Quando se chegou por aqui, em 2009, algo muito estranho
estava acontecendo. Talvez, você não lembre, mas é importante fazer um esforço,
pois um dos maiores erros do ser humano é julgar e condenar sem conhecer a
realidade e a verdade sobre os fatos. Os que lembram são conscientes das
mudanças, das transformações que houveram nesses oito anos- de 2009 a 2016.
Mas, vamos começar pelo fim, ou os últimos dois anos. Em
2015, explodiu uma crise sem precedentes na história do Brasil. Com um
gerenciamento desastroso, o PT derrubou nosso País na lona. Nocauteadas, as
pequenas e médias prefeituras foram as que sofreram o maior impacto com a
diminuição das receitas federais, queda constante no FPM, paralização das obras
em convênio com o Governo Federal, corte de programas sociais e atraso no
repasse de recursos.
Tudo ficou mais difícil: Diversas prefeituras Brasil à fora,
praticamente, fecharam as portas. Quando não chegavam a tanto, passaram a
atrasar o salário dos servidores. Sem dinheiro para investimentos e sem
condições de manter o básico para a população, os mais pobres começaram a pagar
e, ainda, pagam os efeitos devastadores da crise que se instalou no País.
Em Coelho Neto não foi diferente e com um agravante: houve
mudança no Governo do Estado. Quando Flávio Dino assumiu, a situação que não
era das melhores, em função da crise nacional, tomou proporções alarmantes,
pois todos os benefícios que o Município recebia foram cortados, os que não
foram suspensos tiveram seus valores diminuídos e repassados com enorme atraso.
A manutenção do pagamento de salários atualizado e dos
serviços básicos foi uma questão de honra e competência administrativa diante
que vinha acontecendo com as finanças do município. Enquanto outros Municípios,
praticamente, fecharam as portas Coelho Neto manteve o ritmo necessário para não
parar. Esforço e organização definiram o ritmo.
Mas, voltando ao início de 2009. O caos estava instalado. Em
todas as áreas da administração os problemas se agigantavam. Na saúde, por
exemplo, não dispúnhamos de um único hospital. Postos de saúde às moscas, sem
condições de funcionamento; ambulâncias, no pátio da Secretária, desmontadas,
caiam aos pedaços e, somente, uma funcionando para transportar pacientes para
Caxias e Teresina. Uma situação desoladora.
Educação, Assistência Social, Esportes, lazer e agricultura
eram outros setores públicos que estavam paralisados. Na infraestrutura os
problemas eram enormes. Só para citar, a cidade estava cheia de crateras feitas
pela empresa Jurema, a propósito de um fadado projeto de esgotamento sanitário
que nunca foi para lugar nenhum.
Voltando à educação, quase ia esquecendo, os servidores
haviam terminado de resolver as questões inerentes à maior greve já vista no Município:
foram 32 dias de paralisação. Em praça pública a gestão era “detonada” pelos
professores. Foi um período estressante de nossa história. Infelizmente, muitas
pessoas preferem esquecer ou fingem não lembrar, tentando dar um ar de
normalidade a um período crítico vivido pela população, principalmente, àqueles
que mais precisavam de apoio do poder público.
Economicamente, Coelho Neto, sofria os efeitos do fechamento
da fábrica Itapagé. O período “negro” da economia atingiu todos os setores da
sociedade. Centenas de famílias deixaram a cidade, mudaram para outros locais
em busca de sobrevivência. E, com a administração municipal inoperante as
alternativas eram mínimas. O comércio, na cidade, que é fraco, entrou em
colapso. Por fim, a situação vivenciada era caótica. O termo “terra arrasada”,
no sentido não literal, faz jus ao período. O texto abaixo, de autoria do
comunicador Milton Vieira, retrata de maneira mais enfática o que já foi dito:
“Ao assumir a Prefeitura em 1º de
janeiro de 2009, Soliney Silva – PMDB- sabia que tinha que “trabalhar muito
mais”. Em alguns setores era preciso recomeçar do zero! A exclamação é oportuna
porque Soliney herdara uma cidade com problemas graves na infraestrutura e na
urbanização: buracos por toda parte, ruas e avenidas intrafegáveis, um sistema
educacional ineficiente, saúde na UTI, enfim, um caos! Creio não ser exagero,
mas Coelho Neto se igualava a um cadáver em avançado estado de putrefação! Esta
afirmação não ignora as boas intenções de gestores anteriores. Porém, ao nosso
ver, faltou um planejamento administrativo destes voltado para os anseios dos
coelhonetenses. E é exatamente aí onde o governo de Soliney Silva foi
eficiente. Prova disso são os recordes de popularidade. Nunca, na história
política de Coelho Neto, um governo se sustentou por tanto tempo no topo das
opiniões”!
Não temos a intenção de fazer um
resgate, total, das ações que foram realizadas e, nem tão pouco, “endeusar” à
administração municipal. Mas, é certo que o sentimento de orgulho renasceu nos
Munícipes. O empolgante trabalho feito, principalmente, nos primeiros 4 anos
(2009-2012) e nos dois seguintes (2013-2014) rejuvenesceu a esperança de todos.
Mas, aí, veio a crise nacional e a perseguição do Governo Estadual. As
dificuldades advindas nos últimos dois anos (2015-2016) não trouxeram
transtornos maiores porque a estabilidade e organização conseguidas nos anos
anteriores serviram de baluarte para o enfrentamento da crise.
Compreendemos como obrigação do
gestor fazer um bom trabalho, que vise melhorar as condições de vida (através
da oferta de saúde, educação, assistência), de trafegabilidade, de geração de
emprego e renda, de lazer... atender às necessidades da população não é favor.
Entretanto, existem os que se esforçam com mais afinco e disposição na busca de
condições para, efetivamente, realizar as mudanças. Nesse sentido, Soliney
Silva, foi o responsável por uma das administrações mais profícuas e
transformadoras que o Município de Coelho Neto recebeu ao longo da História,
pós emancipação, começada em 1893.
Não temos a intenção de cansar o
leitor, com um texto estafante, citando obras feitas e ações de governo
realizadas no período, mas é singular transmitir para `àqueles que resolveram
fechar os “olhos da consciência” ou que não tiveram conhecimento das mudanças
ocorridas nos últimos 8 anos, uma rápida síntese do que fica de positivo para as
gerações presentes e futuras: IFMA, UPA, centro de imagem, construção de postos
de saúde ( Santana, Mutirão, Anil) e duplicação dos existentes, farmácia
popular, CEO, Nasf, Laboratório de
próteses, ambulâncias; duplicação
das avenidas Coelho Neto e José Silva, 117 ruas com calçamento poliédrico, 32
ruas asfaltadas, mercado do produtor, reconstrução da Praça do Balão,
semáforos, tratores com carretas e grades, caçamba, patrol, retro escavadeira,
carro pipa, ônibus escolar, Escolas, valorização da cultura, valorização das
festas tradicionais, quadras poliesportivas, complexo esportivo Tancredo Neves,
reconstrução do Ginásio Uiran Sousa, expansão da rede de energia elétrica, expansão
da rede de água, estradas vicinais, Programas de Assistência Social, 92 poços
artesianos- mais que o dobro de todas as administrações, juntas-.
As obras que foram conseguidas em
parceria com o Governo Federal e, depois, paralisadas em avançado estágio de
construção podem ser creditadas, pelo esforço empenhado, à gestão de Soliney
Silva, cita-se: Escola Justino Bastos (praticamente construída), Escola com 12
salas no Bairro Olho D’Aguinha, Escola com 06 salas no Bom Sucesso; 03 postos
de saúde (Centro, Conjunto José Reinaldo e Bom Sucesso) e 05 creches.
Certamente, ficará nos anais da
História a contribuição relevante do Governo de Soliney Silva. Essa
contribuição não custará a ser lembrada com resquícios de saudade e, então,
será dada a verdadeira e merecida importância aos feitos constituídos. Mas,
importante mesmo é a utilidade presente, das realizações, para a comunidade.
Isso é inegável e por mais que se queria diminuir a suntuosidade do período não
será possível, pois como escreveu Lucien Febvre “ a História é filha do seu
tempo”.