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sábado, 22 de julho de 2017

CHEIO DA GRANA: LULA ENTRE OS MAIS RICOS DO PAÍS

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sempre fez questão de se apresentar como “homem do povo”. À moda de populistas em todo o mundo, vangloria-se de falar num idioma próximo do homem comum, repleto de metáforas futebolísticas e “causos” de botequim. Os alvos são sempre os mesmos: os banqueiros, as elites, a “mídia” e todos aqueles que acusa de ter preconceito contra um ex-retirante nordestino que chegou ao posto de maior poder no país.
Para seus opositores mais eloquentes, Lula é apenas um hipócrita que enriqueceu à custa da corrupção, um “bilionário” que mantém fortunas em contas secretas fora do país, onde acumula tudo o que surrupiou dos cofres públicos.
Impossível saber se o valor bloqueado por Moro corresponde a toda a fortuna de Lula. Ele foi condenado como proprietário oculto de um apartamento no Guarujá e ainda responde a processos por esconder em nome de terceiros propinas de R$ 12 milhões recebidas da Odebrecht, na forma do terreno usado para construir o Instituto Lula, de um sítio em Atibaia e outros agrados de menor monta.
A questão é: Lula teria como acumular tudo isso apenas com os vencimentos que recebeu ao longo da vida, do partido, de suas aposentadorias e dos cargos públicos que ocupou?
Para guardar R$ 9 milhões, supondo um rendimento real de 5% ao ano – compatível com os ganhos da Selic sobre a inflação –, um indivíduo da idade de Lula que tivesse começado a poupar aos 30 anos precisaria guardar R$ 5.865 por mês (em dinheiro de hoje) ao longo de 35 anos. Seria possível Lula ter mantido tais contribuições?
Claro que não. Seu dinheiro foi, contudo, encontrado em duas contas, uma com R$ 1,8 milhão em seu nome, outra em nome de sua empresa de palestras, a LILS, com R$ 7,19 milhões. É possível inferir que a segunda conta reúne os rendimentos polpudos de sua carreira de palestrante, iniciada depois que ele deixou o governo, enquanto a primeira acumula sua poupança ao longo da vida. Lula nega ter realizado palestras de fachada para disfarçar propinas e apresentou provas de ter feito várias delas.
Independentemente da dúvida que cerca essa carreira lucrativa, para guardar o R$ 1,8 milhão, alguém com o perfil e a idade de Lula precisaria ter poupado pouco menos de R$ 1.200 por mês ao longo de 35 anos. Não é um absurdo, mas certamente não é um rendimento acessível a um “homem do povo”, nem a ninguém que receba salário mínimo. Mesmo professores universitários ou gerentes de nível médio teriam dificuldade para manter tal poupança.
A condenação de Lula apenas confirma um fato que ele tenta a todo custo esconder atrás de sua retórica populista: ele tem um padrão de vida e uma riqueza compatíveis com uma vida de classe alta. Pertence, portanto, à mesmíssima elite que tanto insiste em atacar.

Por Helio Gurovitz

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