder.
De acordo com os historiadores, em um dado momento,
Herodes tomou conhecimento de uma profecia. Nela, um messias seria enviado para
libertar o povo de suas injustiças. Com medo, o soberano ordenou que todas as
crianças menores de dois anos fossem mortas. Contudo, nem mesmo tal crueldade
impediu o nascimento de Jesus Cristo, o personagem citado pela profecia. “Tudo
que possui ligação com Cristo gera curiosidade porque o mundo ainda é de
maioria cristã”, diz Diego Amaro, historiador do Centro Universitário Salesiano
de São Paulo (UNISAL). O fascínio pelo Herodium não é de hoje. Há registros
históricos que comprovam a interferência de monges franciscanos no palácio
desde 1950, tido como início das escavações. “Cada nova descoberta é reveladora
porque ajuda na compreensão histórica e cultural da humanidade”, acrescenta.
Segundo autoridades israelenses, o palácio será aberto para visitação assim que
a pandemia acabar. Por hora, as escavações continuam em andamento.
Fonte:
Isto É
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