Esperança, já disse, arte de esperar,
Todo dia no quintal
Os olhos olham o vento,
Sentem o sol,
Leem as nuvens.
Nem sinal,
Asa branca, mandacaru que floriu faz tempo,
Cadê as águas de março?
E Esperança não morra de sede, de sol.
Todo Nordestino sente cheiro de chuva no vento.
Sabe procurar água com graveto...
E reza mesmo sem querer, com os olhos,
Quando vê o chão rachar,
Doido para que o céu chore,
Enchendo bacias, bolsos e
Tachos de alegria
E verde.
Lá dentro Mãe sorri dizendo:
- Num chora não e umbora rezar pra chuvê mulhé!
Texto: Preta Guerra
Foto: UOL
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