Lisboa, 1502. Com a descoberta de um caminho
marítimo para as Índias e de uma terra com proporções continentais do outro
lado do Atlântico, a capital do reino de Portugal tornara-se um ponto de
convergência para espiões de toda a Europa. A cada viagem, os navegantes
portugueses entregavam suas anotações a cartógrafos do rei, que consolidavam
toda a informação sobre a forma e os caminhos do mundo em mapas cada vez mais
completos. Eles eram guardados a 7 chaves em locais como a Casa da Mina e das
Índias.
A pena de morte para cartógrafos que
contrabandeassem mapas não impediu, porém, que o italiano Alberto Cantino
conseguisse uma cópia do mapa mais completo que havia do mundo daquela época,
uma "carta náutica para as ilhas recentemente encontradas na região das
Índias". O espião contratou um personagem misterioso, que teria levado 10
meses para reproduzi-lo, e remeteu a obra ao duque de Ferrara, na Itália.
A
cópia entrou para a história como o Planisfério de Cantino e serviu de
referência para outros mapas europeus do século 16. Com 218 x 102 cm, revelava
um mundo nunca visto: grandes partes da Ásia e as terras descobertas por
Colombo e Cabral na América. Misteriosamente, a carta também mostra detalhes do
litoral norte brasileiro, que até 1502 não fora visitado oficialmente. O que
sugere que o mapa foi elaborado com a ajuda de outros navegantes, que teriam
chegado ao Brasil antes de Cabral.
Fonte:
Revista Aventuras na História
Nenhum comentário:
Postar um comentário