A Polícia Federal trabalha com a hipótese de que os
25 africanos que estavam em um catamarã resgatado por um barco pesqueiro em
alto mar próximo à cidade de Camocim no Ceará e conduzido para o porto de São
José de Ribamar, seriam vítimas de tráfico humano realizado por dois cariocas,
que também estavam na embarcação que saiu do continente africano com destino ao
sudeste do País.
Segundo suspeita a PF, eles seriam utilizados em
trabalho escravo em São Paulo e no Rio de Janeiro. Mas uma tempestade danificou
o catamarã e o grupo ficou à deriva em alto mar.
Na versão da dupla brasileira, eles foram buscar um
catamarã em Cabo Verde e quando retornavam ao Brasil, encontraram e acolheram
os africanos que estavam entregues à própria sorte depois que uma tormenta
praticamente destruiu o barco com que pretendiam aportar na costa brasileira.
Os dois cariocas foram conduzidos para sede da PF e
os africanos, em sua maioria da Nigéria, Senegal e Guiné receberam
documentações provisórias e foram fazer uma avaliação médica em um hospital de
São Luís, antes de serem encaminhados para o ginásio Costa Rodrigues,
providenciado como abrigo pela secretaria de Direitos Humanos do governo do
Estado.
De acordo com os primeiros atendimentos que
receberam ainda no porto de São José de Ribamar, o estado de saúde dos
“refugiados” foi considerado boa, e apenas um deles apresentava um machucado na
cabeça.
O comandante da embarcação que resgatou os
“refugiados”, Moisés dos Santos, disse que um deles afirmou que estavam cinco
dias sem comer e que, antes de acabar o estoque de comida, se alimentavam com
dois biscoitos por dia.
Sem confirmar a suspeita da polícia, os africanos
que falam português disseram apenas que possuíam parentes no Brasil e esperavam
encontrá-los para iniciar uma nova vida no País. O delegado da PF, Roberto Chaves, disse que eles
pagaram em ouro e entre 700 euros e 800 dólares pela viagem.
Fonte: Blog do Gilberto Lima
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