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segunda-feira, 23 de abril de 2018

DESCOBRIMENTO DO BRASIL: NÃO FOI CABRAL

Lisboa, 1502. Com a descoberta de um caminho marítimo para as Índias e de uma terra com proporções continentais do outro lado do Atlântico, a capital do reino de Portugal tornara-se um ponto de convergência para espiões de toda a Europa. A cada viagem, os navegantes portugueses entregavam suas anotações a cartógrafos do rei, que consolidavam toda a informação sobre a forma e os caminhos do mundo em mapas cada vez mais completos. Eles eram guardados a 7 chaves em locais como a Casa da Mina e das Índias. 
A pena de morte para cartógrafos que contrabandeassem mapas não impediu, porém, que o italiano Alberto Cantino conseguisse uma cópia do mapa mais completo que havia do mundo daquela época, uma "carta náutica para as ilhas recentemente encontradas na região das Índias". O espião contratou um personagem misterioso, que teria levado 10 meses para reproduzi-lo, e remeteu a obra ao duque de Ferrara, na Itália.
A cópia entrou para a história como o Planisfério de Cantino e serviu de referência para outros mapas europeus do século 16. Com 218 x 102 cm, revelava um mundo nunca visto: grandes partes da Ásia e as terras descobertas por Colombo e Cabral na América. Misteriosamente, a carta também mostra detalhes do litoral norte brasileiro, que até 1502 não fora visitado oficialmente. O que sugere que o mapa foi elaborado com a ajuda de outros navegantes, que teriam chegado ao Brasil antes de Cabral.

Fonte: Revista Aventuras na História

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