Débora
Zampier – Repórter da Agência Brasil
Brasília
- O julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) será retomado hoje
(8), a partir das 14h, em mais uma etapa para as defesas de cinco réus. O
primeiro advogado a apresentar considerações é Márcio Thomaz Bastos,
ex-ministro da Justiça. Bastos representa José Roberto Salgado, ex-dirigente do
Banco Rural, que responde pelos crimes de gestão fraudulenta, lavagem de
dinheiro, formação de quadrilha e evasão de divisas.
O
ex-ministro disse que na sua apresentação vai apontar vários questionamentos
técnicos sobre a atuação do Ministério Público Federal (MPF). Bastos rebate
alguns pontos apresentados pelo MPF. e Referência para advogados, desde o
começo do julgamento, no dia 2, ele tem sido presença constante no Supremo e
geralmente está cercado por jornalistas e jovens advogados.
Bastos
levanta dúvidas sobre o fato de a Procuradoria-Geral da República insistir em
usar provas colhidas nas comissões parlamentares mistas de Inquérito durante o
processo na Suprema Corte, mesmo que elas tenham sido desmentidas no curso da
ação penal. Há precedentes no STF que impedem esse tipo de conduta.
O
ex-ministro é apontado como um dos autores da tese de que o dinheiro do
mensalão na verdade é caixa 2. Esse argumento tem sido usado por vários
advogados.
Foi Bastos
que apresentou a questão de ordem no primeiro dia do julgamento para que o
processo fosse desmembrado. O pedido atrasou em um dia o cronograma previsto.
Mesmo com a negativa do plenário, Bastos recebeu vários elogios dos ministros.
Ao longo
do dia, o julgamento prosseguirá com a defesa dos réus que pertenceriam ao
chamado núcleo financeiro - acusado de viabilizar empréstimos fraudulentos para
distribuir dinheiro aos políticos.
Vinícius
Samarane, diretor do Banco Rural, responde por gestão fraudulenta, lavagem de
dinheiro, formação de quadrilha e evasão de divisão, e será defendido por José
Carlos Dias, ex-ministro da Justiça. Também está entre os réus a executiva do
Banco Rural Ayanna Tenório, cuja defesa será feita na tarde de hoje por Antonio
Cláudio Mariz de Oliveira, e que responde por gestão fraudulenta, lavagem de
dinheiro e formação de quadrilha.
A última
etapa do quinto dia de julgamento será dedicada à defesa de políticos. Luiz
Gushiken, ex-ministro de Comunicação Social, será defendido por José Roberto
Leal de Carvalho, que reforçará o argumento de que seu cliente é inocente da
acusação de peculato. A absolvição dele já foi pedida pelo Ministério Público
por falta de provas. Já João Paulo Cunha (PT-S), defendido pelo criminalista
Alberto Toron, responde por lavagem de dinheiro, corrupção passiva e peculato.
Foto: Fotoexpresso.com.br
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