A Segunda Guerra envolveu as mais
longínquas regiões do planeta, nos mares e na terra, na neve e no deserto
através de uma guerra que começou na Europa, berço
dos grandes pensadores, artistas e cientistas modernos, recém-saída de um
conflito monstruoso que deixara milhões de mortos no início do século 20.
Da ascensão de Hitler ao Tratado de Versalhes, foram
as fagulhas para engolfar o Velho Mundo numa guerra e, pouco depois, o planeta
inteiro. Era de conhecimento geral que a Alemanha não tinha matéria-prima
suficiente para sustentar uma guerra de longa duração.
Daí a "necessidade" de invadir e conquistar
regiões ricas em petróleo e minerais. Assim, as ações alemãs inicialmente
vitoriosas na Europa, resultado da reconstrução de seu Exército sob as barbas
da Liga das Nações, deram a falsa impressão aos nazistas de que seria fácil
usurpar outros territórios. Ledo engano.
Depois de conquistar quase totalmente a Europa
ocidental, Hitler não conseguiu deixar a Inglaterra de joelhos. Na sequência,
voltou-se para o Leste Europeu e invadiu a União Soviética, abrindo um novo
front, no que foi reconhecidamente um de seus maiores equívocos estratégicos.
Assim começou a Operação Barbarossa, na primavera de
1941, com a certeza de que os alemães conseguiriam fazer o que os franceses não
tinham conseguido. Também acabaram vencidos.
Em 1941, a Alemanha mandou tropas para ajudar a
combalida Itália a manter suas linhas na Grécia e no norte da África contra os
ingleses. A batalha pela ilha de Creta causou grandes baixas aos alemães.
Enviado ao Egito, o Afrikakorps alemão fez o que pôde para dominar o
estratégico porto de Tobruk e os campos de petróleo da região, até ser repelido
pelos ingleses, em novembro de 1942.
Pouco depois, os Estados Unidos entrariam no conflito,
mandando suas primeiras tropas para o Mediterrâneo. As bases aéreas americanas
em território brasileiro, no caminho para o norte da África, foram um exemplo
de como todas as áreas do planeta estavam mobilizadas na luta global contra o
Eixo.
No começo da guerra no Extremo Oriente, as forças
imperiais japonesas estavam em plena ascensão, dominando quase todo o Pacífico.
Antes de Pearl Harbor, muitas áreas do extenso território chinês já estavam em
guerra, com as colônias inglesas combatendo os japonês.
O Japão invadiu a China no começo dos anos 1930,
cometendo inúmeras atrocidades contra a população, como na ocupação de Nanquin,
com 300 mil mortos ou na instauração de um laboratório de armas bacteriológicas
na área, responsável pela morte de mais de 10 mil prisioneiros de guerra,
usados como cobaias.
Como o Japão era aliado da Alemanha, o território da Indochina
– então colônia francesa – foi ocupado por forças japonesas. A China já tinha o
apoio explícito dos Estados Unidos antes de sua entrada no conflito, ao receber
treinamento e equipamento militares americanos.
Uma ponte aérea para levar suprimentos foi
estabelecida pelos americanos entre a Índia, a Burma e a China. Os aviões
sobrevoavam as perigosas montanhas do Himalaia, levando suprimentos preciosos
na luta dos chineses, mantendo assim um grande número de tropas japonesas
ocupadas.
Depois do ataque japonês a Pearl Harbour, os Estados
Unidos declararam guerra ao Japão, que havia assinado o Tratado Tripartite em
1940, com a Alemanha e Itália, formando o Eixo. Na esperança de que o Japão
também atacasse a URSS, Hitler adiantou-se em declarar guerra aos americanos.
Mas o Império japonês já estava ocupado em sua luta,
além de não querer confrontar a União Soviética naquele momento. Mais um
fracasso de Hitler.
Em junho de 1942, os japoneses conquistaram algumas
das Ilhas Aleutas, no extremo norte do Pacífico, parte do território americano
do Alasca, um pequeno grupamento de ilhas do Cinturão de Fogo, nas fronteiras
do Polo Norte.
O receio de que os japoneses pudessem atacar o
território americano daquele ponto motivou a construção de uma longa estrada e
de um oleoduto, que atravessou vários estados americanos até a região do
Alasca, mobilizando o home front na defesa das fronteiras norte-americanas.
Em fevereiro de 1943, ao conclamar os alemães para uma
“guerra total” (total krieg), Joseph Goebbels, o ministro da Propaganda de
Hitler, jamais poderia imaginar a maneira como o mundo inteiro cairia sobre
suas cabeças, em maio de 1945.
O que dizer das populações de Hiroshima e Nagasaki, em
agosto do mesmo ano. Terminaria assim a guerra que mobilizou e modificou
profundamente os quatro cantos do mundo.
Fonte: AH
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