No
começo de fevereiro, uma equipe de pesquisadores da Universidade Stanford anunciou uma nova terapia contra o câncer que
eliminou tumores (e metástases) em vários órgãos de ratinhos de laboratório com
96% de eficiência.
Segundo o San Francisco Chronicle, Ronald
Levy, o oncologista responsável pelo artigo científico, já está convocando
voluntários com linfoma nos estágios iniciais para participar do primeiro round de experimentos. Até o final do ano, na
previsão mais otimista, os 35 pacientes que passarem pela seleção serão
submetidos a duas baterias de testes.
O método de Levy é
classificado como uma imunoterapia: um conjunto de tratamentos contra o câncer
que estimulam as células de defesa do paciente a atacar o tumor – diferente de
abordagens mais conhecidas como a quimioterapia e a radioterapia, que vão
direto no alvo.
De
maneira bem simplificada, nosso sistema imunológico é capaz de detectar as
proteínas estranhas produzidas pelas células cancerígenas – ou seja, percebe
que há algo de errado com o organismo –, mas não consegue reagir porque o tumor
tem uma cartola de truques bioquímicos para desarmar os leucócitos. Eles ficam
inativos. Uma das maneiras de contornar o problema é extrair os leucócitos
(também conhecidos como glóbulos brancos) do paciente, usar engenharia genética
para editá-los em laboratório e então injetá-los de volta no corpo. Acordados.
Outra envolve ativar o sistema imunológico inteiro, e não só as células da
região em que está o câncer – o que pode vir com efeitos colaterais graves de
brinde.
O
truque de Levi é mais eficiente que essas duas abordagens pré-existentes: ele
ativa só as células de defesa que já estão próximas do tumor, e faz isso usando
remédios – um truque bem mais simples, rápido e barato que editar
DNA. “Todos esses avanços da imunoterapia estão mudando a prática
médica”.
Fonte:
Revista Super Interessante
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