O AMOR NÃO É ETERNO
Carlos Machado
Como pressagiar que o
quê sinto é eterno
Se tudo chega ao fim?
O meu amor nasceu,
cresceu
Ficou adulto, burro,
inconsequente
Às vezes libertino
Está ficando velho,
cansado
E vai morrer
É tolice dizer: vou te
amar eternamente
Pois, tudo que nasce,
cresce e, impreterivelmente, morre
A morte é o fim natural da vida
E se o amor dá vida a
vida
Também não está imune
de fechar os olhos
O meu amor vai passar
Assim como passam os
dias, as noites
As estações, o choro,
e as lamentações
Vai passar e não vou
morrer por esse amor
Porque amores vêm e
vão
E Novos quereres virão
E no próximo verão
Se vivo estiver
Novo amor estará
latente
Crescendo dentro do
peito
Achando-se no direito
De fazer sofrer
E assim é o amor
Vem e volta
Traz alegria e dor
Tenta enganar que será
eterno
E quando menos se
espera
Termina no próximo
inverno
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